DMOs e Competitividade Turística: Gestão, Financiamento e Estratégias

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1. Qualificação e Gestão para a Competitividade Turística

Para enquadrar a qualificação e a gestão na contribuição para a competitividade dos destinos turísticos, devemos primeiramente definir os conceitos. A qualificação refere-se à atribuição de qualidade a um destino turístico, produto ou serviço. A gestão turística é a atividade que visa a administração de um destino turístico. A competitividade dos destinos turísticos é a capacidade que estes têm para manter ou aumentar as suas quotas no mercado turístico.

Visto que o turismo cresce rapidamente, criando desafios, é possível afirmar que a competitividade entre os destinos aumenta. Este crescimento beneficia o aumento de rendimento, da esperança média de vida e do tempo de lazer. Para apoiar o crescimento, devemos qualificar a oferta, para que esta seja capaz de satisfazer as necessidades e motivações dos clientes. É necessário ter ainda em atenção que exista uma oferta diferenciada, que não haja pressão sobre os preços, massificação e mono-produto.

Em termos de gestão, deve haver atenção ao aumento das taxas e impostos que advêm deste crescimento, o que pode resultar na perda de competitividade. Desta forma, é possível fazer face aos desafios que a competitividade gera para os destinos, de maneira mais eficaz e fácil.

2. Organizações de Turismo Regional e Promoção Externa

Existem sete organizações de turismo regional que contratualizam a promoção externa com o Turismo de Portugal. Estas são as Agências Regionais de Promoção Turística (ARTP):

  • Porto e Norte de Portugal
  • Associação do Turismo do Centro
  • Associação do Turismo de Lisboa, Visitors and Convention Bureau
  • Associação do Turismo do Alentejo
  • Associação do Turismo do Algarve
  • Associação do Turismo dos Açores
  • Associação de Promoção da Região Autónoma da Madeira

Estas organizações desenvolvem um plano regional de promoção turística para cada região, de acordo com as orientações do Turismo de Portugal, que por sua vez atribui uma verba anual para cada ARTP e um objetivo específico, medido pelo número de dormidas.

3. Estratégia Nacional para a Promoção Turística

A estratégia adotada pelo DMO nacional para a promoção turística foca-se na sustentabilidade em diversas dimensões:

Sustentabilidade do Desenvolvimento, fomentando:

  • O empreendedorismo;
  • A intervenção das comunidades locais e as suas atividades produtivas.

Sustentabilidade Económica, através:

  • Qualificação dos recursos humanos e do produto;
  • Aposta na inovação e desenvolvimento de um modelo de gestão de sazonalidade;
  • Urbanismo e intervenção em áreas públicas;
  • Valorização da autenticidade, conservação e valorização do património.

Sustentabilidade Ambiental, apostando:

  • Utilização racional dos recursos naturais e valorização do património natural;
  • Relação entre turista e espaço, região e comunidade, contribuindo para a experiência da visita.

4. Características de CVB, DMC e DMO Regionais

Os DMOs, enquanto organizações de gestão e marketing do destino, desenvolvem proativamente a sua atividade numa abordagem centrada no visitante e no objetivo de perseguir o desenvolvimento económico e cultural do destino, equilibrando e integrando os interesses dos visitantes, dos prestadores de serviço e da comunidade.

Convention & Visitors Bureau (CVB)

Os CVBs são uma forma específica de governança do destino a nível local ou regional, um tipo de organização com uma estrutura e papel distinto, aplicável normalmente a destinos urbanos. O principal objetivo é a promoção e divulgação do território onde se inserem, no sentido de captar todo o tipo de eventos relacionados com o turismo de negócios.

Um CVB é geralmente constituído e financiado como uma sociedade entre organizações privadas e públicas. O financiamento é público e, por vezes, contam com a quotização dos associados do setor privado. As principais atividades que desenvolvem visam a promoção do destino (marketing).

Exemplo: Porto Convention Bureau

Destination Management Organization (DMO) Regional

Os DMOs regionais são organizações regionais, compostas por empresas e entidades públicas, que surgem numa base de proximidade ou filiação com o objetivo de desenvolver atividades de marketing e de aumentar a consciência do mercado sobre as suas regiões, bem como promover a facilitação de viagens e a coordenação de políticas.

Tratam-se de organizações que se configuram com o objetivo de promover os destinos. A maioria dos DMOs regionais não possui orientação para a utilização de ferramentas de planeamento de marketing profissional, o que é preocupante, uma vez que grande parte do orçamento dos DMOs é direcionada para o marketing.

Exemplo: Porto e Norte de Portugal

Destination Management Company (DMC)

Os DMCs são organizações/empresas do setor privado, especialistas no planeamento e na realização de reuniões, viagens de incentivo e eventos em destinos específicos. Podem trabalhar a nível local e regional. O seu financiamento é através de entidades privadas.

5. Principais Fontes de Financiamento dos DMOs

As fontes de financiamento dos DMOs podem ter origem em diversas fontes e, genericamente, refletem a estrutura organizacional, bem como o contexto no qual o DMO opera:

  • Alocação de fundos públicos do governo;
  • Resultados de taxas específicas do turismo ou taxas de hotel/quarto;
  • Resultado de taxas de utilização;
  • Alocação de verbas de jogo e da lotaria;
  • Quotização de membros;
  • Quotas anuais pagas pelas organizações de turismo;
  • Patrocínios;
  • Publicidade de terceiros nas atividades promocionais do destino;
  • Comissões de reserva e venda;
  • Vendas diretas de retalho.

6. Funções e Atividades dos DMOs

Funções Estratégicas e Operacionais

  • Formulação de estratégia;
  • Representação dos interesses dos stakeholders;
  • Marketing do destino;
  • Desenvolvimento de produto dentro de um destino;
  • Reforço da perceção da imagem do destino;
  • Qualidade do serviço.

Atividades por Área de Atuação

Marketing Externo do Destino (MED)

  • Web Marketing;
  • Eventos e festivais;
  • Anúncios;
  • Feiras internacionais;
  • Vendas diretas;
  • Força de Vendas;
  • Feiras profissionais;
  • Visitas de familiarização.

Desenvolvimento Interno do Destino (DID)

  • Gestão de crise;
  • Desenvolvimento de recursos humanos;
  • Financiamento e capital de risco;
  • Administração de recursos;
  • Gestão do visitante;
  • Informação e investigação.

Gestão Global do Destino (GGD)

  • Coordenação dos stakeholders;
  • Gestão de crises;
  • Benchmarking (processo de investigação que permite a uma empresa efetuar comparação de produtos, serviços, práticas, relativamente à sua concorrência).

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