Demografia: Conceitos e Indicadores

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Geografia da População: Demografia

Censo: É um documento estatístico oficial que contabiliza a população total de um território num determinado momento. Realiza-se em intervalos regulares (em Espanha, a cada 10 anos). Recolhe variada informação (local de nascimento e residência, atividade profissional, população de direito e de fato...). Os seus dados são secretos e, embora a sua fiabilidade varie de país para país, é considerado a fonte de dados demográficos mais fiável. O primeiro censo moderno espanhol foi realizado em 1857 e o último em 2011.

Graças ao Censo, podem ser tomadas melhores decisões sobre questões importantes, como onde construir novas escolas, hospitais ou habitações, como criar incentivos à natalidade, etc. Não confundir o Censo Populacional com o Recenseamento Eleitoral.

Crescimento Zero: Ocorre quando o equilíbrio demográfico iguala as taxas de natalidade e mortalidade. A 4ª fase da evolução demográfica (com natalidade e mortalidade muito baixas) aproxima-se do crescimento zero. Em Espanha, o crescimento populacional em 2000 foi de 0,09%. Atualmente (2008) está em 0,29%.

Demografia: Ciência que estuda os vários aspetos da população (distribuição por idade e sexo, composição, evolução...). A palavra deriva de "demos" (povo ou cidade) e "grafia" (tratado). A demografia histórica estuda as características da população desde a antiguidade até aos séculos XVIII e XIX, quando se realizaram as primeiras contagens precisas. As suas fontes são os registos paroquiais e os livros de vizinhos. A demografia atual (século XX) fornece dados mais precisos e as suas fontes são mais abundantes e fiáveis, como o Censo, o Registo Civil, as estatísticas de migração, o Inquérito ao Emprego, etc.

Densidade Populacional: Número de habitantes por unidade de área (Km2) num determinado território. A densidade pode ser alta ou baixa. Existem áreas do planeta que são densamente povoadas (ecúmena) e outras em que a densidade é de cerca de 0 habitantes por Km2 (anecúmena). A densidade média espanhola é de 80 habitantes por Km2.

Emigração: Refere-se à circulação da população de um país para outro (migração externa) ou dentro do mesmo país ou região, abandonando os seus lugares de origem (migração interna).

Dependendo da natureza da migração, esta pode ser:

  • Voluntária ou forçada.

Por duração:

  • Diárias: entre a grande cidade e a sua área periurbana (movimentos pendulares).
  • Contínuas: Nómadas.
  • Sazonais: migração de trabalhadores, exilados políticos.
  • Definitivas: por motivos económicos ou políticos.

Esperança de Vida: Número médio de anos que uma pessoa pode viver no momento do nascimento. Segundo as estatísticas, recolhe-se a idade média das mortes de pessoas em cada faixa etária. Com o avanço da ciência e da saúde, a expectativa de vida tem crescido, sendo sempre maior nos países desenvolvidos do que nos países menos desenvolvidos. Também se denomina vida média. Em Espanha, a esperança de vida ao nascer em 2002 era de 79,4 anos, sendo de 75,7 para os homens e 83,1 para as mulheres.

Êxodo Rural: Emigração de pessoas que vivem em zonas rurais para a cidade. A sua causa é o desequilíbrio entre a população e os recursos (empregabilidade e as possibilidades de manter uma economia agrícola).

População de Direito: Inclui os residentes, presentes e ausentes, de um país ou região.

População de Fato: Inclui os residentes e transeuntes presentes num país ou região.

População Rural: População que vive no campo. É oposta à população urbana (aqueles que vivem nas cidades). Para fins estatísticos, a distinção entre população urbana e rural varia muito entre os países: em Espanha, considera-se população rural aquela que vive em aglomerações com menos de 2.000 habitantes, enquanto no Japão, menos de 10.000 habitantes. Os seus habitantes desempenham funções agrícolas (setor primário).

População Urbana: População que vive nas cidades, ao contrário da população rural. Os critérios quantitativos variam de um país para outro. Por exemplo, em Espanha, considera-se cidade uma localidade com mais de 10.000 habitantes; no Japão, 20.000. Os seus habitantes desempenham, principalmente, funções não agrícolas (setores secundário e terciário).

Povoamento: Assentamento, exploração e ocupação de um território já habitado por pessoas ou grupos de outras regiões.

Geração de Substituição: Uma geração é o intervalo de tempo entre o nascimento dos pais e o dos filhos, normalmente de 30 anos. Todos os filhos de uma determinada família são considerados membros da mesma geração, embora a diferença de idade seja de muitos anos. A substituição geracional refere-se à quantidade de população necessária num determinado ano para garantir, após x anos, pelo menos, o mesmo número de pessoas por razões naturais. Para que haja substituição geracional, é necessário que cada mulher tenha pelo menos 2,1 filhos.

