Dinâmica de Grupo no Trabalho Social: Coesão e Influência

Classificado em Psicologia e Sociologia

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1. Introdução

O Trabalho Social (TS) com grupos exige um adequado domínio da dinâmica de grupo. Apenas um conhecimento adequado de tais interações dinâmicas permite a utilização correta dos principais modelos e sua aplicação nas diferentes áreas em que as empresas possam desenvolver o seu trabalho social. Desde o início do TS com grupos como uma disciplina científica, tem sido de interesse a análise psicológica, sociológica e de comunicação que operam na interação em grupo, e a dinâmica de grupo tem desempenhado um papel muito importante. A experiência prática dos assistentes sociais com grupos também destaca a importância de uma compreensão clara da dinâmica de grupo, uma vez que ela determinará a eficácia de sua própria profissão.

2. O Que Acontece no Grupo?

Quando os membros do grupo interagem, surge um produto dessa interação: uma série de processos, conhecidos como "Dinâmica de Grupo." Ao analisá-los, podemos distinguir duas questões:

  • Como ela é gerada: Focando nossa atenção nas relações entre seus membros e descrevendo como o conjunto de comportamentos, conhecimentos e discursos que cada um construiu durante seu processo de socialização influencia o grupo e os ambientes sociais mais amplos.
  • Qual a influência: Uma vez estabelecida, é importante analisar qual a influência da dinâmica de grupo em cada um dos participantes e no grupo como uma unidade.

Se buscarmos um elemento comum entre as várias abordagens teóricas que explicam os processos que operam em grupos, podemos destacar um: a consideração de grupos como sistemas sociais. Um sistema consiste em uma série de elementos e as interações que ocorrem entre eles. Como sistemas sociais, os grupos podem ser definidos como pessoas em contínua interação umas com as outras. Como as pessoas são seres sociais, imersos em uma rede de relações, os riscos decorrentes da falta de conhecimento da dinâmica de grupo são muito elevados. A interação do grupo pode gerar dinâmicas positivas de apoio mútuo, mas também negativas. Considere, por exemplo, a violência de grupos urbanos, que através de um confronto violento produzem consequências fatais para um ou mais de seus membros. Em sociedades como a espanhola, em que os imigrantes representam atualmente cerca de 10% da população total, o TS com grupos enfrenta o desafio do multiculturalismo. É preciso enfrentar uma crescente diversidade, levando em consideração que o código de conduta para os imigrantes, por vezes, não se encaixa perfeitamente nos requisitos e nas habilidades sociais exigidas pelo mercado de trabalho, e recordando que o objetivo do TS com os grupos é permitir a coexistência positiva em todas as áreas em que estas pessoas se movem. Na aplicação de dinâmicas de grupo a estes grupos, não levar em conta as variáveis raciais, étnicas e culturais pode ter efeitos adversos significativos.

3. O Papel do Assistente Social na Dinâmica de Grupos

A dinâmica de grupo não é estática; ela varia conforme o grupo se desenvolve ao longo do tempo. O processo do grupo não é automático, e obter progressos satisfatórios depende de uma adequada compreensão da dinâmica de grupos por parte do assistente social. Algumas estratégias para promover a dinâmica adequada, visando a satisfação emocional e social das pessoas e como tirar mais proveito dos membros do grupo, são:

  • Analisar cuidadosamente as dinâmicas de grupo que emergem da interação entre os membros do grupo.
  • Considerar seu impacto sobre os membros do grupo, levando em conta sua raça, etnia e nível socioeconômico.
  • Avaliar o seu impacto sobre o desempenho atual do grupo, bem como o seu desenvolvimento nas sessões seguintes.
  • Orientar o desenvolvimento de dinâmicas de grupo, com dois objetivos: facilitar a participação e satisfação dos membros e liderar o grupo para alcançar seus objetivos.

4. Elementos Característicos da Dinâmica de Grupo

4.1. Processos de Interação e Padrões de Comunicação

A dinâmica de grupo surge nas interações sociais de seus membros e influencia seu comportamento e atitudes. Os elementos básicos envolvidos na comunicação entre as pessoas são: um transmissor, um receptor e uma mensagem transmitida. O processo de comunicação envolve:

  • A codificação das percepções, pensamentos e sentimentos em forma de linguagem ou algum outro tipo de símbolos pelo emissor.
  • A transmissão da linguagem e símbolos, que ocorre de forma verbal ou não verbal, tanto em ambientes presenciais (cara a cara) quanto virtuais.
  • Finalmente, a decodificação da mensagem pelo destinatário.

Enquanto os membros do grupo se comunicam entre si, surge um padrão de interação, que definimos como o modelo em que as relações são organizadas. Padrões de interação podem ajudar ou prejudicar o grupo. Um objetivo básico dos assistentes sociais é analisar e agir sobre esses padrões para ajudar o bem-estar das pessoas e atingir metas.

