Depressão e Quedas em Idosos: Sintomas, Causas e Tratamento

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Depressão: Definição e Quadro Clínico

A depressão é uma doença que afeta o humor, a disposição e os sentimentos. É caracterizada por alta prevalência, várias formas clínicas, predisposição genética e intensidade variável.

Características Clínicas Comuns

  • Tristeza, angústia, ansiedade e irritabilidade.
  • Anedonia: diminuição da capacidade de sentir alegria ou prazer.
  • Astenia: falta de energia e diminuição da libido.
  • Alterações do sono e do apetite.
  • Dores pelo corpo e outras somatizações.
  • Dificuldade de concentração, memória e raciocínio.
  • Pensamentos de culpa, morte, fracasso, medo e outros pensamentos negativos.

Critérios Diagnósticos (DSM-IV) para Depressão Maior

Pelo menos cinco dos sintomas relacionados a seguir devem ocorrer concomitantemente. Pelo menos um dos dois primeiros deve estar presente. Os sintomas devem estar presentes na maior parte do dia, quase diariamente, por pelo menos duas semanas:

  1. Baixa do humor (tristeza, desânimo).
  2. Anedonia (perda do prazer).
  3. Aumento ou diminuição do sono.
  4. Aumento ou diminuição do apetite ou peso.
  5. Aumento ou diminuição das atividades.
  6. Falta de energia.
  7. Falta de concentração.
  8. Baixa da autoestima.
  9. Sentimento de culpa.
  10. Ideia de morte, doença ou suicídio.

Depressão no Idoso: Sinais Atípicos

O diagnóstico em idosos pode ser difícil devido a sintomas atípicos. Os principais sinais incluem dor moral e lentificação ideomotora.

As “Máscaras” da Depressão no Idoso

  • Distúrbios cognitivos (pseudo-demência).
  • Ansiedade (agitação, insônia).
  • Queixas somáticas.
  • Delírios de prejuízo.
  • Atitude regressiva.

Depressão Secundária a Condições Clínicas

A depressão pode ser secundária a diversas condições, incluindo:

  • Acidente Vascular Encefálico (AVE).
  • Demência.
  • Doença de Parkinson.
  • Distúrbio tireoideano.
  • Vasculites.
  • Coronariopatias e Insuficiência Cardíaca Congestiva (ICC).
  • Câncer.
  • Dor crônica.

Como Avaliar a Depressão?

A avaliação deve ser feita com calma, respeitando o luto, quando aplicável.

Escalas de Avaliação da Depressão

  • EDG de Sheikh e Yesavage.
  • Hamilton.
  • MADRS (Montgomery and Asberg).
  • Beck.
  • Cornell.

Tratamento Não Medicamentoso

  • Psicoterapia.
  • Suporte familiar.
  • Terapia ocupacional.
  • Atividades físicas.
  • Religião.
  • Nos casos graves, com risco de morte: eletroconvulsoterapia.

Prognóstico e Risco de Suicídio

O prognóstico é geralmente bom, mas as recidivas são frequentes, necessitando de acompanhamento clínico regular. O risco de suicídio é 3 vezes mais comum em indivíduos com mais de 65 anos, e a incidência aumenta com a idade. É crucial ter cuidado com a desinibição no início do tratamento.

Apatia

Apatia é a ausência ou falta de sentimento, emoções, interesse ou preocupações. Muitas vezes está associada à disfunção frontal ou a lesões vasculares na região posterior da cápsula interna. Existe grande prevalência de depressão pós-AVC.

Quedas em Idosos: Definição e Epidemiologia

Queda é um evento que resulta em uma pessoa vir a repousar no chão ou em qualquer outro nível mais baixo, sem intenção.

Incidência e Prevalência

  • Idosos acima de 65 anos: 25% a 40% sofrem quedas anuais.
  • 6% das quedas resultam em fraturas e 5% em outros tipos de lesões.
  • São mais comuns em mulheres idosas.
  • 50% dos idosos que caem tornam-se caidores recorrentes.
  • No Brasil, a incidência é semelhante às taxas ocidentais e norte-americanas.
  • 35% a 40% caem ao menos uma vez ao ano.
  • 50% dos idosos acima de 80 anos caem.
  • 13% caem duas vezes ou mais.

Estimativa de Consequências

Estima-se 1 queda para cada 3 indivíduos com mais de 65 anos. Para cada 20 quedas, 1 resulta em fratura ou necessidade de internação. Dentre os mais idosos (80 anos ou mais), 40% caem a cada ano. Em institucionalizados (asilos e casas de repouso), a frequência de quedas é de 50%.

Etiologia e Fatores de Risco

A etiologia da queda é multifatorial. Estudos demonstram que:

  • 55% das quedas estão relacionadas com alterações da marcha.
  • 32% com alterações de equilíbrio.
  • O restante está relacionado a fatores extrínsecos, como superfícies irregulares, escadas, sapatos inapropriados, entre outros.

Fisiologia do Equilíbrio e Sistemas Envolvidos

Sistema Vestibular

O envelhecimento afeta 20% das células ciliadas do utrículo e do sáculo (mácula) e 40% das ciliadas dos canais semicirculares (cristas ampulares), podendo ocorrer desarranjo ciliar, fusão e formação de células ciliadas gigantes.

Sistema Somatossensorial

Envolve a sensibilidade vibratória, a sensibilidade cutânea na planta dos pés e o senso de posição articular e reposicionamento do joelho e tornozelo.

Sistema Visual

As alterações visuais que contribuem para o risco de queda incluem:

  • Acuidade visual e campo visual reduzidos.
  • Dificuldade na acomodação claro-escuro.
  • Dificuldade de acompanhar movimentos rápidos.
  • Redução do contraste.
  • Dificuldade com ofuscação.
  • Alteração na percepção de profundidade e figura-fundo.

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