Doenças Infecciosas: Tipos e Sintomas
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Doenças Infecciosas
Doença infecciosa ou doença transmissível é qualquer patologia causada por um agente biológico, por exemplo: vírus, bactéria, parasita, em contraste com causa física (por exemplo: queimadura, intoxicação, etc.).
Prevenção de doenças infecciosas:
- Identificação rápida do agente;
- Saneamento, saúde do empregado, desinfecção/esterilização;
- Biossegurança, lavagem das mãos, controle de secreções/excretas/lixo;
- Precauções, isolamento, fluxo aéreo;
- Técnica asséptica, cuidados com cateteres/ferimentos;
Sarampo
É uma doença exantemática altamente infecciosa e transmitida por secreções respiratórias como espirro e tosse.
Sintomas: As manifestações iniciais são febre alta, tosse rouca e persistente, coriza, conjuntivite e fotofobia (hipersensibilidade à luz). Surgem manchas brancas na mucosa da boca (que são diagnósticas). Surgem ainda manchas maculopapulares avermelhadas na pele, inicialmente no rosto e progredindo em direção aos pés, durando pelo menos três dias, e desaparecendo na mesma ordem de aparecimento.
Diagnóstico e tratamento: O diagnóstico é clínico devido às características muito típicas, especialmente as manchas de Koplik - manchas brancas na mucosa da boca, parte interna da bochecha. Pode ser feita detecção de antígenos em amostra de soro.
A prevenção é por vacina Tríplice Viral, feita com cepa de vírus vivo atenuado. O tratamento é sintomático.
Rubéola
A Rubéola é uma doença causada pelo vírus da rubéola e transmitida por via respiratória. É uma doença geralmente benigna, mas que pode causar malformações no embrião em infecções de mulheres grávidas. É uma doença exantemática.
Progressão e sintomas: A transmissão é por contato direto, secreções ou pelo ar. O vírus multiplica-se na faringe e nos órgãos linfáticos e depois dissemina-se pelo sangue para a pele. A infecção, geralmente, tem evolução benigna e em metade dos casos não produz qualquer manifestação clínica. As manifestações mais comuns são febre baixa (até 38ºC), aumento dos gânglios linfáticos no pescoço, hipertrofia ganglionar, manchas (máculas) cor-de-rosa (exantemas) cutâneas, inicialmente no rosto e que evoluem rapidamente em direção aos pés e em geral desaparecem em menos de 5 dias. Outros sintomas são a vermelhidão (inflamação) dos olhos (sem perigo), dor muscular das articulações, de cabeça e dos testículos, pele seca e congestão nasal com espirros.
Atenção: O vírus da rubéola só é verdadeiramente perigoso quando a infecção ocorre durante a gravidez, com colonização de vírus na placenta e infecção do embrião, notadamente durante os primeiros três meses de gestação.
Caxumba
É uma doença contagiosa ocasionada por vírus, estes são transmitidos por gotas de espirros, tosse ou por contato direto.
Sintomas: Os sintomas são inchaço da glândula parótida em frente a orelha, dor na glândula inchada com tato ou pressão, dor aumentada com a mastigação, febre acima de 37ºC, dores de cabeça, e garganta inflamada. É uma doença de transmissão respiratória e que ataca normalmente as crianças.
A caxumba é uma doença inofensiva, porém pode provocar complicações como inchaço nos testículos e ovários, e em casos raros resultar em esterilidade. O coração e as articulações também podem ser acometidos.
O diagnóstico: É feito através de exame clínicos e laboratoriais com sorologia específica.
A prevenção é realizada devido a eficácia da vacina Tríplice Viral.
Varicela (Catapora)
É uma patologia infecciosa aguda, com grande transmissibilidade, causada pelo vírus varicela-zóster. A patologia é mais comum em crianças entre um e dez anos, porém pode ocorrer em pessoas susceptíveis (não imunes) de qualquer faixa etária. Esta patologia em crianças pode evoluir sem consequências mais sérias.
Transmissão: O ser humano é o único hospedeiro natural do vírus varicela-zóster. A infecção, em geral, ocorre através da mucosa do trato respiratório superior (porta de entrada). A transmissão do vírus acontece, principalmente, pela secreção respiratória (gotículas de saliva, espirro, tosse) de um indivíduo infectado ou pelo contato direto com o líquido das vesículas. É possível a transmissão da varicela através da placenta.