4.1.1. Características dos Processos de Comunicação

A partir do TS, os principais requisitos para que a comunicação ocorra são: a igualdade ou simetria, a bidirecionalidade/multidirecionalidade, o respeito e a apreciação positiva dos atores, a honestidade, a confidencialidade, a racionalidade, a equidade e justiça, a proximidade e a empatia percebida. Devem ser diferenciados os processos de comunicação que ocorrem em tempo real e aqueles que permitem a interação em diferido (em tempos e áreas geográficas diferentes). A comunicação face a face pode ser verbal ou não verbal. Nos grupos virtuais, os participantes se comunicam verbalmente e não verbalmente, mas o texto escrito exige mais racionalidade para alcançar uma expressão adequada, geralmente incorporando um argumento mais elaborado. A dimensão não verbal é frequentemente associada a imagens, desenhos de rostos ou gestos delicados que procuram reproduzir no texto escrito o estado emocional que o emissor quer transmitir na mensagem. Também pode haver a comunicação não verbal tradicional através da utilização da videoconferência. A dimensão temporal pode variar dependendo do ambiente de comunicações em que a interação social tem lugar (presencial ou virtual). Assim, a comunicação pode ser síncrona (na interação face a face) ou assíncrona (típica da comunicação na Internet, onde os membros do grupo respondem a mensagens em um horário diferente do recebimento). Em grupos de comunicação face a face, a comunicação é constante; mesmo quando não se comunicam verbalmente, o comportamento não verbal é observável. Em contrapartida, nos grupos de "internautas" (virtuais), a comunicação não verbal é muito mais limitada. Nos grupos de trabalho social, é possível observar, compreender e ser capaz de determinar diferentes padrões de comunicação e interação, com base em um princípio básico: os participantes se comunicam por várias razões. Uma vez estabelecidos, os padrões de comunicação tendem a permanecer constantes em diferentes situações, e uma análise adequada dos mesmos nos permite trabalhar de forma mais eficaz. Por exemplo, uma pessoa com um padrão de comunicação baseado em expressões de raiva contra a intervenção de outras pessoas nas interações dentro do grupo pode ser apoiada pelo assistente social para aprender a responder de forma mais suave em qualquer situação. Mensagens não verbais requerem especial atenção na dinâmica de grupo, uma vez que fornecem informações básicas sobre a personalidade e os códigos culturais de cada um dos participantes. Elas fornecem informações valiosas ao avaliar como estão reagindo à comunicação verbal. Existem pessoas que não conseguem verbalizar seus sentimentos negativos, e através da informação e comunicação não verbal, isso pode vir à luz. Alta participação verbal no grupo produz benefícios terapêuticos e menos fadiga, mas às vezes há dificuldades de comunicação decorrentes de códigos culturais e das línguas faladas pelas pessoas envolvidas no grupo. No caso de um grupo com membros de diferentes nacionalidades, a barreira da língua pode ser um grande problema na comunicação verbal. Portanto, é crucial prestar atenção a este fato, a fim de assegurar um nível adequado de participação e evitar os problemas associados com a baixa participação no grupo de membros de outras culturas. O Feedback (realimentação) desempenha um papel-chave na comunicação do grupo. Através do feedback adequado, as distorções e equívocos que causam conflitos dentro do grupo podem ser discutidos, verificando se o significado da mensagem foi entendido corretamente. Para este efeito, são frequentemente utilizadas intervenções como "se eu entendi..." ou "se eu compreendi....".

4.1.2. Padrões de Interação

Podemos distinguir quatro padrões básicos de interação:

  • Quando o líder (geralmente o assistente social) é a figura central. A interação comunicativa é do próprio líder para cada pessoa e de cada pessoa para o líder.
  • Quando as pessoas no grupo falam na sua vez.
  • Quando o líder e um dos participantes interagem por um longo tempo, enquanto o resto observa.
  • Quando as pessoas assumem toda a responsabilidade de participar ativamente na comunicação, tendo consciência de sua capacidade de contribuir significativamente para a matéria que lhes diz respeito.

Os três primeiros modelos são centrados no líder, porque ele é a figura que dá a estrutura ao grupo. O quarto padrão é centrado no grupo: é gerado a partir da iniciativa do grupo, e suas características são: livre interação dos membros, canais de comunicação entre os membros totalmente abertos, aumento da interação social, moral do grupo fortalecida, tomada de decisões inovadoras, e aumento do compromisso do grupo para atingir seus objetivos. O uso de um ou outro padrão (focado no líder ou no grupo) depende da finalidade para a qual a dinâmica de grupo foi projetada e do diagnóstico prévio da situação pessoal de cada participante em relação a esses objetivos. Padrões de interação são estabelecidos a partir dos padrões de relacionamento interpessoal, que são sempre gerados a partir da comunicação entre os membros do grupo. Alguns fatores envolvidos nos processos de comunicação e que afetam as relações intragrupo são:

