Definição e Estruturas do Conhecimento

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Definição do Conhecimento

Condições Necessárias e Suficientes para Definir Conhecimento:

Crença - A primeira condição é haver opinião formada (condição necessária, mas insuficiente).
Verdade - Se o conhecimento não é verdadeiro, é porque a crença é falsa (condição necessária, mas insuficiente).

Justificação - É necessário ter provas que justifiquem o valor de verdade da crença (condição necessária e suficiente).


Opinião ≠ Conhecimento

-> Verdade -> Justificação (explicação racional)

Conhecimento e Crença

Crença: (Estado subjetivo) Implica convicção e, por vezes, certeza. Pode ter vários graus (ser mais ou menos forte).

Certeza: Sentimento intenso que acompanha certas crenças que as pessoas possuem e que lhes garante que essas crenças são verdadeiras.

Justificação das Crenças:

  • Correspondência - Adequação do dizer à realidade.
  • Coerência - Utilização de diversas evidências conjugadas entre si (raciocínio dedutivo).
  • Prática - Utilização de proposições com resultados verificados (testa hipóteses).


1.1) Estrutura do Ato de Conhecer

  • Conhecimento -> Capacidade de compreensão por parte de um sujeito (para, através de elementos fornecidos, elaborar numa segunda fase, um juízo sobre um certo objeto).
  • Gnosiologia -> Ramo da filosofia que aborda temas do conhecimento, sua origem, valor e limites.

Conhecimento:

  • Saber Fazer (ex: saber nadar);
  • Trato ou familiaridade (ex: conhecer o Porto);
  • Proposicional (O Porto é uma cidade), podendo esta ser verdadeira ou falsa;

Análise Fenomenológica do Conhecimento

Todo e qualquer conhecimento envolve necessariamente um sujeito (o que vai conhecer/cognoscente) e um objeto (o que vai ser conhecido/cognoscível).

Fenomenologia -> Estudo descritivo dos fenômenos que aparecem à consciência do sujeito.

Sujeito Epistêmico -> Refere-se ao ser humano, enquanto ser com capacidade de se relacionar, através do conhecimento, com o meio que o envolve.

Objeto -> Realidade empírica, materiais ou realidades mentais. Entre este e o sujeito existe uma correlação (já que um dos elementos não existe se o outro não existir).

Fase do Conhecimento

O conhecimento implica o contato entre o sujeito e o objeto. 1 - Saída de si / Está fora de si (na esfera do objeto) / 3 - Regressa a si e representa-o.

O conhecimento consiste na capacidade de o sujeito construir na sua consciência a imagem mental do objeto e as suas características, isto é, uma representação, que lhe permite evocá-lo na sua ausência.

O objeto não se altera. O sujeito transforma-se pelo ato do conhecimento.

O fato de o conhecimento ficar reduzido à representação implica que possa variar de sujeito para sujeito, uma vez que se dá na consciência. Leva a questionar os limites e a veracidade do conhecimento, remetendo para o nível da subjetividade.


3.3) Argumentação, Verdade e Ser

  • A filosofia entra em rota de colisão com a retórica.
  • Os filósofos (devido ao seu modelo de racionalidade filosófica) rejeitam os sofistas e o seu tipo de discurso.

Modelo de Racionalidade Proposto pela Tradição Filosófica

  • Os filósofos atuam com o objetivo de encontrar a verdade (considerada universal e atemporal), enquanto que o discurso retórico conduzia apenas à verdade aparente.
  • Os mesmos reconheciam apenas um modelo de racionalidade, sendo ela de matriz científica, que parte de princípios evidentes. Assim, era possível atingir verdades necessárias e universais, dando acesso ao conhecimento da verdadeira realidade.

Crise do Modelo Clássico de Racionalidade

  • São refutadas ideias que até então eram vistas como inabaláveis (verdades absolutas e atemporais); (ex: Teoria da Relatividade de Einstein que provou que a Teoria de Newton estava errada).
  • Conflito criado entre vários filósofos que chegavam a conclusões divergentes sobre o mesmo tema.
  • Cria-se então, um novo conceito de racionalidade, conhecido como racionalidade argumentativa.

Novo Modelo de Racionalidade

  • É necessário fundamentar os próprios princípios de que se parte.
  • Pauta-se igualmente pela busca da verdade e do ser.
  • Diferente concepção da verdade: não a considera absoluta e intemporal, ou seja, ela depende das condições em que o conhecimento é obtido.


1.2) Análise Comparativa de Duas Teorias Explicativas do Conhecimento

Questão do Conhecimento:

Origem do Conhecimento:

  • Racionalismo; (considera que a razão humana tem capacidade para demonstrar os seus conhecimentos)
  • Empirismo; (considera que o conhecimento parte dos sentidos e que a razão humana não tem capacidade para o construir sozinha)

Possibilidade (Validade) do Conhecimento:

  • Dogmatismo; (consiste na crença de que o ser humano é capaz de atingir o conhecimento verdadeiro, absoluto e evidente).
  • Ceticismo; (coloca em dúvida a possibilidade de o homem atingir tais conhecimentos).

Natureza do Conhecimento:

  • Idealismo; O ponto de partida do conhecimento é o sujeito. Baseia-se em coisas impossíveis de alcançar. Propensão do espírito para o ideal.
  • Realismo; (Estudo do que é real, verdadeiro, objetivo) Reflete a própria realidade.
RACIONALISMOEMPIRISMO

Do latim ratio, que significa razão.

Do grego empiria, que significa experiência.

A razão é a principal fonte de conhecimento.

Os sentidos e a experiência são a principal fonte de conhecimento.

Crença na possibilidade de se conhecer a realidade (dogmatismo).

Reservas quanto à possibilidade de se conhecer a realidade (ceticismo).


A) O Problema do Conhecimento em Descartes

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