A Grande Depressão e a Ascensão de Hitler

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A Grande Depressão

A Grande Depressão, também chamada por vezes de Crise de 1929, foi uma grande depressão econômica que teve início em 1929, e que persistiu ao longo da década de 1930, terminando apenas com a Segunda Guerra Mundial. A Grande Depressão é considerada o pior e o mais longo período de recessão econômica do século XX. Este período de depressão econômica causou altas taxas de desemprego, quedas drásticas do produto interno bruto de diversos países, bem como quedas drásticas na produção industrial, preços de ações, e em praticamente todo medidor de atividade econômica, em diversos países no mundo.

O dia 24 de outubro de 1929 é considerado popularmente o início da Grande Depressão, mas a produção industrial americana já havia começado a cair a partir de julho do mesmo ano, causando um período de leve recessão econômica que se estendeu até 24 de outubro, quando valores de ações na bolsa de valores de Nova Iorque, a New York Stock Exchange, caíram drasticamente, desencadeando a Quinta-Feira Negra. Assim, milhares de acionistas perderam, literalmente da noite para o dia, grandes somas em dinheiro. Muitos perderam tudo o que tinham. Essa quebra na bolsa de valores de Nova Iorque piorou drasticamente os efeitos da recessão já existente, causando grande deflação e queda nas taxas de venda de produtos, que por sua vez obrigaram o fechamento de inúmeras empresas comerciais e industriais, elevando assim drasticamente as taxas de desemprego. O colapso continuou na Segunda-feira Negra (o dia 28 de outubro) e Terça-feira Negra (o dia 29).

Os efeitos da Grande Depressão foram sentidos no mundo inteiro. Estes efeitos, bem como sua intensidade, variaram de país a país. Outros países, além dos Estados Unidos, que foram duramente atingidos pela Grande Depressão foram a Alemanha, Países Baixos, Austrália, França, Itália, o Reino Unido e, especialmente, o Canadá.

Ascensão de Hitler

É neste clima de descontentamento que surgiu na cena política o Partido Nacional-Socialista (ou Nazi), dirigido desde 1921 por Adolfo Hitler. Entre 1924 e 1928, a Alemanha conheceu uma época de estabilidade e de crescimento econômico. Na verdade, graças aos empréstimos e investimentos ingleses e americanos, a produção alemã recupera os seus mercados externos e a cidade de Berlim tornou-se um dos grandes centros financeiros da Europa.

Em 1929, com o "Crash" da Bolsa de Nova Iorque, a Alemanha viu-se privada dos créditos estrangeiros e foi duramente atingida - as falências e o desemprego avolumaram-se, provocando ondas de desordem e violência por todo o país. Face à situação catastrófica da economia e à agitação social, a instabilidade do governo republicano agravou-se. Assim, a República de Weimar correu sérios riscos de cair nas mãos dos comunistas ou dos nazis.

É nesse ambiente de absoluta desordem nacional que o Partido Nazi se impôs. Com efeito, entre 1929 e 1932, os nazis denunciaram os judeus e os comunistas como os responsáveis pelos males nacionais e declararam-se contrários às imposições do Tratado de Versalhes. Assim, a pouco e pouco, os nazis ganharam o apoio de vários setores sociais:

  • Da grande burguesia (temerosa do comunismo);
  • Das classes médias (desejosas de recuperar o seu poder de compra);
  • Dos desempregados.

Graças ao apoio desses setores, o Partido Nazi ganhou as eleições de fins de 1932 e tornou-se o maior partido político alemão. Por isso, o seu chefe, Adolfo Hitler, foi nomeado chanceler da Alemanha pelo presidente da República, Hindenburg. Deste modo, é com toda a legalidade que, em 1933, o Partido Nazi assumiu o poder.

Chegado ao poder, Adolfo Hitler pôs termo ao regime republicano e instaurou uma ditadura. Em fevereiro de 1933, logo após ter sido nomeado chanceler, aproveitou o incêndio do Reichstag (Parlamento) - propositadamente atribuído aos comunistas - e suspendeu as liberdades estabelecidas na constituição alemã. No mês seguinte, após a realização de eleições em que, em coligação com outra força política, conseguiu maioria parlamentar, proibiu os partidos políticos e os sindicatos. Em 1934, com a morte de Hindenburg, Hitler passou a acumular os cargos de chanceler e de presidente da República, que o país confirmou por plebiscito. A partir de então, a ditadura nazi estava legalizada. Adolfo Hitler assumiu-se, finalmente, como o guia supremo do Estado, o Führer.

O slogan hitleriano "Um Povo, um Império, um Chefe", difundido frequentemente pela imprensa, rádio e cinema, ilustra bem a ideologia nazi. Os princípios fundamentais desta ideologia eram:

  • O racismo, ou seja a ideia de superioridade da raça ariana de que os alemães seriam "os mais puros dos representantes". Por isso o povo alemão devia evitar ser contaminado pelas "raças ou elementos inferiores" (judeus…). Daí o caracter antissemita do nazismo (que vai levar a um autêntico massacre dos judeus);
  • A ideia do "espaço vital" (que vai impulsionar a Alemanha para o domínio de um amplo território - a Grande Alemanha);
  • O totalitarismo - para tornar a Alemanha um estado totalitário, Hitler serviu-se da Gestapo e das SS, através das quais eliminou os seus adversários, mesmo os que faziam parte do próprio estado.

A obsessão de Hitler pela conquista e pela guerra era grande, por isso toda a política econômica nazi foi orientada para obras de importância estratégica (autoestradas, aeródromos…) e para a indústria de armamento.

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