Sintomatologia: Em crianças, em geral, as manifestações iniciais da varicela são as lesões de pele. É comum em adultos ocorrer febre e prostração.
Prevenção: A doença pode ser evitada através da utilização da vacina contra a varicela.
Tratamento: Como as demais doenças exantemáticas o seu tratamento é sintomático. O prurido pode ser atenuado com banhos ou compressas frias e com a aplicação de soluções líquidas contendo cânfora ou mentol ou óxido de zinco. Quando muito intenso, pode ser necessário utilizar medicamentos antialérgicos.
Hepatites
Hepatite é toda e qualquer inflamação do fígado e que pode resultar desde uma simples alteração laboratorial (portador crônico que descobre por acaso a sorologia positiva), até doença fulminante e fatal (mais frequente nas formas agudas). Existem várias causas de hepatite, sendo as mais conhecidas as causadas por vírus das hepatites A, B, C, D, E, F, G, citomegalovírus, etc).
Outras causas: drogas (álcool, anti-inflamatórios, anticonvulsivantes, sulfas, hormônios tireoidianos, anticoncepcionais, etc), distúrbios metabólicos (doença de Wilson, politransfundidos), transinfecciosa, pós-choque. Em comum, todas as hepatites têm algum grau de destruição das células hepáticas.
Sintomatologia: A grande maioria das hepatites agudas são assintomáticas ou leva a sintomas incaracterísticos como febre, mal-estar, desânimo e dores musculares. Hepatites mais severas podem levar a sintomas mais específicos, sendo o sinal mais chamativo a icterícia, conhecida popularmente no Brasil por “trisa” ou "amarelão" e que caracteriza-se pela coloração amarelo-dourada da pele e conjuntivas. Associado pode ocorrer urina cor de coca-cola (colúria) e fezes claras, tipo massa de vidraceiro (acolia fecal). Hepatites mais graves podem cursar com insuficiência hepática e culminar com a encefalopatia hepática e óbito. Hepatites crônicas (com duração superior a 6 meses), geralmente são assintomáticas e podem progredir para cirrose.
Hepatite A: É uma hepatite infecciosa aguda causada pelo vírus da hepatite A, que pode cursar de forma subclínica.
Hepatite B: É uma hepatite infecciosa aguda causada pelo vírus da hepatite B.
Hepatite C: É uma hepatite infecciosa aguda causada pelo vírus da hepatite C. Não existe vacina para a hepatite C e é considerada pela Organização Mundial da Saúde como o maior problema de saúde pública, é a maior causa de transplante hepático e transmite-se pelo sangue mais facilmente do que a AIDS.
Febre Amarela
A febre amarela é uma doença infecciosa causada por um flavivírus (o vírus da febre amarela), para a qual está disponível uma vacina altamente eficaz. A doença é transmitida por mosquitos e ocorre exclusivamente na América Central, na América do Sul e na África. No Brasil, a febre amarela é geralmente adquirida quando uma pessoa não vacinada entra em áreas de transmissão silvestre (regiões de cerrado, florestas).
Prevenção: Vacinação contra a febre amarela.
Manifestações: A maioria das pessoas infectadas com o vírus da febre amarela tem sintomas discretos ou não apresenta manifestações da doença. Os sintomas da febre amarela, em geral aparecem entre 3 e 6 dias (período de incubação) após a picada de um mosquito infectado. As manifestações iniciais são febre de início súbito, sensação de mal-estar, dor de cabeça, dor muscular, cansaço e calafrios. Em algumas horas podem surgir náuseas, vômitos e, eventualmente, diarreia. Após três ou quatro dias, a maioria dos doentes (85%) recupera-se completamente e fica permanentemente imunizado contra a doença.
Tratamento: não tem tratamento específico. As pessoas com suspeita desta doença, devem ser internadas para investigação diagnóstica e tratamento de suporte, que é feito basicamente com hidratação e antitérmicos. Não deve ser utilizado remédio para dor ou febre, acetil-salicílico, que pode aumentar o risco de sangramentos.
