Depósitos, Células Especiais e Secreção na Epiderme Vegetal
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Depósitos e Células Especiais na Epiderme Vegetal
A epiderme vegetal apresenta diversas adaptações e estruturas especializadas. Compreender os tipos de depósitos encontrados na cutícula e na parede celular, bem como as funções de células específicas como as buliformes, siliciosas e suberosas, é fundamental para o estudo da fisiologia e anatomia vegetal.
Depósitos na Cutícula e Parede Celular da Epiderme
Nas células da epiderme podem ser observados depósitos de cristais de sal. Esses depósitos são encontrados tanto na superfície da cutícula quanto permeando-a, e até mesmo na própria parede celular. Em muitas plantas, a parede celular é fortemente mineralizada com depósitos de sais, aos quais se junta a sílica. Esses sais são distribuídos uniformemente entre a celulose e a cutina. A mineralização por carbonato de cálcio é mais espessa que a da sílica e tem uma aparência granulada. Normalmente, é depositado sobre a superfície e, por vezes, atinge uma espessura considerável, como em algumas plantas calcárias.
Em algumas células epidérmicas das folhas de Moraceae e Urticaceae, há um depósito particular de carbonato de cálcio. Trata-se de concreções esféricas calcificadas, agrupadas em aglomerados chamados cistólitos. Encontrados dentro de uma célula epidérmica maior, pendurados na parede celular em torno de um filamento de celulose mais superficial, em torno do qual se depositam os sais de cálcio. Outra mineralização é produzida pelo oxalato de cálcio, que preenche parcialmente a parede celular, por vezes lignificada, formando cristalitos incluídos na espessura da parede. Em outras células da epiderme, podem ser encontrados outros tipos de depósitos, como resinas e óleos.
O que são Células Buliformes?
Em alguns grupos de plantas, as paredes das células epidérmicas desenvolvem células buliformes mucilaginosas. As células buliformes são encontradas na epiderme das folhas de gramíneas e outras monocotiledôneas. São caracterizadas pela presença de um vacúolo de grandes dimensões com alto teor de água. São muito maiores do que as outras células da epiderme e não possuem cloroplastos. Sua parede é fina e consiste apenas na parede primária, recoberta por cutícula na superfície externa. Geralmente, distribuem-se em faixas paralelas às nervuras, nas depressões que se formam nas áreas intervenosas.
O que são Células Siliciosas e Suberosas?
As células de sílica são características de gramíneas. Contêm corpos de sílica que possuem formato circular, elíptico, em forma de sela ou irregular. Esses corpos são cercados por uma membrana, por isso aceita-se que estejam dentro de um vacúolo. As células suberosas (também conhecidas como corky cells) são encontradas ao lado das células siliciosas, e sua parede celular é impregnada com suberina, e seu vacúolo frequentemente contém substâncias de reserva.
Mecanismos de Secreção e Tricomas em Plantas
As plantas utilizam diversos mecanismos para liberar substâncias secretadas para o ambiente externo. Compreender esses processos é crucial para entender a interação planta-ambiente e suas defesas.
Mecanismos de Liberação de Secreção Vegetal
A secreção é liberada para o exterior de três maneiras:
Liberação por Canais ou Poros
A secreção deve passar pela membrana plasmática e, em seguida, pela parede celular. Assim como nas glândulas animais, algumas secreções (que consistem principalmente de íons ou moléculas muito pequenas e lipídios) difundem-se passivamente através da membrana plasmática devido à pressão celular acumulada. Outras secreções (principalmente proteínas, glicoproteínas e polissacarídeos) viajam em vesículas do Golgi até a membrana plasmática, onde ocorre a fusão. Após atravessar a parede celular, a secreção é expelida através de canais ou poros que atravessam a cutícula. Este tipo de liberação é observado em hidatódios ativos, em alguns tipos de coléteres, glândulas mucilaginosas e osmóforos.
Liberação por Ruptura da Cutícula
A secreção é formada e viaja como no caso anterior, mas, uma vez atravessada a parede celular, é armazenada entre esta e a cutícula, que é empurrada para liberá-la. Basta um toque leve ou calor para que a cutícula se rompa e o conteúdo vaze. Isso ocorre em nectários, em algumas glândulas mucilaginosas e em coléteres não incluídos no grupo anterior.
Liberação pela Morte das Células Secretoras
Outras secreções são liberadas apenas quando as células que as contêm morrem. Essa extrusão é observada em algumas glândulas que secretam óleos, as quais passam por uma degeneração progressiva do citoplasma, que inicialmente é denso e se torna fluido. Em tricomas vesiculares que secretam sal, a liberação ocorre com o envelhecimento das folhas e a secagem das células secretoras.