Descartes, Racionalismo e a Filosofia Moderna

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Histórico-cultural

O filósofo Descartes (1596-1650) é considerado o pai da filosofia moderna e iniciador do racionalismo. Sua obra O Discurso do Método (1637), consiste em 6 partes e aparece ao lado da Dióptrica, Meteoros e Geometria. Propõe-se a estabelecer as bases de sua filosofia, em primeiro lugar, definindo um método e suas regras, então aplicando-o à busca de verdades metafísicas e físicas. Ele é escrito em forma autobiográfica e em francês. Outras obras são: Regras para a Direção da Mente e Meditações Metafísicas. Em política e metafísica, a modernidade é um momento de crise, motins, guerras civis e religiosas. A unidade religiosa europeia foi quebrada no século XVI com a Reforma Protestante. A Reforma destacou o papel da razão individual e diminuiu a autoridade do Papa. A Igreja Católica reagiu com a Contrarreforma e a Inquisição. Conflitos religiosos entre protestantes e católicos levaram à Guerra dos Trinta Anos (com a participação de Descartes). As consequências desta guerra foram:

  • Minar o poder das grandes potências (Espanha e Alemanha);
  • O fortalecimento da França;
  • Declínio demográfico de 30% na Inglaterra por causa da fome e das epidemias;
  • O nascimento de Estados independentes;
  • O estabelecimento da monarquia absoluta (Luís XIV, o "Rei Sol", na França).

Economicamente, o mercantilismo floresceu, o que levou as monarquias a realizar a expansão colonial na América, África, etc., a fim de abrir novos mercados. Passagem do feudalismo, baseado na exploração da terra, para o capitalismo, baseado na indústria e comércio. No descontentamento social provocado pela incipiente burguesia, que reivindicava os direitos individuais e a participação cidadã em assuntos públicos. Culturalmente, o Barroco é o movimento artístico da época. Caracterizado pelo excesso, pelo pessimismo, mudança e transitoriedade são temas frequentes nos trabalhos de autores contemporâneos, como a presença ameaçadora da morte e da natureza ilusória da vida, como é o caso de Calderón de la Barca com sua peça A Vida é Sonho (presente na história da dúvida cartesiana). Na arquitetura, em palácios e igrejas, mostra decoração excessiva e de luxo que serve para exaltar o poder dos monarcas ou a fé religiosa.

Filosofia

As mudanças provocadas pelo humanismo renascentista irradiam para o século XVII. Ela proclama a autonomia da razão sobre a autoridade da fé. A nova ciência (Copérnico, Kepler, Galileu) elimina a concepção aristotélica do universo e dirige um novo método científico baseado na formulação matemática das leis físicas. Coincidindo com essas mudanças, há uma reformulação da filosofia: uma virada epistemológica. A filosofia não vai começar com uma ontologia, mas com uma teoria do conhecimento, dando prioridade ao sujeito sobre o objeto. As duas grandes correntes da modernidade são o racionalismo e o empirismo, que têm visões opostas em relação ao conhecimento. Enquanto o racionalismo coloca o critério da verdade na razão e o conhecimento construído dedutivamente a partir de ideias inatas, o empirismo coloca o critério da verdade na experiência, nega as ideias inatas e defende um método indutivo de conhecimento. A corrente cética também está presente neste momento, resultado da crise e da incerteza existentes (o colapso da ciência aristotélica e da filosofia escolástica). Montaigne na França e Pierre Charron destacam-se. O Cartesianismo é apresentado como uma tentativa de superar o ceticismo da época, tentando encontrar verdades absolutas e "infalíveis".

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