Dobramentos, Foliação e Lineações em Geologia
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Dobramentos: Mecanismos e Processos
No dobramento flexural, o acamamento (ou qualquer foliação secundária) influencia mecanicamente na deformação, com os leitos (camadas) participando ativamente do dobramento. Assim, a deformação é resolvida por cisalhamento simples paralelo ao acamamento. É como se fossemos dobrar um livro: cada página (leito ou camada) desloca-se em relação à outra, por cisalhamento simples, para acomodar a deformação (Fig.1). Quando estes deslocamentos são realizados através de superfícies de descontinuidades (p.ex. acamamento), denomina-se dobramento por deslizamento flexural (Fig. 1B). Este é o tipo de mecanismo de dobramento comum em sucessões altamente estratificadas, com predominância de camadas competentes (p.ex. turbiditos ricos em areia). Quando estes deslocamentos são distribuídos homogeneamente, ou seja, são realizados a nível intergranular em superfícies não observadas a olho nu (p.ex. defeitos na rede cristalográfica dos minerais), denomina-se dobramento por fluxo flexural (Fig. 1A). Este é o tipo de mecanismo de dobramento para rochas incompetentes, mas que tenham acamamento bem desenvolvido como, por exemplo, folhelhos com fissilidade.
No dobramento flexural de sucessões com intercalações de camadas competentes e incompetentes, as camadas incompetentes dobram-se por fluxo flexural e as camadas competentes através de uma superfície neutra no interior da camada. Acima desta superfície (extrado) ocorre extensão ao longo da camada; abaixo (intrado) ocorre compressão. Denomina-se de dobramento com superfície neutra.
Dobramento passivo é o mecanismo predominante quando a estratificação não tem influência mecânica sobre o dobramento, ou seja, as camadas atuam passivamente, distorcendo sem aparente resistência. São dobras que apresentam intensa clivagem metamórfica paralela ou subparalela aos seus planos axiais. Anteriormente, achava-se que estes planos de clivagem fossem microcisalhamentos que, ao se movimentarem com diferentes deslocamentos, produziriam a superfície dobrada, ou seja, o acamamento seria dobrado “passivamente”. Atualmente, estes planos são interpretados como planos de clivagem (geralmente, de crenulação) onde ocorrem dissolução e precipitação de minerais opacos e/ou (re)cristalização metamórfica com crescimento de minerais como p.ex. micas.
Definição de Foliação
Foliação: estruturas planas e coesas com minerais metamórficos orientados preferencialmente segundo uma direção, formados por deformação, como resposta a uma tensão tectônica.
Desenvolvimento da Clivagem até Xistosidade
Com o aumento da pressão e da temperatura, os argilominerais permitem a formação e o crescimento de filossilicatos. A clivagem transforma-se em uma clivagem filítica ou foliação. As micas crescem com seu plano basal aproximadamente perpendicular a σ1 (sigma 1).
O que é Clivagem de Crenulação e como se desenvolve?
Associe Foliação e Dobramento
Definição de Lineação
Estruturas lineares são intrinsecamente relacionadas a estruturas planas. São estruturas mesoscópicas que apontam para uma direção específica. Podem ser indicativos cinemáticos e de paleotensões. São mais comuns em rochas metamórficas e estão associadas à deformação e às direções de transporte.
Tipos de Lineações
- Lineações penetrativas: definem uma trama linear ou trama L. São encontradas quase que exclusivamente em rochas deformadas em regime plástico.
- Lineações superficiais: restringem-se a uma superfície.
- Lineações geométricas: não físicas.
Boudinagem: Formação e Fatores Influentes
O termo boudin significa linguiça em francês. São estruturas extensionais formadas por extensão paralela ao acamamento. Boudinagem é o processo de deformação de boudins a partir de camadas originalmente contínuas. Formam-se onde camadas competentes isoladas são fragmentadas por mecanismos de deformação plástica, rúptil ou por uma combinação de ambas. A camada boudinada situa-se em uma matriz plasticamente deformada. São separados por fraturas extensionais rúpteis, por falhas simétricas ou assimétricas ou por bandas de cisalhamento dúctil, confinadas à camada boudinada.
Resposta: As estruturas acima são boudins formados a partir da fragmentação de camadas competentes isoladas por mecanismos de deformação.