Diversidade Climática: Classificação e Climas Azonais

Classificado em Geografia

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Diversidade Climática (I)

Classificação do Tempo e Climas Azonais

Clima e Sua Classificação

  • Conceitos de Tempo e Clima: O tempo é o conjunto de variáveis meteorológicas (temperatura, pressão, vento, umidade e chuvas) que caracterizam o estado da atmosfera em contato com um determinado lugar do globo, em um momento preciso, ou seja, por um curto período de tempo, cujos efeitos vemos todos os dias. O clima, por sua vez, sintetiza tendências climáticas estáveis que ocorrem durante longos períodos de tempo. O clima é, portanto, uma sucessão de tipos de tempo, um pouco diferentes, que podem até variar de ano para ano.
  • A Diversidade das Classificações Climáticas: Não existe uma classificação única, mas um grande número delas, dependendo da finalidade do tratamento.
    • Classificação Climática de Acordo com Sua Finalidade: Dependendo do objetivo pretendido pelo autor, pode ser para turismo, agroclimática, biogeográfica, morfoclimática, etc. O objetivo faz referência às variáveis buscadas para realizar a classificação do clima.

      Diferentes abordagens no desenvolvimento de uma classificação climática:

      • Classificações que combinam parâmetros climáticos fisionômicos (classificação climática).
      • Classificações que se baseiam em critérios biogeográficos (classificação ecológica).
      • Classificações que optam por uma abordagem de síntese geográfica (distribuição geográfica).
      • Classificação genética baseada na análise da interação entre os fatos básicos da circulação geral da atmosfera e fatores geográficos em grande escala.
    • Classificação Climática por Escala de Estudo: A precisão da classificação depende da escala. Em climatologia, a noção de escala implica a hierarquia de uma série de espaços, que são, basicamente, zona climática, região climática, clima local e microclima.
      • A Escala Zonal (Macroclimática): Existem três diferentes zonas climáticas, entre as quais estão localizados o clima intertropical ou climas quentes, os climas temperados de latitudes médias e os climas polares.
      • A Escala Regional (Mesoclimática): Analisa as diferenças climáticas de cada uma das zonas, configurando regiões climáticas para climas intrazonais.
      • Escala de Clima de Província: Examina espaços inseridos em uma região climática onde o ambiente físico impõe condições especiais, que podem identificar unidades de extensão menor do que a região onde estão inseridas, mas que compartilham dos recursos gerais desta.
      • Local ou Topoclimas: Afeta apenas alguns km² e são influenciados por condições geográficas precisas.
      • Escala de Microclima: Oferece ainda mais detalhes, cobrindo uma extensão limitada.

      Andares Climáticos: Usados para realçar o efeito da altitude sobre as condições meteorológicas.

    • Classificação do Clima: O Método: Pode-se seguir uma abordagem racional, utilizando valores numéricos que podem fisicamente demonstrar alterações significativas no clima.
  • Variáveis Climáticas e Suas Classificações: As variáveis utilizadas, como temperatura, pressão, vento, etc. Em alguns casos, utiliza-se uma única variável ou mais, embora um único dado não seja satisfatório; duas variáveis fornecem exatidão adicional.

Diversidade Climática: Os Climas Azonais

Sabemos que a latitude é uma base fundamental para a classificação de climas, mas há exceções devido a fatores geográficos, designados climas azonais, tais como o clima seco e o de montanha.

  • Climas Secos: A escassez de água é a sua principal característica. De acordo com a intensidade da seca, podem ser classificados como clima desértico ou de estepe. A fronteira que marca quando uma região é árida varia ligeiramente, dependendo do índice de aridez usado. As características das regiões áridas são chuvas escassas e irregulares, ar muito seco, forte oscilação diária de temperatura e ventos de secagem.
    • Causas dos Climas Secos:
      • Zona Tropical: A seca está associada à subsidência causada por altas pressões subtropicais (o ar é comprimido e aquecido enquanto desce, tornando-se seco e estimulando a evaporação); aos ventos alísios continentais (que sopram constantemente sobre estas áreas e são ventos secos em seu percurso pelo continente, não fornecendo chuva); às barreiras de montanha (o efeito de sombra de chuva devido aos ventos que perdem umidade ao subir a barlavento e descem a sotavento, aquecendo e secando o ar, o chamado efeito Föhn); e, finalmente, às correntes marítimas frias na fachada ocidental (onde se instala uma massa de ar frio que, ao chegar do mar à terra, onde a temperatura é mais elevada em latitudes mais baixas, reduz a umidade relativa, diminuindo assim a chance de precipitação).
      • Nas Zonas Temperadas: Os desertos são causados pela interrupção das massas de ar marítimas (que entram pela fachada ocidental dos continentes e perdem umidade ao avançar sobre o continente), pelo efeito orográfico Föhn (que pode criar climas desérticos a sotavento de grandes sistemas montanhosos) e, finalmente, pelo mecanismo da circulação geral da atmosfera (que também contribui para a formação de desertos).
      • Nas Regiões Polares: Os desertos aqui são de natureza diferente e estão associados ao permafrost.
    • Tipos de Climas Secos: Estabelece-se uma clara diferença entre os climas de deserto e estepe, e essa diferença é a eficiência de sua precipitação em relação à temperatura (ver tabela na página 226).
    • Recursos Biogeográficos: Os cursos dos rios apresentam um sistema falho, e os desertos puros podem levar a um arreísmo (ausência de drenagem), enquanto nas regiões menos marcadas pela seca, é comum a endorreia (drenagem sem saída para o mar). A vegetação é muito escassa e dispersa, sem árvores, geralmente com pequenas plantas adaptadas às secas.
  • O Clima de Montanha: Como sabemos, a altitude acarreta uma queda na temperatura (0,65 ºC por 100 m). Este fato leva à existência de climas frios em altas montanhas, e a latitude onde as montanhas se localizam determina a altitude necessária para atingir as características de clima frio.
    • Causas do Clima de Montanha: A altitude e a configuração do relevo são dois dos principais fatores (ver caixa na página 230).
    • Variedade do Clima de Montanha: O clima de montanha difere dependendo do tipo de clima existente no espaço onde se encontra o relevo, ao mesmo tempo em que se destacam as variações climáticas com o aumento da altitude.
    • Recursos Biogeográficos:
      • Regime de Caudais: Que acusa o efeito do degelo da primavera e do armazenamento de água da neve no inverno.
      • Vegetação: Nas montanhas, é muito diversificada e apresenta uma estratificação altitudinal impressionante.
      • Solos: À medida que se sobe em altitude, tendem a ser progressivamente mais finos, jovens e pobres.

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