Saldo Migratório: Diferença entre a imigração e a emigração num determinado lugar. Quando o saldo migratório é positivo, a população aumenta; quando é negativo, a população diminui (este conceito não leva em conta a taxa de crescimento natural da população, que seria a diferença entre as taxas de natalidade e mortalidade num determinado ano).

Saldo Migratório = Número de Imigrantes - Número de Emigrantes.

Setores de Atividade: Setor Económico é um grupo de atividades económicas de produção de bens e serviços, de acordo com o nível de homogeneidade das atividades produtivas. Este setor pode ser primário, secundário ou terciário.

  • Setor Primário: Obtém os produtos diretamente da natureza (agricultura, pecuária, exploração florestal, silvicultura, pesca).
  • Setor Secundário: Transforma matérias-primas em produtos acabados ou semiacabados (indústria, energia e construção).
  • Setor Terciário ou de Serviços: Não produz bens, mas presta serviços (comunicações, comércio, turismo, saúde, educação, finanças, gestão de transportes...).
  • Por vezes, define-se um setor quaternário, segregado do terciário.

Razão de Sexos (Sex Ratio): É um índice demográfico que expressa a proporção de homens em relação às mulheres num determinado território, expressa em percentagem. Calcula-se usando a fórmula homens / mulheres x 100. As fontes de dados para o cálculo da razão de sexos são os censos populacionais.

Em muitos países, a razão de sexos nas zonas rurais é superior a 100, enquanto nas zonas urbanas é inferior a este valor. Isto deve-se ao facto de que no meio rural predomina o trabalho agrícola e este é realizado, preferencialmente, por mão-de-obra masculina. Além disso, a razão de sexos tende a ser fortemente superior a 100 em zonas mineiras, em locais com população trabalhadora temporária e em áreas com grande presença militar. Em Espanha, há regiões (Castela e Leão) em que as baixas taxas de natalidade e mortalidade nas zonas rurais, somadas à constante migração para os centros urbanos, têm levado a um rápido envelhecimento da população. Esta situação deu origem, nas regiões mais despovoadas, a uma razão de sexos muito alta. Isto, por sua vez, afeta negativamente a taxa de crescimento da população, porque as pessoas têm grande dificuldade em casar. Espanha: 0,96; Ucrânia: 0,86; Catar: 1,87.

Trata-se de uma emigração de jovens, cuja consequência mais importante é a diminuição e o envelhecimento da população rural e o aumento do habitat urbano.

Em Espanha, o período de maior êxodo rural ocorreu entre 1960 e 1975.

Habitat Concentrado: No caso da população rural, é aquele que se localiza em zonas com grandes núcleos populacionais, com propriedades de tamanho médio ou grande, ocupando as terras agrícolas a jusante. É típico de regiões agrícolas de planície (a região de La Mancha pode ser considerada um exemplo).

Habitat Disperso: É aquele em que as habitações estão frequentemente separadas. É típico de zonas de agricultura intensiva, com pequenas parcelas (hortas, pomares), que se encontram entre as casas. Existe uma grande variedade de situações, que dependem dos recursos naturais (disponibilidade de água, topografia, solos agrícolas, etc.), bem como de fatores humanos (história, padrão de vida, tecnologia, etc.) e, acima de tudo, da densidade populacional.

Imigração: Admissão de pessoas de outros países ou regiões no país ou região que as recebe. A pessoa que deixa o seu país ou região de origem é um emigrante, e a pessoa que chega é um imigrante. Os termos emigração e imigração são agrupados sob o nome de migração. O saldo migratório de um país ou região será a diferença entre a imigração e a emigração. Se os imigrantes forem mais numerosos que os emigrantes, o saldo será positivo; caso contrário, será negativo.

Nados-Vivos: São as crianças que ultrapassam as primeiras 24 horas de vida. Aquelas que ultrapassam essas horas, mas morrem antes de completar um ano, são registadas na taxa de mortalidade infantil.

Padrão Municipal: Fonte estatística que contém os dados da população de um município, recolhendo o nome, morada, etc. Sendo um documento estatístico dinâmico, é atualizado constantemente. Em Espanha, é realizado a cada cinco anos. A informação, ao contrário do Censo, é pública.