  • Não-verbal: Desempenha um papel fundamental nos processos de comunicação. Usamos diferentes elementos para reforçar as nossas mensagens, para regular a frequência com que as pessoas falam entre si ou com o assistente social e para facilitar a nossa interação (atenção seletiva, elogio, sorriso, contato visual...). Não prestar a atenção adequada à linguagem não verbal reduz o nível de comunicação e afeta negativamente a dinâmica de grupo.
  • Atração interpessoal: Reforça a coesão e promove a comunicação. Os membros do grupo são mais atraídos por participantes cujas atitudes são semelhantes às suas. A atração pessoal favorece a formação de subgrupos. Eles não representam ameaça ao grupo, mas sim um auxílio. Representam um perigo somente quando a atração vivida pelos membros do subgrupo é maior do que a sentida pelo grupo como uma unidade.
  • A composição física e o tamanho do grupo: À medida que o tamanho do grupo aumenta, aumentam as possibilidades de relacionamentos de cada membro e aumentam os recursos disponíveis (financeiros, pessoais...). Quanto maior o grupo, mais provável é que se enfrentem objetivos maiores. Aumenta a heterogeneidade. Desfruta de maior legitimidade. Embora nem tudo seja positivo nestes grupos, é provável que surjam conflitos e que sejam mais difíceis de resolver. Também é muito mais difícil manter um grupo coeso e motivado deste tipo.
  • Fatores relacionados com o status, o poder, o sexo e o nível socioeconômico. O assistente social deve permanecer vigilante para produzir uma comunicação equilibrada e evitar que esses padrões ocorram no início da vida do grupo.
  • A criatividade e a capacidade de resolver problemas. Quando as pessoas se afastam das normas, mas seu desempenho é competente e útil para o grupo, são geralmente bem vistas pelos outros participantes.

4.2. Coesão do Grupo

Um grupo existe na medida em que mantém um vínculo com os seus membros, assim como as sociedades, que existem como tal porque os seus membros são mantidos juntos através de um laço social. A dimensão básica da dinâmica de grupo é o relacionamento que se desenvolve entre os seus membros e como usá-lo para alcançar os objetivos definidos pelos grupos de trabalho social. Este link é o que é chamado de "coesão". Coesão é o conjunto de forças que mantêm o grupo unido, incentivam os seus membros a continuar no grupo e oferecem oposição às forças que tentam separá-los. Os principais fatores que criam a coesão do grupo são:

  • Atração interpessoal: Gerada por diversas razões (reciprocidade de admiração, semelhança...).
  • Recursos e status: Os membros do grupo acreditam que têm assegurado através da sua permanência no grupo. Esse desejo de status medeia a comunicação que ocorre no grupo.
  • A necessidade de autoavaliação: Existem pessoas que querem entrar em grupos para controlar suas próprias capacidades.
  • Comparações positivas: Da situação atual em relação às experiências anteriores do grupo.

A sensação de inclusão em nosso ambiente e em nossa sociedade é uma necessidade básica. Portanto, nós nos identificamos com os grupos em que experimentamos uma forte coesão interna. As principais características dos grupos coesos são as seguintes:

  • Reconhecem as realizações de seus membros e tendem a confiar uns nos outros.
  • As pessoas são atraídas para o seu grupo ao vivenciarem que sua participação é valorizada e quando se sentem satisfeitas com os demais.
  • Proporcionam aos membros um senso de segurança.
  • As pessoas confiam em sua própria capacidade de realização de um conjunto de tarefas.

Os grupos satisfazem as necessidades dos seus membros de formas muito diferentes. Cada um de nós é atraído para os grupos que reconhecem nossos pontos fortes, que promovem o nosso senso de competência e elevam a autoestima. Ao analisar o papel da coesão dentro do grupo, podemos distinguir duas dimensões:

  • Coesão baseada na atração por alguns membros em relação a outros dentro do grupo; a atração vem do desejo de pertencer a ele.
  • Coesão baseada no grau em que o grupo ajuda seus membros a atingir metas importantes.

As estratégias que podem ser desenvolvidas dentro do grupo para aumentar o seu nível de coesão são:

  • Aumentar o fluxo de comunicação entre as pessoas envolvidas.
  • Reforçar a atratividade de cada uma delas para a interação do grupo.
  • Considerar o que cada pessoa traz para os membros do grupo.
  • Reafirmar a sua identidade coletiva enquanto membros do grupo.

Os efeitos da coesão nos resultados do grupo podem ser positivos ou negativos. Portanto, o trabalhador social de grupo tem de avaliar as características específicas da coesão que é gerada no grupo de trabalho. Deve reforçar os aspectos positivos da coesão e evitar possíveis efeitos negativos.

4.3. A Integração Social e a Influência

A dinâmica de um grupo sempre se move ao longo de dois vetores:

  • Adaptação e integração no grupo, aceitando as regras coletivas.
  • A influência entre maiorias e minorias.

4.3.1. A Integração Social

Trata-se de como as pessoas estão integradas entre si e como são aceitas no grupo. É definida como o conjunto de vínculos ambientais, comportamentais, afetivos e cognitivos que unem os membros do grupo.

