Descolonização Afro-Asiática, Apartheid e Guerra do Vietnã

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Fatores Circunstanciais da Independência Afro-Asiática

Desequilibradas economicamente após o fim da Segunda Guerra Mundial, as nações da Europa assistiram à independência de diversos países da África e do Sul Asiático. Nascia o Terceiro Mundo.

A totalidade dos países da África e alguns países da Ásia foram colonizados, em décadas passadas, por países europeus. Após o término da Segunda Guerra Mundial (1939 a 1945), tais nações europeias colonizadoras estavam em uma situação econômica que não lhes permitia empreender novas guerras civis na tentativa de cercear a independência desses países. EUA e URSS viam com interesse a descolonização dos países afro-asiáticos pelos europeus, pois tinham a intenção de expandir suas áreas de influência.

Conferência de Bandung

Reunidos em 1955, na Indonésia, o novo grupo de países que se descolonizaram e conquistaram a independência discutiu medidas para garantir a independência dos mesmos e estabeleceu políticas de cooperação entre eles. Os recém-formados países não se alinharam às políticas dos Estados Unidos e da União Soviética.

Países Não Alinhados

Associação livre de países que, durante a Guerra Fria, não tinham nenhum compromisso formal com qualquer dos dois poderosos blocos antagônicos dirigidos pelos Estados Unidos e pela União Soviética. A gênese da formação deste grupo, conhecido pelo nome de Movimento dos Não Alinhados (MNA), encontra-se na divisão do mundo em dois blocos, o comunista e o capitalista, depois da Segunda Guerra Mundial, e no subsequente processo de descolonização.

O Apartheid

O termo apartheid se refere a uma política racial implantada na África do Sul. De acordo com esse regime, a minoria branca, os únicos com direito a voto, detinha todo o poder político e econômico no país, enquanto à imensa maioria negra restava a obrigação de obedecer rigorosamente à legislação separatista.

A política de segregação racial foi oficializada em 1948, com a chegada do Novo Partido Nacional (NNP) ao poder. O apartheid não permitia o acesso dos negros às urnas e os proibia de adquirir terras na maior parte do país, obrigando-os a viver em zonas residenciais segregadas, uma espécie de confinamento geográfico. Casamentos e relações sexuais entre pessoas de diferentes etnias também eram proibidos.

A oposição ao apartheid teve início de forma mais intensa na década de 1950, quando o Congresso Nacional Africano (CNA), organização negra criada em 1912, lançou uma campanha de desobediência civil. Em 1960, a polícia matou 67 negros que participavam de uma manifestação. O Massacre de Sharpeville, como ficou conhecido, provocou protestos em diversas partes do mundo. Como consequência, a CNA foi declarada ilegal e seu líder, Nelson Mandela, foi preso em 1962 e condenado à prisão perpétua.

Os EUA e a Guerra do Vietnã

Paralelamente, os Estados Unidos começaram a enviar tropas e fornecer treinamento militar para que a nova ditadura sulista tivesse condições de impedir a ação dos comunistas do Vietnã do Sul. Em resposta, os grupos comunistas sul-vietnamitas - naturalmente apoiados por Ho Chi Minh - criaram a Frente Nacional de Libertação (FNL), movimento guerrilheiro dedicado a pôr fim à intervenção norte-americana na região.

O conflito entre o norte e o sul começou em 1957. Quatro anos depois, os EUA passaram a participar do confronto, enviando conselheiros militares. Logo em seguida, com o assassinato de Dinh Diem, os EUA começaram a utilizar seus exércitos para lutar contra o avanço dos vietcongues, nome dado aos comunistas que participaram da guerra. Para justificar sua ação, os EUA acusaram o Vietnã do Norte de participar do ataque a embarcações norte-americanas no Golfo de Tonquim.

Conferência de Bandung (Revisitada)

Conferência de Bandung é o nome com o qual ficou conhecido historicamente o encontro ocorrido nesta cidade indonésia entre 18 e 24 de abril de 1955, que reuniu os líderes de 29 estados asiáticos e africanos, responsáveis pelos destinos de 1 bilhão e 350 milhões de seres humanos. A Conferência de Bandung prima pelo seu pioneirismo em tratar de assuntos inéditos à época, como a influência negativa dos países ricos em relação aos pobres e a prática de racismo como crime. Foi proposta ainda a ideia de criar um Tribunal da Descolonização, que julgaria os responsáveis pela prática deste crime contra a humanidade, responsabilizando também os países colonialistas, significando ajudar a reconstruir os estragos perpetrados pelos antigos colonos no passado. Tal ideia, porém, foi abafada pelos países centrais, ou seja, aqueles mais influentes no cenário internacional.

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