Desenvolvimento e Nutrição na Infância: 0 a 10 anos

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Desenvolvimento e Hábito Alimentar na Infância

1. Características do Desenvolvimento e Hábito Alimentar do Pré-Escolar e Escolar

Pré-Escolar (1 a 6 anos):

Nesta fase, as crianças tornam-se mais independentes e curiosas, explorando o mundo ao seu redor. É comum haver redução do apetite, recusa de alimentos e diminuição da velocidade do ganho de peso. O consumo de lipídios dentro de casa é maior do que na escola, representando cerca de 60%. É importante iniciar a transição da mamadeira para o copo. A inapetência, seja orgânica ou comportamental, é uma característica comum nessa idade.

Escolar (7 a 10 anos):

A fase escolar é marcada por maior socialização, o que contribui para uma melhor aceitação dos alimentos e aumento do apetite. Ocorre um aumento no depósito de gordura, preparando o corpo para o estirão de crescimento, resultando em ganho de peso. É comum observar uma diminuição na ingestão de verduras e legumes nesse período.

2. Principais Patologias em Crianças de 0 a 10 anos

As crianças nessa faixa etária são suscetíveis a diversas doenças, incluindo:

  • Gripes e resfriados
  • Diarreia
  • Asma
  • Pneumonia
  • Rinite
  • Escarlatina e Roséola
  • Conjuntivite
  • Catapora
  • Sarampo
  • Rubéola (a vacinação é fundamental para a prevenção)
  • Obesidade
  • Desnutrição proteica
  • Anemia ferropriva

3. Introdução Alimentar Adequada

A introdução alimentar deve ser iniciada a partir dos seis meses de idade. Caso a criança esteja sendo amamentada, deve receber três refeições ao dia (duas papas de fruta e uma salgada). Se estiver desmamada, a frequência aumenta para cinco vezes ao dia.

Papa Salgada:

Deve conter cereais, tubérculos, leguminosas, carnes e hortaliças, todos bem cozidos e amassados.

Papa Doce:

Preparada com frutas amassadas em forma de purê.

Importante: jamais liquidificar os alimentos.

4. Diferenças no Desenvolvimento do Pré-Escolar, Escolar e Adolescente

Pré-Escolar (1 a 6 anos):

Caracterizada pela redução da velocidade de crescimento e do apetite. As crianças demonstram grande interesse pelo ambiente e menor interesse pelos alimentos.

Escolar (7 a 10 anos):

Marcada pela independência e maior socialização, promovendo melhor aceitação dos alimentos e aumento do apetite. O apetite deve ser compatível com a atividade física e o estilo de vida da criança.

Adolescência:

Fase de grande vulnerabilidade para o desenvolvimento de distúrbios nutricionais. As necessidades de nutrientes específicos aumentam devido à aceleração do crescimento, desenvolvimento puberal e modificações na composição corporal. Hábitos alimentares inadequados são comuns nesse período.

5. Atuação do Nutricionista na Melhora dos Hábitos Alimentares de Crianças com Inapetência

O primeiro passo é identificar se a inapetência é orgânica ou comportamental.

Inapetência Orgânica:

Não depende da presença da mãe e está associada à deficiência de micronutrientes. As orientações incluem:

  • Oferecer refeições a cada 2-3 horas.
  • Em caso de recusa das principais refeições, não substituir por leite.
  • Oferecer frutas, legumes e verduras, mesmo que a criança não os consuma.
  • Evitar comentários sobre as sobras do prato.
  • Não oferecer líquidos junto com as refeições.
  • Não castigar ou oferecer doces como recompensas.

Inapetência Comportamental:

Associada à busca por atenção dos pais, que muitas vezes estão ausentes devido ao trabalho. As recomendações incluem:

  • Evitar distrações durante as refeições, como televisão ou dispositivos eletrônicos.
  • Evitar trocar a refeição sólida por líquida para evitar que a criança .
  • Manter horários flexíveis para as refeições.
  • Encaminhar os pais para um especialista, que poderá auxiliá-los a lidar com a ansiedade e outros fatores relacionados.

6. Cuidados com a Alimentação nos Primeiros 12 Meses

  • Leite materno exclusivo até os 6 meses, com introdução gradual de alimentos a partir dessa idade.
  • Crianças amamentadas exclusivamente no peito não necessitam de água, chá, suco ou outros líquidos.
  • Não oferecer mel, devido ao risco de botulismo.
  • Expor a criança a diferentes alimentos, mesmo que ela rejeite inicialmente (8 a 15 exposições).
  • Não adicionar açúcar ou leite nas papas.
  • Oferecer os alimentos separadamente para que a criança aprenda a reconhecer sabores e texturas.
  • Oferecer as papas sem rigidez, respeitando a vontade da criança.

7. Características do Metabolismo do Lactente

Segundo o Ministério da Saúde, a velocidade de crescimento pós-natal é mais acentuada até os dois primeiros anos de vida, com declínio gradual até os cinco anos. A partir dessa idade, a velocidade se torna praticamente constante (5 a 6 cm/ano) até o início do estirão da adolescência (por volta dos 11 anos para meninas e 13 anos para meninos). O crescimento não é uniforme em todas as partes do corpo; diferentes órgãos, tecidos e partes crescem em ritmos distintos.

Cálculos para Lactentes (0 a 2 anos):

Peso/altura entre o percentil 3 e 97

NEE (Necessidade Energética Estimada) = GET (Gasto Energético Total) + Deposição de Energia

  • 0 a 3 meses: (89 x Peso em kg) - 100 + 175 kcal
  • 4 a 6 meses: (89 x Peso em kg) - 100 + 56 kcal
  • 7 a 12 meses: (89 x Peso em kg) - 100 + 22 kcal
  • 13 a 35 meses: (89 x Peso em kg) - 100 + 20 kcal

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