Pirâmide Populacional: Histograma de frequências que representa, numa determinada data (normalmente a cada ano ou a cada 5 anos), a distribuição por idade e sexo da população de um país, cidade ou região. Também serve para analisar a evolução e até mesmo prever o futuro de uma determinada população. Os três perfis característicos das pirâmides populacionais são:

  • Triangular ou em forma de pagode: Reflete uma população em expansão (base larga e topo estreito).
  • Em forma de sino: Reflete uma população estacionária (base menor do que a anterior, quase retangular).
  • Em forma de urna: Reflete uma população regressiva (base mais estreita do que a do meio).

População Ativa: A população em idade ativa pode ser classificada em ocupada (aqueles que realmente trabalham) e desempregada (desempregados ou aqueles que procuram o primeiro emprego).

O Inquérito ao Emprego, fonte estatística trimestral, realizado pelo INE (Instituto Nacional de Estatística) desde 1964, fornece informação sobre os trabalhadores, empregados e desempregados.

População Inativa: É constituída por pessoas com 16 anos ou mais que não são ativas, ou seja, que não estão ocupadas nem desempregadas. Inclui os seguintes grupos: reformados e pensionistas, rentistas, incapacitados permanentemente para o trabalho, estudantes e pessoas que realizam trabalho doméstico (não remunerado).

Taxa de Crescimento Natural ou Vegetativo: Diferença entre o número de nascimentos e óbitos, dividida pela população total e multiplicada por 100 (em %).

De acordo com as taxas, o crescimento natural pode ser:

  • Muito alto => 3%
  • Alto = 2 - 2,9%
  • Moderado = 1 - 1,9%
  • Baixo = 0 - 0,9%
  • Negativo = < 0%

A evolução do crescimento vegetativo da população espanhola tem sido positiva ao longo do século XX, embora existam períodos em que esta evolução estagnou ou passou a ser negativa. A tendência de alta foi alterada em 1917-18 pela epidemia de gripe e em 1936-39 pela Guerra Civil, que teve um duplo efeito: aumento da mortalidade e uma queda acentuada na proporção de nascimentos. A partir de 1976-77, e depois de um enorme crescimento nas décadas anteriores, verifica-se um rápido declínio da fecundidade, fazendo cair as taxas de crescimento de 3%. Em Espanha, em 1990, era de 0,05%; em 2001, de 0,1%. Atualmente (2008) está em 0,29%.

Taxa de Crescimento Real: Taxa de crescimento natural mais a imigração e menos a emigração. TCR = TCN + SM

Taxa de Fertilidade: Número de nados-vivos por mil mulheres em idade fértil (estatisticamente, consideram-se as mulheres entre os 15 e os 49 anos), para um determinado ano e região (‰).

Calcula-se da seguinte forma:

Número de nados-vivos x 1000 / Nº total de mulheres entre 15 e 49 anos

Taxa de Mortalidade: Número de óbitos num ano, dividido pela população total, por 1000 (‰).

De acordo com a taxa, a mortalidade pode ser:

  • Alta => 35‰
  • Média = 15 - 35‰
  • Baixa = < 15‰

Em Espanha, a taxa de mortalidade começou a diminuir no final do século XIX. Em 1900, era de 28,5‰; atualmente (2008) é de 8,5‰, uma das taxas mais baixas do mundo.

Taxa de Mortalidade Infantil: Número de crianças com menos de um ano de idade falecidas num determinado ano, por mil nados-vivos nesse ano.

De acordo com a taxa, a mortalidade infantil pode ser:

  • Muito alta => 100‰
  • Alta = 50 - 100‰
  • Média = 25 - 50‰
  • Baixa = < 25‰

A taxa de mortalidade infantil é um indicador muito claro que reflete o grau de desenvolvimento de um país. Um dos aspetos que nos ajudam a entender o progresso na luta contra a morte em Espanha é a taxa de mortalidade infantil e a esperança de vida. A taxa de mortalidade infantil passou de 180‰ no início do século XX para 3,35‰ em 2008.

Taxa de Natalidade: Número de nascimentos num determinado ano, por 1000 habitantes. Calcula-se da seguinte forma:

Segundo as taxas, a natalidade pode ser:

  • Alta => 35‰
  • Média = 15 - 35‰
  • Baixa = < 15‰

O declínio da taxa de natalidade espanhola começou no último terço do século XIX. Em 1900, era de 34‰; em 1998, de 9,1‰, um ritmo inferior ao de alguns países europeus (França, Portugal, Suécia...). Atualmente (2008), subiu para 11,4‰, devido ao processo de imigração.

Taxa de Desemprego: Calcula-se como a proporção de desempregados em relação à população economicamente ativa, multiplicada por 100. Espanha, no último trimestre de 2010, teve uma taxa de desemprego de 20,33%.

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