Desenvolvimento Psicomotor: Da Percepção à Ação

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Pioneiros da Psicomotricidade

Tissie: Foi o primeiro a tratar um caso de instabilidade mental com impulsividade mórbida por meio da ginástica médica, estabelecendo uma conexão inovadora entre movimento e pensamento.

Charcot: Atribuiu ao movimento um papel crucial na restauração de ideias saudáveis.

Shilder: Abordou os processos libidinais, com foco na imagem corporal e no estado de autoconsciência que emerge do fluxo paralelo da consciência.

Dupré: Afirmou a independência da debilidade motora (precursora do sintoma psicomotor) em relação a um possível correlato neurológico.

Guilmain: Desenvolveu um exame psicomotor para fins de diagnóstico, indicação terapêutica e prognóstico.

Ajuriaguerra: Redefiniu o conceito de debilidade motora como uma síndrome com características próprias, delimitando os transtornos psicomotores que se situam entre o neurológico e o psiquiátrico.

Neuropsicologia e o Ato Psicomotor

Neuropsicólogos: Estudam a relação entre cérebro e comportamento, com foco nas capacidades mentais complexas, como linguagem, autoconsciência, memória e aprendizagem. A discussão sobre o ato psicomotor a partir da relação gnósico-práxica levanta a questão: o ato psicomotor é a base da psicomotricidade?

Todas as informações sensoriais, antes de serem processadas no córtex cerebral, passam pela formação reticular no subcórtex. Essa região funciona como um filtro, selecionando as informações que serão processadas no córtex. As informações sensoriais são então projetadas na área primária correspondente: occipital para informações visuais, temporal para informações auditivas e parietal para informações táteis e sinestésicas.

A área primária fornece uma percepção difusa da realidade. É na área secundária, adjacente à primária, que ocorre a percepção completa da realidade. A área secundária armazena as representações do mundo, formadas a partir de nossas percepções. É nesse estágio que ocorre a gnosia, o reconhecimento do mundo.

Na área terciária, as informações sensoriais são integradas e processadas em seus respectivos lobos. Essa integração é crucial para a área motora do cérebro, localizada no lobo pré-frontal, responsável pelas funções executivas. É na área terciária que surge a capacidade de planejar ações e movimentos com base nas percepções sensoriais.

A área pré-frontal se conecta à área secundária motora (pré-motora) e suplementar, onde ocorre a praxia, a capacidade de programar e planejar movimentos voluntários. É nesse estágio que os movimentos são organizados e sequenciados.

Finalmente, a área motora primária recebe as informações da área pré-motora e comanda a execução do movimento pelos músculos. Esse processo gnósico-práxico é essencial para qualquer movimento voluntário.

Desenvolvimento Sensorial e Motor

Experiências Sensoriais Após o Nascimento

  • Evolução da Função Visual: A visão no nascimento é circundante, dependente da periferia da retina. A maturação da fóvea, responsável pela visão discriminativa, depende dos movimentos oculares. A capacidade de fixar o olhar, seguir um estímulo e realizar movimentos oculares horizontais, verticais e circulares se desenvolve nas primeiras semanas de vida.

Organização do Sistema Telo cinético

A estimulação exteroceptiva (visual ou auditiva) com significado afetivo desencadeia atitudes corporais em direção aos estímulos. O controle cortical intencional atua nesse campo.

Aquisição dos Automatismos de Controle Piramidal

  1. Os bebês abrem os punhos em vez de mantê-los fechados.
  2. Coordenação visomotora: início da preensão (4-6 meses).
  3. Manipulação (6-10 meses): a preensão se torna mais refinada e coordenada.
  4. Após 10 meses: o jogo e a exploração permitem a criança ampliar suas possibilidades de ação.

Evolução da Locomoção

  • Treinamento da postura ereta (9 meses).
  • Deslocamento com apoio (11-12 meses).
  • Marcha independente (12-14 meses).

Desenvolvimento da Imagem Corporal (3-6 anos)

Narcisismo e Imagem Corporal

Após a fase de vínculo com a mãe, a criança se volta para o próprio corpo, desenvolvendo um investimento narcisista. A atividade motora é fundamental para a construção da imagem corporal nesse período. A identificação com figuras de apego permite a integração de aspectos do outro. A partir dos 3 anos, a interiorização possibilita o retorno da criança a si mesma, marcando um passo importante no desenvolvimento do narcisismo.

Jogo Simbólico e Imaginação

A organização perceptiva da criança de 3 anos ainda é limitada. O jogo simbólico permite que a criança experimente o “eu” no plano imaginário, confundindo a realidade interior e exterior.

Conflito Edípico

A figura paterna ganha importância no conflito edípico. A criança internaliza aspectos da masculinidade e feminilidade a partir da relação com os pais, influenciando sua personalidade futura.

personalidade futura.

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