Descartes, Mecânica Clássica e o Dualismo Corpo-Alma
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Descartes e a Mecânica Clássica
A mecânica clássica, que se desenvolveu de Galileu a Newton, instituiu um novo paradigma científico. Descartes é um dos promotores dessa nova ciência. As características centrais da mecânica clássica são:
- Mecanicismo: O mundo deve ser explicado em termos puramente mecânicos e deterministas.
- Determinismo: Não há liberdade ou acaso; as mudanças acontecem por estritas relações causais.
- Redução: Transição da explicação qualitativa para a quantitativa.
- Leis Físico-Matemáticas: As relações de causa e efeito são regidas pelas leis da física-matemática.
A Fundação Cartesiana da Nova Ciência
Descartes não apenas promoveu a mecânica clássica, mas também lhe forneceu um fundamento filosófico. Para Descartes, algo é considerado verdadeiro se segue as regras de funcionamento do auto-entendimento (racionalidade).
Ao manusear o entendimento quantitativo, utiliza-se a matemática. A conclusão é que, quando usamos a linguagem matemática, os resultados são indiscutíveis. A matemática descreve corretamente a realidade externa em termos de extensão, forma e movimento.
Apenas o que é extenso (figuras e movimentos) pode ser descrito em linguagem matemática. Chegamos, assim, a uma conclusão sobre a realidade externa: o que é objetivo é a extensão do corpo.
Corpo e Alma: A Natureza do Dualismo Cartesiano
O Corpo e o Conhecimento Sensível
No corpo reside a capacidade do conhecimento sensível, que, segundo Descartes, é um conhecimento confuso. As coisas impressionam os órgãos dos sentidos. Essa impressão produz alterações nos sentidos externos, que causam mudanças em uma parte do corpo chamada senso comum.
O senso comum transporta seu estado para outra parte chamada imaginação. No cérebro, onde estão localizados a imaginação e o senso comum, os movimentos originam os espíritos animais que causam o deslocamento e os movimentos musculares.
A Natureza da Alma (Mente)
A mente humana (alma) é capaz de pensar em termos matemáticos, é racional e possui livre-arbítrio. A habilidade de pensar reside na alma.
Corpo e alma são duas realidades de natureza completamente diferente. Descartes redefine substância como aquilo que não precisa de mais nada para existir. Da interação entre corpo e alma, surge a capacidade de sentir, imaginar e conceber.