Malária
A malária é uma das mais importantes doenças tropicais do mundo e apresenta-se bastante difundida no mundo. Essa doença caracteriza-se por desencadear acessos periódicos de febres intensas que debilitam profundamente o doente. A malária provoca lesões no fígado, no baço e em outros órgãos, além de anemia profunda devido à destruição maciça dos glóbulos vermelhos que são utilizados pelo Plasmodium para reproduzir-se.
Prevenção: Drenando-se valas e banhados, as fêmeas dos mosquitos não terão mais local apropriado para a postura; A criação de peixes larvófagos, isto é, que se alimentam de larvas dos mosquitos, produz bons resultados; O uso de repelentes e a utilização de tela nas janelas impedem que os mosquitos se aproximem do homem; Evitar o acúmulo de pneus velhos, latas, vasos e outros recipientes que armazenam água, possibilitando a reprodução do mosquito. Certas árvores, como o eucalipto podem ser usadas como plantas drenadoras, porque absorvem muita água do solo. Não havendo água estagnada, as fêmeas dos mosquitos não terão local adequado para a postura; Educação sanitária e o tratamento medicamentoso dos enfermos são medidas indispensáveis. Ainda não há vacina contra a malária.
Tratamento: visa principalmente a interrupção do crescimento de células sanguíneas infectadas e responsável pela patogenia e manifestações clínicas da infecção. Além disso, a abordagem terapêutica de pacientes residentes em áreas endêmicas, pode visar também à interrupção da transmissão, pelo uso de drogas que eliminam as formas sexuadas dos parasitos. Para atingir esses objetivos, diversas drogas como a cloroquina (medicação antimalárica) com diferentes mecanismos de ação são utilizadas, tentando impedir o desenvolvimento do parasito no hospedeiro.
Tuberculose
A Tuberculose é uma doença infecciosa causada pelo Mycobacterium tuberculosis ou bacilo de Koch em homenagem ao seu descobridor, o bacteriologista alemão Robert Koch, em 1882. Apesar das inúmeras localizações possíveis da doença, em cerca de 90% dos casos, inicia-se pelos pulmões. Nas crianças, via de regra, a transmissão ocorre pela ingestão de leite de vaca contaminado, podendo aparecer a tuberculose pulmonar, a renal, a óssea, na pele, etc.
Sintomatologia: Na tuberculose pulmonar, geralmente a primeira infecção por bacilos se estabelece sem apresentar sintomas ou com sintomas discretos, como perda do apetite, fadiga, irritação. Muitas vezes, os sintomas assemelham-se aos da gripe ou do resfriado comum. Podem surgir febre, tosse seca, sudorese noturna e emagrecimento. Por outro lado, em alguns casos, a evolução origina consequências graves. Ocorre a reativação dos focos primários, caseificação progressiva (necrose do tecido) e cavernização, caracterizando a tuberculose crônica.
Profilaxia: Na prevenção, principalmente em crianças recém-nascidas, usa-se a vacina BCG (bacilo de Calmet-Guérin). Evitar o convívio com tuberculoso contagiante e só consumir leite pasteurizado ou fervido adequadamente. Talvez a prevenção mais eficaz seja melhorar o padrão de vida da população, as condições de habitação, trabalho, alimentação.
O tratamento: Usa-se um verdadeiro arsenal de antibióticos iniciado o quanto antes após o diagnóstico por se tratar de uma doença altamente contagiante e em que o paciente permanece bacilífero ou seja transmitindo a doença até 15 dias após o início do tratamento. O tratamento é feito nas unidades de saúde e é gratuito.
Pelo menos durante os cinco primeiros dias de doença é imprescindível que estejam protegidas com mosquiteiros, uma vez que durante esse período podem ser fontes de infecção para o Aëdes aegypti.
As formas graves da doença necessitam de tratamento intensivo e medidas terapêuticas adicionais como diálise peritonial e, eventualmente, transfusões de sangue
Dengue
A dengue é uma doença infecciosa febril aguda causada por um vírus da família Flaviridae e é transmitida através do mosquito Aedes aegypti, também infectado pelo vírus. Atualmente, a dengue é considerada um dos principais problemas de saúde pública de todo o mundo.
Tipos de Dengue - Em todo o mundo, existem quatro tipos de dengue, já que o vírus causador da doença possui quatro sorotipos: DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4.
No Brasil, já foram encontrados da dengue tipo 1, 2 e 3. A dengue de tipo 4 foi identificada apenas na Costa Rica.
