Desafios e Características da Liderança no Setor Público
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Diferenças Fundamentais entre Liderança Pública e Privada
Diferentemente do setor privado, onde todas as ações são voltadas à obtenção de lucros, líderes públicos precisam considerar diversas variáveis, com diferentes racionalidades e interesses.
Além da dificuldade de se mensurar o desempenho dos líderes do setor público, somam-se a isso:
- Alta Rotatividade: A grande rotatividade desses agentes, seja em função de limites de tempo no cargo, seja por mudanças administrativas e políticas frequentes.
- Estabilidade dos Liderados: A estabilidade no emprego experimentada por grande parte — ou mesmo a totalidade — de seus liderados, o que pode gerar comodismo e uma “zona de conforto”.
Restrições Legais e a Redução da Discricionariedade
Ainda para esses autores, as leis, controles e regulamentações presentes na esfera pública reduzem a discricionariedade de seus líderes (em observância ao Princípio da Legalidade – o direito positivo de fazer só o que a lei permitir e ordenar).
Na perspectiva de Hooijeberg e Choi (2001), tal aspecto abrange a amplitude de atividades e o nível de autonomia de ação desses líderes, podendo resultar em comportamentos inibidos e limitados. São alguns desses fatores inibidores:
- Cargos com funções demasiadamente explícitas e documentadas;
- Deveres, autoridade e prestação de contas codificadas;
- Reduzido controle e autonomia sobre os recursos.
Para esses autores, diferentes níveis de discricionariedade atribuídos aos gestores do setor público e privado resultariam em formas particulares de liderança. Enquanto no setor privado a liderança orientada a tarefas é valorizada, os gestores públicos percebem menor associação entre esse estilo e a eficácia.
Para eles, a eficácia apresentou-se mais associada a estilos de liderança de monitoração/facilitação. Tais estilos, por sinal, são mais orientados para o ambiente interno das organizações. Merece destaque, ainda, a relação obtida entre eficácia e senioridade dos líderes.
Impacto da Burocracia e Sentimentos Organizacionais
Especialmente na esfera pública, o desempenho é influenciado por múltiplas ações individuais, nem sempre formalmente coordenadas. Em destaque, a rigidez burocrática é um fator crítico de desajuste e conflito.
Além disso, na medida em que são muito dependentes de normas e tendem a processos de acomodação de interesses, os líderes e liderados acabam por vivenciar inúmeros sentimentos negativos, tais como desestímulo, instabilidade e resistência a mudanças, com fortes implicações sobre a ambiência organizacional.