  • Vínculos ambientais incluem: semelhanças econômicas, ambientes sociais de comportamento semelhante, etc. As redes sociais, que incluem todas as pessoas (familiares, amigos, colegas de trabalho...), promovem a inclusão social. Compartilhamento de espaço físico, proximidade de habitações, o mesmo trabalho... promovem a integração e geram "capital social".
  • A integração comportamental ocorre quando as pessoas são interdependentes umas das outras para satisfazer suas necessidades. As pessoas são orientadas para a avaliação das muitas facetas de suas vidas, competências, ideias sociais, políticas... Dado que a obtenção de avaliações objetivas é muito difícil, utilizam a autoavaliação e a comparação dos resultados com as pessoas ao seu redor. Esta necessidade de constante comparação é a origem de muitos grupos formados a partir da semelhança objetiva e subjetiva de cada pessoa com os outros membros.
  • A integração afetiva se refere aos laços baseados em emoções ou sentimentos (atração por sexo, raça, personalidade, status econômico, idade...).
  • A integração cognitiva refere-se à consciência da maneira comum de perceber a realidade que ocorre em cada membro do grupo. Ser percebido como um membro do grupo tem um impacto sobre o comportamento das pessoas, tanto nas relações intragrupo quanto intergrupo e, consequentemente, afeta a evolução do grupo.

Do ponto de vista dos grupos de TS, pode haver diferentes níveis de integração social. Na conceção e planeamento de uma dinâmica de grupo, temos de levar em conta os efeitos decorrentes da integração do grupo. Uma forte influência social restringe a liberdade individual, mas também permite que cada pessoa lide com suas próprias experiências e reforce as habilidades sociais como um objetivo básico de sua participação. Ajuda a unanimidade quanto aos fins e objetivos do grupo e ajuda a orientar o trabalho do grupo na direção correta e eficiente, estimulando a realização de metas.

4.3.2. A Influência Social

A dinâmica de interação do grupo pode ser analisada sob uma perspectiva focada em como os pensamentos, sentimentos e comportamentos de algumas pessoas influenciam os de outras, tanto direta quanto indiretamente.

Influência da Maioria ou da Minoria?

Pode-se dizer que os processos conducentes à influência social dentro de grupos são o produto da interação de fatores cognitivos e estratégicos.

Dependendo de quem influencia e quem é atingido, e da dinâmica que se desenvolve entre os dois polos, duas abordagens podem ser distinguidas no estudo da influência social, e que são significativas para o trabalhador social:

  • Abordagem centrada na pressão da maioria do grupo. Além daqueles que se desviam ou discordam com a sua visão da realidade, oferece diretrizes claras para que cada pessoa se adapte e aja sobre o meio ambiente. Características desta perspectiva:
    • A influência é exercida em uma direção: a partir do grupo, ou seja, do mais para cada pessoa.
    • Esta dependência reforça a pressão que cada membro experimenta em relação ao grupo como tal.
    • Sob pressão da maioria, há duas opções: adaptar e adotar a opinião da maioria ou resistir e desviar-se desse parecer.
  • Abordagem centrada na pressão das minorias. As características que a pressão minoritária deve ter para aumentar a coerência de sua posição e aumentar sua capacidade de influenciar efetivamente a maioria são:
    • Estudos de Barnard mostram que a pressão social sobre a opinião da minoria diminui com o aumento da coesão do grupo.
    • A consistência da minoria pode mudar a opinião da maioria. Se a pessoa exprime um argumento consistente, pode levar a maior parte do grupo a aprovar a sua resposta, embora esse fato leve à alteração das regras do grupo.
Padronização, Conformidade e Inovação

Há três dimensões básicas que atuam em processos de influência social. As duas primeiras tendem a se referir à influência dos grupos majoritários, enquanto que a inovação está principalmente preocupada com os grupos minoritários.

Normalização

Em qualquer grupo, a interação entre as pessoas gera normas coletivas. A troca de informações dentro do grupo leva à formação de padrões de resposta coletiva, isto é, normas sociais, que fornecem informações estáveis e precisas sobre a situação e ajudam a orientar o pensamento individual. Esta norma coletiva não é geralmente a média de todas as normas individuais, e o assistente social deve ter em conta as características da interação que ocorre em cada situação (nem todos os membros do grupo influenciam da mesma maneira ou têm a mesma capacidade de influência). A posse de normas ou contranormas é muitas vezes um poderoso fator no processo de influência dentro do grupo. O padrão comum é um fenômeno supra-individual: é uma média dos padrões individuais. Apenas no caso ideal de uma interação do grupo em que haja igualdade em termos de funções e uma influência simétrica entre os participantes, se chegará a uma regra coletiva média a partir dos padrões individuais. No TS, uma das funções básicas da normalização é evitar os conflitos e permitir a coesão do grupo. A heterogeneidade de perceções da realidade dentro de um grupo gera conflito, e por isso os seus membros tendem espontaneamente a negociar para chegar a um denominador comum. Esse mecanismo de negociação exerce uma pressão em direção à uniformidade, evitando o conflito, deixando em segundo plano ou abandonando os julgamentos individuais. As normas sociais têm características comuns:

