Desenvolvimento e Identidade Docente
Classificado em Psicologia e Sociologia
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Existe uma necessidade de se investir no desenvolvimento de professores, compreendendo a deficiência do trabalho como mediação nos processos constitutivos da cidadania dos alunos, com a intenção de superar o fracasso e as desigualdades escolares. Espera-se que desenvolvam conhecimentos e habilidades, facilitando a construção contínua de seus saberes-fazeres docentes a partir da realidade vivida por eles, mobilizando os conhecimentos da teoria da educação e da didática, desenvolvendo a capacidade de investigar a própria prática para construir e transformar os seus saberes-fazeres docentes, construindo suas identidades como professores. A identidade profissional se constrói a partir da significação social da profissão, da revisão dos significados e das tradições, reafirmação de práticas valorizadas culturalmente, do confronto entre as teorias e práticas, da investigação das práticas, construindo novas teorias. Constrói-se pelo significado que o professor atribui à atividade docente a partir de seu modo de vida, representações e contextualização social, e das relações com outros professores nas diferentes instituições. Quanto aos saberes da docência, a autora os divide em três: a experiência, o conhecimento e os saberes pedagógicos.
- A experiência como saber da docência se constitui no decorrer da vida do aluno como estudante, em toda relação que contribuiu para a formação humana do aluno, e tudo o que sabem a respeito da profissão, as representações e os estereótipos por meio dos sistemas de comunicação. Outros em atividades docentes.
- O conhecimento, como saber docente, sugere a necessidade de se questionar quanto ao significado do conhecimento, das suas informações, o quanto ele é poder e até onde, qual o seu papel, da relação entre as ciências e os modos de produção (material, existencial), da sociedade e da informática. Segundo ela, conhecer implica um trabalho com as informações, classificando-as, analisando-as e contextualizando-as. Assim, a inteligência, como a arte de articular o conhecimento de maneira útil e pertinente, produzindo novas formas de progresso e desenvolvimento, e a reflexão como sendo uma capacidade de produzir novas formas de existência. Nisto está a relação entre o poder e o conhecimento, “a informação confere vantagens a quem a possui (p.22)“. A autora afirma que é necessário informar e trabalhar as informações para construir a inteligência, e que o trabalho da escola é o de mediar a informação e os alunos, tornando possível desenvolver a reflexão para adquirir a sabedoria necessária à construção do homem. Sendo assim, para ela “educação é um processo de humanização; que ocorre na sociedade humana com a finalidade explícita de tornar os indivíduos participantes do processo civilizatório e responsáveis por levá-lo adiante. Enquanto prática social é realizada por todas as instituições da sociedade. (p.23)“. A finalidade da educação escolar seria o de preparar os alunos para trabalharem os conhecimentos tecnológicos e científicos, desenvolver habilidades para utilizar, rever e reconstruir, num processo de análise, confrontamento e contextualização.
- Os saberes pedagógicos são saberes da docência necessários para se saber ensinar, uma vez que experiência e conhecimentos específicos não são suficientes. Na prática docente, são necessários também os saberes pedagógicos e a didática. Constituem os saberes pedagógicos temas como relacionamento professor-aluno, importância da motivação e do interesse dos alunos no processo de ensino-aprendizagem, e das técnicas de ensinar. Na formação de docentes há uma necessidade de articulação entre a realidade existente nas escolas e a formação contínua de professores. Superando a fragmentação dos saberes da docência (saberes da experiência, saberes científicos, saberes pedagógicos), analisando a prática social ressignificando os saberes como ponto de partida para formação de professores. A autora aborda a necessidade de registrar sistematicamente as experiências vividas pelo professor, a partir da análise desse registro de experiência, reorientar as pesquisas para se construir novos saberes pedagógicos, trabalhando a pesquisa como foco principal na formação para a docência. Segundo a autora, há uma necessidade de refletir na ação, sobre a ação e sobre a reflexão na ação, sendo uma proposta metodológica para construir uma identidade necessária de professor, articulando a política de formação e a pesquisa, as tendências de análise sobre a formação de professores denominados de reflexivos. Em oposição à racionalidade técnica, a formação docente passa de aspectos curriculares e disciplinares para os aspectos profissionais do professor. Sendo assim, a formação de professor na linha reflexiva propõe uma valorização política do professor de forma pessoal e profissional, propiciando uma formação contínua no local de trabalho e em parcerias com instituições de formação; em meio às mudanças e transformações sociais e culturais, bem como a inovações tecnológicas, portanto há uma necessidade de ressignificar a identidade dos professores.