Defesas do Organismo, Antígenos e Imunogenicidade

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Defesas Externas ao Organismo

O corpo humano possui diversas barreiras e mecanismos para se proteger contra agentes externos. Estas defesas são cruciais para a manutenção da saúde.

Barreiras Físicas e Químicas

  • Pele: Atua como uma barreira física robusta.
  • Ácidos graxos na pele: Criam um ambiente inóspito para muitos microrganismos.
  • Lisozima nas secreções: Presente em lágrimas e saliva, degrada paredes celulares bacterianas.
  • Muco e cílios (brônquios): Capturam e removem partículas e microrganismos do trato respiratório.
  • pH ácido: No estômago e trato genital, inibe o crescimento de patógenos.
  • Fluxo de ar e líquidos: Mecanismos como tosse e fluxo de urina ajudam a expelir agentes estranhos.

Antígenos e Imunógenos

Compreender a diferença entre antígenos e imunógenos é fundamental para a imunologia.

O que é um Antígeno?

Um antígeno é uma molécula capaz de se ligar a uma molécula de anticorpo ou a um receptor de linfócito T (TCR). São, portanto, moléculas que interagem especificamente com os anticorpos.

O que é um Imunógeno?

Um imunógeno é um antígeno que, além de se ligar, induz uma resposta imune pelo Sistema Imunológico (SI), resultando na formação de anticorpos. É importante notar que nem todos os antígenos são imunógenos. Por exemplo, substâncias de baixo peso molecular, como os haptenos, não são imunogênicas por si só.

Apenas as regiões mais expostas da molécula de antígeno são capazes de estimular o Sistema Imunológico e a formação de anticorpos pelos linfócitos B.

Fatores que Influenciam a Imunogenicidade

A capacidade de um imunógeno induzir uma resposta imune é influenciada por diversos fatores:

Contribuição do Imunógeno:
  1. Estranheza: Quanto mais diferente for o imunógeno do organismo hospedeiro, maior sua imunogenicidade.
  2. Tamanho: Moléculas maiores geralmente são mais imunogênicas.
  3. Composição Química: A complexidade química (ex: proteínas são mais imunogênicas que lipídios).
  4. Forma Física: Partículas ou agregados são frequentemente mais imunogênicos.
  5. Degradabilidade: A capacidade de ser processado e apresentado pelas células apresentadoras de antígenos.

Determinante Antigênico (Epítopo)

Denominamos determinante antigênico (ou epítopo) a menor porção da molécula antigênica responsável pela propriedade de estimular linfócitos. O determinante antigênico é a região da molécula que se encaixa no sítio combinatório de receptores dos linfócitos ou do anticorpo.

Tipos de Antígenos

Os antígenos podem ser classificados de acordo com sua dependência de células T para induzir uma resposta imune.

Antígenos T-Independentes

São antígenos que podem estimular diretamente as células B a produzirem anticorpos sem a necessidade da célula T auxiliar. Geralmente são polissacarídeos com estruturas repetitivas.

Antígenos T-Dependentes

São aqueles que necessitam da cooperação dos linfócitos T auxiliares para induzir a produção de anticorpos pelas células B. As proteínas são os principais exemplos de antígenos T-dependentes.

Superantígenos

Os superantígenos são uma classe especial de antígenos capazes de induzir uma ativação policlonal massiva de linfócitos T.

Eles se ligam fora da fenda de ligação do MHC e à cadeia beta (β) do TCR, resultando em uma resposta imune extremamente forte. Isso leva a uma hiperativação do sistema imune e à subsequente liberação de grandes quantidades de citocinas biologicamente ativas pelas células T ativadas.

Exemplos de Superantígenos:

  • Endotoxinas estafilocócicas: Causam intoxicação alimentar.
  • Toxina de choque tóxico estafilocócico: Responsável pela síndrome do choque tóxico.
  • Toxinas de esfoliação estafilocócica: Associadas à síndrome da pele escaldada.
  • Exotoxinas pirogênicas estreptocócicas: Podem levar ao choque.

Conjugados Carreador-Hapteno

São moléculas imunogênicas às quais haptenos se acoplam por ligações covalentes. A molécula imunogênica que confere a imunogenicidade ao hapteno é chamada de carreador.

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