  • Elas se desenvolvem à medida que o grupo evolui. Os participantes do grupo manifestam as suas preferências, opiniões... durante este processo, as regras estão sendo estabelecidas, e definem os comportamentos que serão objeto de sanções e desaprovação social.
  • Podem ser:
    • Abertas e explícitas: Podem ser articuladas tanto pelo assistente social quanto por cada pessoa. Por exemplo, num grupo de artesanato semanal, cada pessoa deve levar seu próprio material.
    • Fechadas e implícitas: Exercem grande influência sobre a forma como os participantes se comportam e interagem. Por exemplo, um acordo tácito para não falar de seus relacionamentos íntimos nas reuniões.
  • Variam no grau de pressão exercida sobre os membros do grupo.
  • Afetam, em graus variados, cada pessoa.
  • A partida das regras não tem necessariamente consequências negativas para o grupo; às vezes, ajuda o grupo a se mover em direções diferentes e alcançar novas metas.
  • Os processos de mudança dentro do grupo são complexos. Às vezes, as regras são muito rígidas e difíceis de mudar. O processo pelo qual a mudança de regras passa por três fases:
    • Degelo (Unfreezing): Vemos um desequilíbrio causado por uma crise ou situações estressantes. Os membros da equipe são submetidos à revisão das regras que regem nesse momento. A crise pode ser causada pelo assistente social para demonstrar como os padrões atuais afetam a vida do grupo, mas também pode ocorrer porque essas regras são disfuncionais para resolver os problemas que enfrentam.
    • Mudança (Moving): As pessoas no grupo retornam a uma situação de equilíbrio, com as novas regras tomando o lugar das anteriores.
    • Congelamento (Refreezing): O novo equilíbrio é estável, e o grupo como um todo reconhece a nova regulamentação a partir de agora.
  • A ideologia, o status e a coesão dos participantes na dinâmica de grupo desempenham um papel importante nos processos de influência social e de normalização. Para alcançar o padrão comum, a posição anterior de cada um dos participantes é revista mais ou menos. Pessoas com maior status tendem a se mover menos do que aquelas com menor capacidade de influência. Aqueles que têm uma ideologia muito diferente opõem mais resistência à aceitação de um padrão comum.
Conformidade

É o processo pelo qual uma pessoa ou pessoas que não concordam com o resto dos membros mudam de opinião como resultado da pressão real ou simbólica dos seus pares. Manifesta-se em conformidade tanto pessoal quanto coletiva, podendo ser definida como uma resposta adaptativa de cada participante contra a posição dominante do grupo. A origem da pressão para a conformidade pode ser colocada na influência dos acionistas controladores. O esforço de aproximação à posição do grupo é baseado em requisitos objetivos, e a tendência de concordar com o grupo é um pré-requisito para a interação. Todos estão vendo o que os outros veem e, portanto, todos tendem a aproximar-se do critério do grupo. A conformidade é o resultado de pesquisa estratégica e temporal de aceitação pelo grupo. As mudanças nos comportamentos ocorrem para que os membros do grupo não sejam rejeitados. Conformidade é a mudança no comportamento que ocorre após uma forma de pressão verbal ou não verbal exercida pelo grupo sobre seus membros, seja real ou imaginada. Do ponto de vista da dinâmica de grupo aplicada ao campo do TS, é necessário distinguir entre a conformidade e dois conceitos que são usados como sinónimos, mas não são:

  • Complacência: Mudança de comportamento, resultado de um pedido direto.
  • Obediência: Mudança de comportamento, resultado da pressão de uma figura de autoridade.

De uma perspectiva individualista, o cumprimento pode ser um fenómeno negativo, pois significa abrir mão de metas individuais para atender o grupo. Embora também possa ser positivo. Ao se conformar às normas sociais, podemos funcionar em diferentes ambientes sociais, sabemos o que esperar e estamos preparados para isso. Deve-se notar também que os interesses individuais não costumam ficar à frente dos interesses do grupo. A conformidade é um fenómeno das nossas sociedades cosmopolitas e do consumismo, em que cada pessoa experimenta uma forte pressão no sentido do cumprimento interno, tanto no trabalho quanto no lazer. Mesmo em casos extremos, pode levar a problemas de incompetência em muitas áreas da vida social, a conformidade é incentivada desnecessariamente. Por exemplo, a moda. Os efeitos da pressão da conformidade não são constantes. São características de interação social que influenciam a conformidade no grupo:

  • Expressar sua resposta em público ou em privado. Se feito privadamente (carta, e-mail, telefone...), reduz significativamente a conformidade. Se isso for feito em público, há uma tendência a adotar a posição majoritária (por medo de estar sozinho, sendo diferente da maioria...).
  • A participação e o grau de coerência da maioria. Quanto maior o número, maior a conformidade dentro do grupo. Este processo tem um limite acima do qual o aumento do número de membros não irá produzir um aumento significativo no nível de conformidade.
  • O número de pessoas na minoria. Quando a minoria não é apenas uma pessoa, mas tem o apoio de um parceiro, o nível de conformidade diminui significativamente (tanto se você não concordar com o seu parceiro na minoria, como se, para além de discordar dele, assim é com a maioria).

