Deliberação, Livre-Arbítrio e Compatibilismo: Análise Filosófica

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Deliberação: O Processo de Reflexão

Deliberar consiste, por um lado, em analisar as hipóteses de ação e os motivos que nos levam a atuar desta ou daquela maneira, ou mesmo a não atuar. Por outro lado, consiste em analisar as consequências da ação. É neste momento que as nossas capacidades intelectuais mais intervêm, na medida em que temos de avaliar os prós e os contras de cada um dos modos como queremos pôr em prática o projeto concebido. Resumindo, a deliberação é, assim, o processo de reflexão que, em princípio, antecede a decisão, ou seja, a escolha de alternativas possíveis em função de determinadas razões.

Compatibilismo: Livre-Arbítrio e Determinismo

A posição de que não há verdadeiramente conflito entre determinismo e livre-arbítrio (ou seja, que o livre-arbítrio e o determinismo são compatíveis) é conhecida como compatibilismo.

O determinismo é a crença de que os acontecimentos ocorrem de uma maneira já fixada, seja num plano sobrenatural ou pelas leis da natureza. É o princípio segundo o qual todos os fenómenos estão ligados uns aos outros por meio de relações ou leis necessárias.

O determinismo é a doutrina segundo a qual tudo o que acontece tem uma causa. O conjunto do real é um sistema de causas e efeitos necessários, incluindo os fatos que parecem ser consequência da liberdade e da vontade própria. A explicação habitual desta ideia consiste em defender que, para qualquer acontecimento, existe um estado anterior que lhe está relacionado de tal maneira que esse estado anterior não poderia, sem violar uma lei da natureza, existir sem que o acontecimento existisse.

O livre-arbítrio é o poder que cada indivíduo tem de escolher suas ações, que caminho seguir, mas nem sempre esse caminho pode ser benéfico.

O compatibilismo tornou-se a mais popular doutrina da filosofia moderna porque fornece o que parece ser uma solução clara e simples para o problema do livre-arbítrio. O problema do livre-arbítrio consiste precisamente em compatibilizar a liberdade humana com outras forças que parecem anulá-la. Se não há realmente conflito entre livre-arbítrio e determinismo, como defendem os compatibilistas, então o velho problema do livre-arbítrio está definitivamente resolvido. O compatibilismo foi defendido por alguns filósofos antigos. Se os compatibilistas estão certos, podemos ser livres e determinados, e não precisamos de nos preocupar com a possibilidade de a ciência futura vir a destruir a nossa convicção comum de que somos agentes livres e responsáveis.

Condicionantes Psicológicas da Ação

As ações estão dependentes também das características psicológicas, nomeadamente da personalidade do agente, do seu temperamento, do seu caráter, ou dos seus estados psicológicos temporários como a alegria, a tristeza, etc. Assim, não podemos sentir alegria se as nossas ações não correspondem aos nossos desejos.

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