Escreva seu Denis Diderot foi um influente filósofo e uma figura importante no assim chamado “partido dos filósofos”. Conhecido como o fundador da Enciclopédia junto com D'Alembert na Europa de 1758. Essa identificação com o “partido dos filósofos” não era merecida em função dos livros que havia publicado, mas sim por suas atividades à frente da Encyclopédie, que nesse momento passava por uma transição e momentos delicados. D’Alembert, o maior colaborador, havia deixado a elaboração da Encyclopédie e, não bastasse a saída de D’Alembert, no ano seguinte o conselho do Rei revogaria os privilégios da impressão da obra. Diante desses sobressaltos, Diderot entrega a um editor a peça O Pai de Família, juntamente com um pequeno ensaio teórico considerado no século XVIII como um tratado da arte poética que se chamava: O Discurso sobre a Poesia Dramática.
As obras recém-lançadas faziam parte de uma sequência que havia começado no ano anterior, quando tinha publicado O Filho Natural, a “comédia séria” ou “gênero sério”, e os Diálogos sobre o Filho Natural, onde Diderot submetia sua obra a uma reflexão como dramaturgo. Diderot vivia em um século onde nomes como Voltaire se destacavam como um grande dramaturgo e Rousseau, que antes de tornar-se um grande filósofo, fez de sua vida um homem do teatro.
Ser o fundador da Enciclopédia, junto com D'Alembert, permitiu que o conhecimento científico, artístico e filosófico chegasse a todas as pessoas. A Enciclopédia, que chegou a ser chamada de “o livro dos livros”, era uma coleção de livros que tratava de todo o conhecimento humano da época. Com a saída de D'Alembert, a produção diminuiu, os investimentos começaram a ficar escassos e a Enciclopédia estava em declínio. Diante desses acontecimentos, Diderot não poderia deixar de passar seus conhecimentos para as pessoas. Diderot teve a brilhante ideia de começar a escrever peças teatrais, mas não peças teatrais sob os moldes do teatro clássico francês, mas sim peças onde as vidas das pessoas comuns daquela época fossem retratadas de uma forma mais clara e dentro da realidade da sociedade francesa.
As peças teatrais francesas eram declamadas como poesias e, somente a corte francesa poderia assisti-las. Os nobres franceses não iam a um espetáculo de teatro, eles iam verificar se os textos e as peças estavam de acordo com as normas que eram impostas pela corte. O teatro clássico francês era mecânico, era declamado, falado, não existiam expressões corporais, porque o teatro clássico francês era composto por regras, como se fosse uma censura. Isso faz nos lembrar da censura estabelecida durante a ditadura na década de sessenta, onde só era transmitido para a população o que os fiscais acreditavam que, no ponto de vista deles, seria útil para a sociedade e, o que não tinha utilidade para eles era cortado, nesse caso, o que não estava dentro das normas estabelecidas pela corte era cortado do espetáculo teatral, assim os nobres iam assistir a essas "peças" somente para verificar se elas estavam dentro dessas normas.
Se tudo estivesse de acordo, ela seria aprovada, caso alguma coisa estivesse em desacordo, seria cortada ou até mesmo rejeitada pelos nobres.
Quando Diderot deixa de escrever a Enciclopédia e passa a se dedicar à dramaturgia teatral, a primeira ideia que veio à sua mente foi a de uma reformulação no teatro francês, onde suas peças pudessem chegar mais longe possível dentro da sociedade e que suas peças não representassem apenas a corte e sim pessoas comuns. Ele queria fazer um teatro que fizesse sentido para a sociedade e ensinasse alguma coisa de bom para as pessoas, ele queria deixar uma mensagem para essa sociedade, pois antes de tudo ele ainda era filósofo.
A ideia de Diderot era levar seus conhecimentos filosóficos para o maior número possível de espectadores, escrevendo peças que estivessem ligadas diretamente à vida delas, assim ele criou o “gênero sério” ou “drama sério”, onde esse gênero retratava a burguesia que estava em ascensão na França.