A necessidade de apoio e adesão também cria a tendência para o conformismo. A partir desta perspectiva, estabelecem-se os seguintes tipos de conformidade:

  • Conformismo Dirigido pela Tradição. A pessoa é dominada por crenças e costumes da sociedade em que vive, que, através da pressão social, determinam o seu comportamento.
  • Conformismo Realizado a partir da Consciência Moral. Os ideais morais da família são internalizados por cada um de nós, e esses mecanismos funcionam como instrumentos de pressão para a obediência.
  • Conformismo Dirigido pelos Outros. A reação do outro guia nosso comportamento para a complacência, a fim de causar uma boa impressão nos outros.

Existem, por sua vez, três subtipos de conformidade:

  • Complacência. Cumprir publicamente, mas em privado mantendo suas próprias ideias.
  • Identificação. Estabelecer-se em privado e em público, enquanto membro do grupo, deixando essa atitude quando sair.
  • Internalização. Respeitar pública e privadamente, tanto quando é membro do grupo quanto quando deixa de pertencer.

Em nosso meio social, o aparente triunfo do individualismo é combinado com uma forte pressão em direção à uniformidade de comportamento. A conformidade é incentivada para evitar ou desviar posições que constituam uma ameaça para a estabilidade, coesão e segurança do grupo. Nos grupos onde o nível de cumprimento é maior, há atitudes menos críticas e mais pontos de vista comuns. No entanto, paradoxalmente, a inovação e a criatividade são ferramentas essenciais para o sucesso adaptativo nas sociedades avançadas, e a pressão para a conformidade é contrastada com a emoção de mudança e de criatividade. Grupos com altos níveis de adesão podem ter seu nível de criatividade afetado, qualidade fundamental para resolver os problemas.

O assistente social deve ter em conta o acordo de chegar a consensos e a inovação para encontrar soluções. Ambas as capacidades servirão como uma estratégia de base que irá lidar em qualquer contexto com os problemas e oportunidades.

Inovação

Dentro do grupo, é o processo pelo qual novas regras são criadas para substituir as existentes. Desempenha um papel importante na mudança social, dando poder para influenciar a adoção de novos padrões. A origem do processo de inovação pode ser encontrada em pessoas que têm o poder de decidir fazer a diferença, como os grupos minoritários ou indivíduos isolados. Além disso, verificou-se que a minoria que se esforça para introduzir novas ideias e formas alternativas de pensamento e comportamento desempenha um papel fundamental, tornando-se o motor inicial geral do processo de modificação das ideias tradicionais. A minoria, ao começar a romper com o conformismo e a unanimidade, através de processos cognitivos de análise, gera inovação. Sua reação começa a exercer pressão sobre a maioria, e neste momento de pressão colocamos o nascimento da mudança social. Baseia-se na interação e influência mútua entre os membros do grupo. O processo termina quando se cria um novo padrão comum que se torna norma coletiva do grupo, substituindo o anterior. Para influenciar, a minoria deve ter uma alta motivação para se obter, manter e aumentar sua visibilidade perante a maioria. O trabalhador social de grupo tem de levar em consideração o modo como os grupos minoritários têm influência sobre a maioria, apesar de seu tamanho reduzido, não tendo o poder e não tendo capacidade de administrar as sanções. A apresentação e defesa firme e segura da regra da minoria executará o processo de mudança social. Principais benefícios do processo de inovação para qualquer tipo de grupo:

  • Favorece que os grupos tenham mais flexibilidade e adaptabilidade.
  • Melhora a resposta do grupo a situações de mudança ou de crise.
  • Estabelece limites, evitando conformidade excessiva.
  • Melhora o melhor desempenho na execução das tarefas e promove a expressão de ideias.
  • Influencia positivamente o processo de tomada de decisão, promovendo a troca de ideias.

4.3.3. Estratégias de Gestão da Influência Social e Integração

O assistente social deve:

  • Apoiar os membros do grupo para avaliar a medida em que seguem as normas do grupo. Faça-os sentirem-se integrados.
  • Estruturar suficientemente o processo de normalização, conformidade e inovação, para evitar o caos na dinâmica do grupo. O caos gera insegurança e ansiedade entre os membros do grupo.
  • Incentivar cada pessoa a se expressar livremente, mantendo sua independência dentro da dinâmica de grupo.
  • Não perder de vista o objetivo a atingir. Destacar o valor do trabalho em equipe e o mérito dos participantes.

4.4. Poder e Controle Social

O poder é uma dimensão universal da vida social. Estamos imersos em redes de interação social em que buscamos objetivos comuns, dando, aceitando ou impondo os nossos pontos de vista, em um processo que se move de acordo com a inovação. O poder é exercido tanto individualmente (capacidade de uma pessoa para fazer valer a sua vontade) quanto estruturalmente (derivado da classe social a que pertence, da hierarquia social ou da cultura em que está envolvido). O assistente social deve considerar dentro do grupo:

  • Em primeiro lugar, as hierarquias e a distribuição de poder que é gerada dentro do grupo com base nas características individuais de cada participante.
  • Em segundo lugar, deve analisar as relações de poder que derivam da classe social, status e cultura de alguns povos sobre outros.

