Desenvolvimento Sustentável e Ecopedagogia
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Desenvolvimento Sustentável e/ou Economia Ecológica
Vertente que surge na década de 1970, inspirada no conceito de ecodesenvolvimento (Ignacy Sachs, 1986) e em "O Negócio é Ser Pequeno" (Schumacher, 1981). Ganha grande impulso na segunda metade da década de 1980, quando governos e organismos internacionais começam a se preocupar com o futuro da vida no planeta e passam a publicar documentos como "Nosso Futuro Comum", a propor mecanismos de regulação do uso dos recursos naturais e a criar novas legislações.
Expressa-se hoje, sobretudo, no chamado Capitalismo Natural (Lovins, 2002) e no Ecodesign, entendido como o planejamento das intervenções antrópicas no ambiente, utilizando tecnologias e materiais desenhados ecologicamente.
De grande influência nos países do hemisfério norte, esta corrente representa um grande avanço no uso racional dos recursos naturais, na redução do consumo de energia, na minimização de emissão de gases poluentes, na redução e no tratamento dos resíduos, na ecoeficiência, etc. Exerce grande influência nos bancos internacionais e nos organismos multilaterais, em especial em documentos do PNUMA, FAO, UNESCO, entre outros.
Seu sucesso está intimamente relacionado ao surgimento dos conceitos de responsabilidade social e desenvolvimento sustentável, frutos de décadas de trabalho dos movimentos da sociedade civil, especialmente o movimento feminista, de direitos humanos e o ambientalista, que forjaram consumidores, eleitores e investidores mais exigentes.
Surge um grande número de fundações, institutos e associações governamentais, privadas e mistas que passam a trabalhar a educação ambiental sob a ótica da construção de um novo modelo de produção, distribuição, consumo e descarte. Algumas ONGs ambientalistas, que tradicionalmente trabalham a questão da Educação Ambiental, se associam e/ou firmam parcerias com instituições de pesquisa nacionais e internacionais e passam a atuar fortemente com tais conceitos e práticas.
Ecopedagogia
Tem como fundamento a concepção de Paulo Freire da educação como ato político que possibilita ao educando perceber seu papel no mundo e sua inserção na história. A ecopedagogia prega um olhar global a partir das práticas do cotidiano. Nela, a noção de natureza está embasada na Hipótese de Gaia, de James Lovelock, e no pensamento de Fritjof Capra e Leonardo Boff, e está associada a elementos espirituais.
Assim, os referenciais teóricos que fundamentam suas práticas são: o holismo, a complexidade e a pedagogia freireana.
As duas últimas características, especialmente, dão o tom da abordagem metodológica desta vertente, que busca contribuir para a formação de novos valores para uma sociedade sustentável.
Compreende a educação a partir de uma concepção "dinâmica, criadora e racional, onde a harmonia ambiental supõe tolerância, respeito, igualdade social, cultural, de gênero e aceitação da biodiversidade" (Gutierrez e Prado, 2000).
A ecopedagogia se afirma como movimento social em torno, principalmente, da formulação e discussão da Carta da Terra.
Para saber mais, consulte: Carta da Ecopedagogia (em defesa da pedagogia da Terra): www.paulofreire.terra.com.br