Doença Periodontal: Actinobacillus actinomycetemcomitans
Classificado em Medicina e Ciências da Saúde
Escrito em em
português com um tamanho de 4,83 KB
Doença Periodontal
Actinobacillus actinomycetemcomitans é um bacilo Gram-negativo, pequeno, não formador de esporos, anaeróbio facultativo. Desenvolve-se melhor à temperatura de 37°C, tendo ocorrência em crianças saudáveis (26%) e jovens (40% a 100%).
Periodontite Agressiva
A periodontite juvenil é chamada de agressiva e é a mais associada à presença deste patógeno. Indivíduos com essa periodontite apresentaram A. actinomycetemcomitans isolado de bolsas ativas. Nesta periodontite, caracteriza-se mais rapidamente a perda de osso alveolar, podendo apresentar pouca quantidade de placa bacteriana e cálculo aderidos sobre a superfície dentária. Apresenta sinais mais evidentes de inflamação dos tecidos periodontais e maior quantidade de placa e cálculo em relação à periodontite crônica.
Periodontite Crônica
A periodontite crônica é a forma da doença periodontal destrutiva mais comum em adultos. Ela progride lentamente e apresenta lesões, podendo ocorrer também em quadros de gengivites, o que pode ser modificado com algumas alterações sistêmicas ou uso de medicamentos.
Estudo no Vale do Paraíba (SP)
Em relação a uma tabela de estudo, foi avaliada a ocorrência subgengival de A. actinomycetemcomitans em indivíduos do Vale do Paraíba, SP. Foram examinados 139 indivíduos, de 15 a 72 anos, fumantes e não fumantes, por meio de sondagem, a fim de estabelecer um diagnóstico de acordo com os critérios estabelecidos. Após homogeneização em agitador mecânico, obteve-se o seguinte resultado de 139 indivíduos:
- 20 com gengivite
- 32 com periodontite aguda
- 87 com periodontite crônica
Amostras positivas de A. actinomycetemcomitans e diagnósticos de periodontite moderada foram encontradas em maior porcentagem dentre os indivíduos fumantes. Isso mostra que, entre os não fumantes com periodontite crônica moderada, não houve associação entre a presença da bactéria e a severidade da doença.
Diversos estudos mostram que crianças periodontalmente saudáveis apresentam ocorrência de A. actinomycetemcomitans de 0 a 17%. Por outro lado, a doença periodontal destrutiva em crianças está associada a níveis elevados dessa bactéria. Adolescentes com características periodontais saudáveis ou mínima presença exibem menos do que 18% de ocorrência desta doença em amostras de placa bacteriana subgengival.
Associação com Periodontite Agressiva
Entretanto, a doença periodontal mais associada à presença desse patógeno é a periodontite agressiva, localizada em indivíduos entre 12 e 18 anos, que demonstram prevalência média de A. actinomycetemcomitans em torno de 75%. Essa porcentagem apresenta-se diminuída entre 19 e 35 anos, podendo estar ausente ou reduzida nos indivíduos com lesões caracterizadas de periodontite agressiva em relação à generalizada.
Relação com Periodontite Crônica
A relação entre a bactéria e a periodontite crônica não está totalmente estabelecida, pois o A. actinomycetemcomitans está presente, podendo assumir o papel de secundário na instalação da doença, atuando de forma mais ativa.
Outros Patógenos e Fatores de Risco
Espécies bacterianas como Porphyromonas gingivalis, Prevotella intermedia, Campylobacter rectus, Fusobacterium nucleatum, Capnocytophaga sp, entre outras, têm sido encontradas em lesões periodontais destrutivas. Sua prevalência ou relação com a patogênese das periodontites agressivas parece ser menos importante que as referidas para A. actinomycetemcomitans.
Atualmente, diferentes condições sistêmicas e hábitos dos indivíduos têm aumentado o risco para o desenvolvimento e progressão da patologia periodontal, de forma isolada ou conjunta.
Influência do Cigarro
O consumo do cigarro pode contribuir para esse aumento de risco e progressão com determinados patógenos, sendo eles: A. actinomycetemcomitans, P. gingivalis, P. intermedia, B. forsythus, T. denticola. O tabaco pode apresentar influência mais acentuada sobre os aspectos clínicos. Nesse caso, ao considerar os grupos analisados, o teste qui-quadrado não demonstrou associação entre a presença da bactéria e a severidade da doença periodontal.
Conclusão do Estudo
A ocorrência subgengival de A. actinomycetemcomitans encontrada foi de:
- 10% para os indivíduos que apresentaram gengivites;
- 56,25% para os diagnósticos com periodontite agressiva;
- 19,54% para os indivíduos com periodontite crônica.