Degradação dos Ecossistemas e Serviços Ambientais: Impactos e Soluções

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Degradação dos Ecossistemas e Impacto nos Serviços Ambientais

Nos últimos 50 anos, a humanidade modificou os ecossistemas mais rápida e extensivamente do que em qualquer outro período da história. Isso resultou em uma perda substancial e, em grande parte, irreversível da diversidade da vida no planeta.

Evidências da Degradação:

  • Entre 1950 e 1980, mais terras foram convertidas em lavouras do que entre 1700 e 1850.
  • Nas últimas décadas, 20% dos recifes de coral do planeta foram destruídos e outros 20% degradados.
  • 35% das áreas de manguezais foram perdidas nas últimas décadas.
  • A extração de água de rios e lagos duplicou desde 1960.

Cerca de 60% dos serviços dos ecossistemas avaliados estão sendo degradados ou usados de forma insustentável. Essa degradação causa danos significativos ao bem-estar humano e representa uma perda de patrimônio natural.

Impacto Econômico da Degradação:

A perda de patrimônio natural não é contabilizada nas estatísticas econômicas tradicionais. Recursos como minerais, nutrientes do solo e combustíveis fósseis são essenciais, mas seu esgotamento não é considerado. Um país pode explorar seus recursos naturais sem que isso reflita as perdas reais.

Desigualdade e Vulnerabilidade:

Os pobres são os mais dependentes dos serviços ambientais e, portanto, os mais vulneráveis à sua degradação. A pobreza e a desigualdade aumentam a pressão sobre os ecossistemas.

Economia e Desenvolvimento Humano:

  • 1,1 bilhão de pessoas vivem com menos de US$1 por dia, dependendo fortemente dos serviços ambientais.
  • A desigualdade aumentou na década de 1990, com 21 países registrando queda no Índice de Desenvolvimento Humano.

Acesso aos Serviços dos Ecossistemas:

  • Estima-se que 852 milhões de pessoas sofreram de subnutrição entre 2000 e 2002.
  • A produção de alimentos per capita caiu na África Subsaariana.
  • Cerca de 1,1 bilhão de pessoas não têm acesso à água potável e 2,6 bilhões não têm saneamento básico.
  • A escassez de água afeta entre 1 e 2 bilhões de pessoas.

Soluções para a Crise Ambiental:

Ações significativas são necessárias para reverter a degradação dos ecossistemas:

  • Investir em bens públicos, como educação, e reduzir a pobreza.
  • Eliminar barreiras comerciais e subsídios prejudiciais ao meio ambiente.
  • Adotar a gestão adaptativa dos recursos naturais.
  • Investir em novas tecnologias sustentáveis.
  • Implementar mecanismos de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA).

Pagamento por Serviços Ambientais (PSA):

O PSA é um mecanismo que visa criar um mercado para serviços ecossistêmicos. Ele busca solucionar problemas ambientais dentro da lógica de mercado, sem questionar as estruturas do capitalismo.

Mecanismos do PSA:

  1. Internalização dos custos ambientais na produção.
  2. Atribuição de valor econômico à biodiversidade e aos ecossistemas.
  3. Estabelecimento de direitos de propriedade sobre recursos naturais de uso comum.

Definição de PSA:

O PSA é uma transação voluntária na qual um serviço ambiental é comprado por um comprador de um provedor, garantindo a provisão do serviço.

Categorias de Serviços Ambientais no PSA:

  1. Retenção ou captura de carbono.
  2. Conservação da biodiversidade.
  3. Conservação de recursos hídricos.
  4. Conservação da beleza cênica.

Considerações Finais:

A lógica por trás do PSA é que a preservação ambiental depende da integração dos processos ecológicos e bens ambientais ao mercado. A valoração monetária é fundamental para o funcionamento desse mecanismo.

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