Descolonização na África e Ásia: Lutas e Independência
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Fatores da Independência dos Povos Afro-Asiáticos
A independência dos povos africanos e asiáticos foi impulsionada por diversos fatores, incluindo:
- A luta dos nativos da África e da Ásia contra os dominadores europeus.
- O enfraquecimento das potências europeias devido às perdas sofridas durante a Segunda Guerra Mundial.
- A solidariedade dos países recém-libertos.
Na Conferência de Bandung, 29 países se autodenominaram Terceiro Mundo e declararam-se neutros na Guerra Fria entre os EUA e a URSS.
Independência da Índia
O principal líder do movimento pela independência na Índia foi Gandhi. Para enfrentar a dominação inglesa, Gandhi propôs e liderou a resistência pacífica. Os indianos foram incentivados a não usar nem comprar produtos ingleses, a desobedecer às leis que os discriminavam dentro da própria Índia e a não pagar impostos, como o imposto sobre o sal. Pressionado pela resistência e abalado pela crise decorrente das perdas sofridas com a Segunda Guerra Mundial, o governo inglês aceitou negociar com os indianos. Assim, em agosto de 1947, surgiram dois países independentes: a Índia, de maioria hindu, e o Paquistão, de maioria muçulmana.
Independência na África
O Pan-africanismo foi um movimento idealizado por negros norte-americanos e antilhanos, que defendia a unidade da África, a solidariedade e a independência dos povos africanos. Já a Negritude foi um movimento africano idealizado pelo senegalês Leopold Senghor, que propunha a valorização das culturas negro-africanas.
As independências africanas podem ser agrupadas em dois blocos:
- Independência por negociação: colônias que conseguiram a independência por meio de acordos com suas ex-metrópoles.
- Independência por guerra: países que conquistaram a independência por meio da guerra de libertação.
A Luta Contra o Apartheid na África do Sul
Os negros fundaram uma organização para lutar por seus direitos, o Congresso Nacional Africano (CNA). Em 1948, a minoria branca decidiu oficializar o apartheid: um regime segregacionista que obrigava os negros a morar em lugares separados dos brancos, a frequentar escolas, praias e restaurantes só para negros e a andar constantemente com um passe, de modo que a polícia pudesse controlar seu deslocamento. Apesar da pressão externa e interna, o governo sul-africano só anulou a maioria das leis do apartheid em 1990.
A Revolução Chinesa: Dominação e Resistência
Potências estrangeiras exerciam sua dominação com o apoio da elite chinesa, liderada pelos notáveis e pelos mandarins. A imensa maioria da população era formada por camponeses que, com seu trabalho, sustentavam as elites e os estrangeiros. Os camponeses promoveram uma grande rebelião — a Revolta dos Boxers —, que se espalhou rapidamente pelo país e recebeu, inclusive, o apoio da família imperial.
O Fim do Império Chinês
Disposto a combater a dominação estrangeira e a corrupção na corte chinesa, o médico Sun Yat-sen fundou o Partido Nacional do Povo (Kuomintang). Em 1911, esse partido conseguiu derrubar o Império Chinês e proclamar uma República.
Ideias Marxistas na China
Foi nesse clima de grande insatisfação social que as ideias marxistas entraram na China e se propagaram por intermédio de intelectuais como Li Ta-chao, professor da Universidade de Pequim e tradutor das obras de Marx e Engels. Para organizar sua luta, os marxistas fundaram, em 1921, o Partido Comunista Chinês (PCCh), que tinha como principal líder Mao Tsé-tung.
Nacionalistas vs. Comunistas
Com a morte de Sun Yat-sen, em 1925, abriu-se uma luta pelo poder, vencida pelo general Chiang Kai-shek, que rompeu com o Partido Comunista Chinês e o colocou na ilegalidade. Com isso, teve início uma prolongada guerra civil entre nacionalistas e comunistas, cujo episódio marcante foi a Longa Marcha.
Guerra Contra o Japão e a Vitória Comunista
Pela firmeza de suas posições na guerra contra o invasor japonês, Mao conquistou o respeito e a admiração do povo chinês. Com a derrota do Japão no final da Segunda Guerra Mundial, os japoneses deixaram a China. Foi o que bastou para que comunistas e nacionalistas chineses recomeçassem a guerra entre si. Adotando a tática de guerrilha, em 1949, Mao Tsé-tung e suas forças, autodenominadas Exército Popular de Libertação, venceram o conflito e proclamaram em Pequim a República Popular da China, um governo marxista presidido por ele. Meses antes, Chiang Kai-shek tinha se retirado para a Ilha de Formosa (atual Taiwan), onde instalou a China Nacionalista.
O Governo de Mao Tsé-tung
Nos primeiros anos de seu governo, Mao Tsé-tung estatizou as grandes empresas, expropriou e distribuiu terras aos camponeses e implementou a industrialização com a ajuda da URSS. A economia chinesa reagiu e passou a apresentar altas taxas de crescimento. Além disso, o governo de Mao concedeu às mulheres os mesmos direitos que os homens tinham.
O Grande Salto para a Frente foi um plano de desenvolvimento ambicioso que pretendia transformar a China em um país desenvolvido no prazo de 15 anos. Para isso, o governo criou as Comunas Populares: comunidades autossuficientes formadas por cerca de 20 mil pessoas. O plano, no entanto, não foi bem-sucedido: a economia se desorganizou, ocorreu escassez de alimentos e milhões de pessoas morreram.