A Divisão Internacional do Trabalho e a Segunda Revolução Industrial
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A Divisão Internacional do Trabalho (DIT)
Este período é caracterizado por uma profunda transformação do mercado global de manufaturas e produtos agrícolas, resultante da adição de novos fornecedores e avanços tecnológicos.
Agricultura: Crise e Especialização
Noroeste da Europa
Países como Alemanha, Escandinávia e França viram o setor agrícola tradicional entrar numa crise profunda. Estes países foram submetidos a uma fonte externa de grão mais barato do que o que produziam. A resposta variou por país:
- Grã-Bretanha: Abandonou a proteção do sistema agrícola. Houve motins devido ao peso político do setor industrial.
- França: Protegeu o seu setor agrícola através de tarifas que correspondiam ao preço interno.
- Outros Países: Continuaram um processo de reestruturação, tornando-se cada vez mais rentáveis.
Periferia Europeia e Países Ultramarinos
A Periferia Europeia monopolizou o mercado de grãos, reduzindo os custos das mercadorias. A periferia europeia aumentou sua oferta principalmente devido à disponibilidade de terras, custos trabalhistas mais baixos e um melhor desenvolvimento do transporte terrestre e ferroviário, o que melhorou as comunicações, resultando em aumento do comércio exterior.
Diferentes países começaram a se especializar em produtos distintos. Nesses países, o sistema econômico impulsionou o crescimento. Países Overseas (Ultramarinos) iniciaram um período de especialização produtiva, aproveitando a vantagem de sua localização geográfica.
O resultado da especialização não foi o mesmo para todos os países, e o crescimento econômico dependeu do grau de elasticidade, dotação de fatores e dos efeitos de arrasto (spillover effects).
A Segunda Revolução Industrial
Além das mudanças no setor agrícola, houve uma transformação da estrutura industrial, conhecida como a Segunda Revolução Industrial. Esta fase está associada ao surgimento de novas indústrias e, em parte, ao surgimento de novas fontes de energia, dentre as quais se destacam a eletricidade e o petróleo.
O que caracteriza esta nova fase é a indústria química, devido ao seu efeito dominó sobre uma multiplicidade de atividades.
Novas Indústrias e Fontes de Energia
- Sistemas Elétricos: Começaram a ser usados após 1882, com a invenção do dínamo. A eletricidade é vital não só como fonte de energia, mas também por permitir a incorporação de novos países. Teve um efeito cascata na indústria química, eletroquímica, metalurgia e no desenvolvimento dos transportes. Facilitou o desenvolvimento das comunicações por cabo (telégrafo), resultando em aumento do bem-estar devido à extensão da iluminação doméstica e industrial.
- Petróleo: Seu uso é posterior, embora fosse conhecido desde as viagens de Marco Polo. Sua implementação começou no final do Século XIX e início do Século XX, com a invenção do motor de combustão.
- Alumínio: Não era explorado por ser muito caro de isolar, mas inovações tecnológicas permitiram a redução de custos.
- Química: O principal motor, gerando enormes efeitos em cascata:
- No setor têxtil: Permite o uso de corantes e o surgimento do nylon.
- Na indústria da borracha: Fornece novos produtos.
- Na agricultura: Surgem fertilizantes, pesticidas, etc.
- Geração de novas indústrias, como a farmacêutica, contribuindo para a melhoria da saúde da população.
Desenvolvimento da Indústria Tradicional
A indústria tradicional também participou de um processo de desenvolvimento:
- Ferro e Aço: Melhoria com a substituição do ferro pelo aço, através da introdução de novos tipos de fornos. Isso permitiu o aumento da produção e a redução de preços. O aço tornou-se o metal de base na Segunda Revolução Industrial, essencial para o crescimento urbano e melhoria da construção e transporte.
- Setor Têxtil: Embora a demanda fosse inelástica, contribuiu para a melhoria do setor.
- Indústria do Cobre: Embora usado desde os primeiros tempos, ganhou grande importância devido à descoberta da eletricidade e seu uso como metal condutor.