Formas de apresentação - A dengue pode se apresentar – clinicamente - de quatro formas diferentes.
Infecção Inaparente: A pessoa está infectada pelo vírus, mas não apresenta nenhum sintoma. A grande maioria das infecções da dengue não apresenta sintomas. Acredita-se que de cada dez pessoas infectadas apenas uma ou duas ficam doentes.
Dengue Clássica - A Dengue Clássica é uma forma mais leve da doença e semelhante à gripe. Geralmente, inicia de uma hora para outra e dura entre 5 a 7 dias. A pessoa infectada tem febre alta (39° a 40°C), dores de cabeça, cansaço, dor muscular e nas articulações, indisposição, enjôos, vômitos, manchas vermelhas na pele, dor abdominal (principalmente em crianças), entre outros sintomas. Os sintomas da Dengue Clássica duram até uma semana. Após este período, a pessoa pode continuar sentindo cansaço e indisposição.
Dengue Hemorrágica: A Dengue Hemorrágica é uma doença grave e se caracteriza por alterações da coagulação sanguínea da pessoa infectada. Inicialmente se assemelha a Dengue Clássica, mas, após o terceiro ou quarto dia de evolução da doença surgem hemorragias em virtude do sangramento de pequenos vasos na pelo e nos órgãos internos. A Dengue Hemorrágica pode provocar hemorragias nasais, gengivais, urinárias, gastrointestinais ou uterinas. Na Dengue Hemorrágica, assim que os sintomas de febre acabam a pressão arterial do doente cai, o que pode gerar tontura, queda e choque. Se a doença não for tratada com rapidez, pode levar à morte.
Febre Tifoide
É uma doença infecciosa potencialmente grave, causada por uma bactéria, a Salmonella typhi. Caracteriza-se por febre prolongada, alterações do trânsito intestinal, aumento de vísceras como o fígado e o baço e, se não tratada, confusão mental progressiva, podendo levar ao óbito. A transmissão ocorre principalmente através da ingestão de água e de alimentos contaminados. A doença tem distribuição mundial, sendo mais frequente nos países em desenvolvimento, onde as condições de saneamento básico são inexistentes ou inadequadas.
Transmissão: A S. typhi causa infecção exclusivamente nos seres humanos. A principal forma de transmissão é a ingestão de água ou de alimentos contaminados com fezes humanas ou, menos frequentemente, com urina contendo a S. typhi. Mais raramente, pode ser transmitida pelo contato direto (mão-boca) com fezes, urina, secreção respiratória, vômito ou pus proveniente de um indivíduo infectado.
Medidas de proteção individual: Os viajantes que se dirigem para uma área onde exista risco de febre tifoide devem adotar as medidas de proteção para evitar doenças transmitidas através da ingestão de água e alimentos. O consumo de água tratada e o preparo adequado dos alimentos são medidas altamente eficazes.
A seleção de alimentos seguros é crucial. Em geral, a aparência, o cheiro e o sabor dos alimentos não ficam alterados pela contaminação com agentes infecciosos. O viajante deve alimentar-se em locais que tenham condições adequadas ao preparo higiênico de alimentos. A alimentação na rua com vendedores ambulantes constitui um risco elevado. Os alimentos mais seguros são os preparados na hora, por fervura, e servidos ainda quentes.
Manifestações Clínicas: As manifestações, especialmente na primeira semana de doença, podem ser semelhantes a de outras doenças febris como a malária. Mesmo que tenham história de risco para febre tifoide, pessoas que estiveram em uma área de transmissão de malária, e que apresentem febre, durante ou após a viagem, devem ter essa doença investigada. À medida que a febre tifoide progride, é mais facilmente confundível com infecções que podem ter evolução lenta como a endocardite bacteriana, a tuberculose ou, ainda, com as doenças de natureza auto-imune, como o lúpus eritematoso sistêmico.
O tratamento: consiste basicamente em antibióticos e reidratação. Nos casos leves e moderados, o médico pode recomendar que o tratamento seja feito em casa, com antibióticos orais. Os casos mais graves devem ser internados para hidratação e administração venosa de antibióticos. Sem tratamento antibiótico adequado, a febre tifoide pode ser fatal em até 15% dos casos.