O poder é dinâmico, pertence ao grupo e sobrevive na medida em que o grupo permanece. Sem o apoio da comunidade, o poder é difuso. Weber definiu poder como "a probabilidade de um homem ou um grupo deles de impor a sua vontade própria numa ação comunitária, mesmo contra a oposição dos outros membros." Não é o mesmo poder baseado no carisma pessoal do que aquele que é derivado da autoridade legitimamente reconhecida, ou derivado da força bruta dos poderosos. Analisar a fonte do poder de um grupo ou de um membro de um grupo é um elemento-chave para gerir com sucesso a dinâmica, uma vez que permite evidenciar o processo e tornar o grupo consciente de como as relações sociais geram e/ou reproduzem relações de poder de forma natural e espontânea. Três perspectivas diferentes sobre a análise do poder:

  • Centrada na pessoa que tem o poder: Definido como a capacidade de impor sua vontade.
  • Focada em quem aceita o poder e se submete a ele: O poder entendido como dominação, que se refere a essa relação de poder baseada no consentimento dos governados.
  • Focada na tecnologia de poder: Como o poder é exercido pelas tecnologias, quais são as consequências de sua prática. A partir desta perspectiva, o exercício do poder é governar o comportamento de pessoas que, por sua vez, têm a capacidade de agir e reagir.

O assistente social tem como alvo o poder e o controle social dos grupos, com um duplo objetivo:

  • Garantir um grau adequado de ordem e eficiência em reuniões do grupo.
  • Manter a motivação dos membros.

Poder e controle são conceitos frequentemente associados, neste caso, ao trabalhador social. Como princípio geral, é aconselhável partilhar o poder e o controle. À medida que o grupo se consolida, deve-se permitir que os membros exerçam influência uns sobre os outros. Os assistentes sociais podem compartilhar o poder e o controle social com o grupo através de diversas estratégias:

  • Incentivar a comunicação entre as pessoas, tratando-as como iguais.
  • Pedir informações aos membros sobre as questões discutidas ou que poderiam ser.
  • Apoiar a dinâmica de grupos, encorajando os líderes a serem gerados.
  • Estimular as primeiras tentativas de apoio mútuo e de partilha entre os membros.
  • Utilizar os eventos que ocorrem naturalmente na vida do grupo para inserir informações sobre as habilidades que um líder deve ter e os diferentes estilos de liderança.

O poder dentro de um grupo está intimamente relacionado com os padrões de comunicação que são usados (o poder é relacional por natureza e ocorre sempre entre as pessoas que interagem). Dentro do grupo TS, o assistente social deve estar ciente de que, dependendo da quantidade de poder que cada pessoa possui, ela se comunicará de forma diferente. Essas diferenças são observadas tanto no nível da linguagem verbal quanto não verbal. Por exemplo, existem estilos de comunicação poderosos (voz aguda, período de tempo considerável...) e outros com falta de energia (tom mais baixo, sorrir mais vezes...). As pessoas que recebem o discurso tendem a julgar o orador como uma pessoa com poder, e essa perceção será refletida no negócio. Pessoas que usam um estilo poderoso em suas comunicações tendem a exercer uma influência significativa em sua audiência. Estes achados são muito relevantes para os grupos de TS. O conhecimento desses mecanismos pode preparar os membros da equipe (e do grupo como tal) para saber como avaliar o tipo de comunicação que é gerado dentro e fora. O grupo pode detetar um estilo de comunicação poderoso por um ou mais dos seus membros e, no caso de os seus argumentos estarem incorretos, podem optar por não se juntar a eles.

4.5. Cultura

É como analisar, agir e comunicar a própria sociedade. Dimensão básica de cada pessoa. Nós só somos possíveis a partir da nossa condição social, ou seja, como membros de um grupo com certos padrões de comportamento, com uma linguagem e um conjunto de necessidades que só podem ser resolvidos por meio da interação social. Em cada sociedade, desenvolveram-se diretrizes específicas para o comportamento, concebidas para satisfazer essas necessidades básicas. Nascemos dentro de uma determinada cultura em uma determinada época histórica. Nossa personalidade individual se desenvolve a partir da nossa cultura. Através de várias instituições sociais, como a família, cada um está tomando forma. Esse processo é o que a antropologia tem chamado de "aculturação": experiência de aprendizagem que, parcialmente consciente e parcialmente inconsciente, através da qual a geração mais velha convida, induz e obriga a geração mais jovem a adotar as formas de pensamento e comportamento tradicional.

4.5.1. Sociedade e Cultura

Embora não haja uma definição universalmente aceite de cultura, o termo engloba todas as características, o conjunto de comportamentos, comunicação e pensamento de uma sociedade. Uma definição clássica é a de Sir Edward Burnett Tylor, em 1871: "É todo esse complexo que inclui conhecimentos, crenças, arte, moral, leis, costumes e quaisquer outras capacidades e hábitos adquiridos pelo homem como membro da sociedade." Para Malinowski (1970), a cultura é baseada em um fato biológico: o homem como um animal social, por sua vez, é uma característica básica da espécie com capacidade organizacional. A cooperação entre as pessoas é a base da nossa capacidade de sobreviver. Portanto, a cultura é "todo o integrante constituído por utensílios e bens de consumo para o conjunto de regras que regem os diversos grupos sociais, e embarcações de ideias, crenças e costumes. E considera que, seja uma cultura muito simples e primitiva, ou extremamente complexa e desenvolvida, estaremos na presença deste vasto aparato, em parte material, em parte humano e em parte espiritual, pelo qual o homem é capaz de ultrapassar os problemas concretos e específicos que enfrenta." Não pode haver sociedade sem cultura ou grupo. Sem cultura, não seríamos humanos. Por outro lado, a cultura está intimamente ligada à sociedade. O assistente social deve levar em consideração nos grupos que a cultura se refere aos valores compartilhados pelos membros de um grupo determinado, às regras que cumprem e aos bens materiais que produzem. Cultura refere-se aos modos de vida (modos de vestir, costumes do casamento, vida familiar, os ativos que proporcionam...) dos membros de uma sociedade ou grupos da sociedade.

4.5.2. Cultura e Dinâmica de Grupo

A cultura do grupo é definida pelos valores, crenças, costumes e modos de fazer as coisas em si. Crenças mais profundas e pressupostos que definem a cultura emergente do grupo através da interação com o tempo. Valores, preferências e estilos interpessoais de cada pessoa (que vêm de sua etnia, cultura, experiência anterior...) tendem a misturar-se, antes que a cultura de grupo surja como uma síntese de todos eles. Durante suas reuniões, os membros do grupo exploram seus sistemas de valores e analisam seus estilos interpessoais, buscando um espaço comum no qual se relacionam entre si. A interação entre pessoas com diferentes experiências passadas está explorando sua carreira. A análise de suas próprias atitudes e as atitudes dos outros pode tornar-se consciente de como essas atitudes e sentimentos estão envolvidos no desenvolvimento da vida cotidiana. Como resultado desse processo, emerge a cultura do grupo, que consiste em um conjunto comum de valores e formas de negociação próprias. O assistente social deve levar em consideração nos grupos, neste sentido, a influência da cultura que permeia o grupo. É possível distinguir três níveis de profundidade na cultura do grupo:

  • Área: Aqui jazem os símbolos e rituais que apresentam a cultura do grupo em questão.
  • Um nível mais profundo: A cultura é apresentada em diferentes estilos e formas de abordagem utilizada pelos membros do grupo ao se relacionarem entre si.
  • O nível mais profundo de todos: É o núcleo de ideologias, valores e crenças apoiadas conjuntamente por todos os membros do grupo.

Destaques da cultura dos grupos intimamente ligada à atividade do assistente social são:

  • A interação e influência entre a cultura do grupo e a sociedade de acolhimento. Os grupos assumem frequentemente os valores dominantes dos sistemas sociais maiores. A sua influência depende do tipo de interação que temos com os membros do grupo.
  • Cultura de grupo e as diferenças multiculturais. As diferenças multiculturais manifestam-se em fatores de personalidade distintos que têm significado para a cultura do grupo. Uma possível consequência é que algumas pessoas dentro do grupo não têm sensibilidade suficiente que é exigida pelos membros de diferentes grupos étnicos ou raciais. A insensibilidade, é claro, afeta negativamente a dinâmica do grupo. Por outro lado, a diversidade de expectativas que os membros de um grupo multicultural afeta significativamente a dinâmica de grupo. Portanto, o assistente social, para ser eficaz com todos os membros do grupo, deve analisar as diferenças étnicas e socioeconómicas, levando em conta seus efeitos sobre a dinâmica de grupo.
  • Cultura em grupos homogéneos e heterogéneos. Os primeiros tendem a construir uma cultura comum, pois quando as pessoas compartilham experiências semelhantes, normas e valores misturam-se mais rapidamente do que em grupos mais diversificados. Por outro lado, grupos heterogéneos dão e recebem respostas diferentes; nesses padrões de comportamento são mais abertos à aceitação da diversidade e da compreensão mútua uns dos outros. A consequência, neste caso, é aumentar as competências necessárias para se relacionar com pessoas com circunstâncias e características diferentes.
  • Integração e isolamento na cultura do grupo. Uma vez que a cultura do grupo tenha desenvolvido políticas que integrem os membros, estes se sentirão incluídos. No entanto, o assistente social tem de analisar o papel desempenhado pelos membros que se sentem isolados do grupo: por não ser uma experiência gratificante, essas pessoas são mais propensas a deixar o grupo. Os sentimentos mais extremos de isolamento podem levar a um comportamento perturbador. Uma estratégia apropriada nesses casos é que o assistente social ofereça atenção personalizada aos membros, incentivando todas as pessoas dentro do grupo a considerar os valores que transcendem as diferenças individuais. Pode-se, então, incentivar a sua participação e plena integração na vida do grupo.

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