Doenças de Notificação e Controle Epidemiológico
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Doenças de Notificação Imediata
Doenças de Notificação Imediata: Dengue, Difteria, Leptospirose, Sífilis congênita, Tuberculose, Hanseníase, Hepatites virais, Coqueluche, Rubéola, Sarampo.
Ações de Saúde Pública
Ações: Planejamento, organização, controle e avaliação das ações na promoção da saúde. Desenvolve ações investigativas, epidemiológicas de diagnóstico situacional, de planejamento e de implementação de medidas de prevenção, controle e tratamento.
Doenças Específicas e Medidas de Controle
Síndrome Mão-Pé-Boca
Sintomas: Febre alta, vômito, diarreia, mal-estar, falta de apetite e erupção de pequenas bolhas em geral nas mãos e boca.
Vias de Transmissão: Fecal-oral, saliva, secreções, alimentos e objetos contaminados.
5 Exemplos de Medidas de Controle Epidemiológico:
- Lavar superfícies e objetos.
- Higienizar as mãos.
- Evitar contato próximo com pessoa infectada.
- Cobrir boca e nariz ao espirrar.
- Não compartilhar mamadeiras.
Conjuntivite
Sintomas: Olhos vermelhos, coceira, lacrimejamento, pálpebras edemaciadas, sensação de areia ou cisco nos olhos, secreção purulenta.
Vias de Transmissão: Através das mãos lavadas, abraços, toalhas, beijos, óculos, espirro e tosse.
5 Exemplos de Medidas de Controle Epidemiológico:
- Não coçar os olhos.
- Evitar aglomeração.
- Não compartilhar toalhas.
- Dar preferência a toalhas descartáveis.
- Não compartilhar esponjas.
Diarreia
Sintomas: Fezes amolecidas ou líquidas; necessidade de evacuar mais de três vezes ao dia.
Vias de Transmissão: Ingestão de água e alimentos contaminados e contato com objetos contaminados (ex.: utensílios de cozinha, acessórios de banheiros, equipamentos hospitalares); transmissão direta – pessoa a pessoa (ex.: mãos contaminadas) e de animais para as pessoas.
5 Exemplos de Medidas de Controle Epidemiológico:
- Lavar sempre as mãos antes e depois de: utilizar o banheiro, trocar fraldas, manipular/preparar os alimentos, amamentar, tocar em animais.
Toxoplasmose
Ciclo de Transmissão: Oral e congênita. A via oral consiste na ingestão de carne contaminada crua ou mal cozida, que não teve o processamento térmico adequado. A congênita consiste na transmissão da doença adquirida pela mãe, durante a gestação, ao feto, via transplacentária.
Consequências da Transmissão Congênita: O bebê pode apresentar complicações, como: hidrocefalia, convulsões, atrofia cerebral, anemia, problemas no fígado e alterações oculares. Durante a gestação, a mulher deve fazer exames para detectar a doença e tratá-la, caso seja constatada.
Estudo de Caso Clínico (Triagem UPA)
Caso: Paciente de 3 anos em UPA, classificação inicial amarela. Cuidados de enfermagem: fazer triagem, avaliação e solicitar hemograma.
a) Qual hipótese diagnóstica?
Dengue.
b) Necessário notificar?
Sim. Por ser uma doença de notificação compulsória, todo caso suspeito deve ser notificado pela via mais rápida.
c) Quais as condutas de enfermagem ainda na primeira avaliação?
Exame clínico com Pressão Arterial (PA) em 02 posições para verificar hipotensão postural, verificar convergência diastólica e sistólica, realizar a prova de laço e orientar o paciente sobre o caso.
d) Qual a classificação de risco e como será o seguimento da paciente?
Classificação B, pois a paciente é diabética. O seguimento será com hemograma e avaliação todos os dias até que ela não tenha mais febre, com hiper-hidratação. Em caso de sinais de alarme, retornar imediatamente à unidade de saúde.
Sarampo
II. A vacinação é uma medida de controle para a doença.
III. O contágio se faz via respiratória, sendo uma doença de alta capacidade de transmissibilidade.
V. O uso de antibióticos nunca é recomendado quando ocorrem complicações viróticas, como pneumonia e otites médias, devido a doença ser viral.
Doenças Infecciosas e Controle de Vetores
Doenças: 1 - Doença de Chagas; 2 – Malária; 3 – Toxoplasmose; 4 – Leishmaniose; 5 – Leptospirose.
- (1) Doença de Chagas: Combate ao vetor, o barbeiro, principalmente através da melhoria das moradias rurais, pois este inseto vive nas frestas das casas de pau-a-pique, ninhos de pássaros, tocas de animais, casca de troncos e sob pedras.
- (5) Leptospirose: Febre, calafrio, conjuntivite, dor nos músculos (mialgia), fotofobia (incômodo na presença da luz), dor de garganta, gânglios no pescoço.
- (2) Malária: Evitar picadas do mosquito, fazendo o uso de repelentes, calças e camisas de manga longa, principalmente no período de fim da tarde e início da noite.
- (4) Leishmaniose: Feridas na pele que se localizam com maior frequência nas partes descobertas do corpo, podendo agravar para mucosas do nariz, boca e garganta.
- (2) Malária: A quinina, pó branco, inodoro e de sabor amargo, é uma substância utilizada no tratamento.
- (3) Toxoplasmose: As drogas utilizadas são sulfadiazina, sulfametoxazol, pirimetamina, espiramicina e clindamicina, havendo três situações de tratamento.
Suspeita Diagnóstica: Meningite
Qual suspeita diagnóstica? Meningite (vômito em jato).
Exames Clínicos de Meningite
Explique como são realizados os exames clínicos Kernig e Brudzinski:
- Kernig: Quando o paciente está deitado com a coxa flexionada sobre o abdômen, a perna não deve ser estendida por completo.
- Brudzinski: Quando o pescoço do paciente está flexionado, efetua-se a flexão dos joelhos e quadris.
Isolamento e Paramentação (Meningite)
Qual tipo de isolamento? Qual paramentação usar? Isolamento respiratório para gotícula e deve permanecer em quarto privativo. Isolamento para suspeito após 24h de antibioticoterapia. Usar máscara cirúrgica ao entrar no quarto onde se encontra o paciente e, caso o paciente seja transportado de maca, ele também deve utilizar máscara.
Diagnósticos e Prescrições de Enfermagem (Meningite)
Quais diagnósticos e prescrições de enfermagem?
Diagnósticos: Risco de desequilíbrio eletrolítico relacionado à presença de vômito em jato; Risco de sangramento relacionado a petéquias; Hipertermia relacionada a agente infeccioso caracterizado pela temperatura de 37,8°C; Dor aguda relacionada à doença caracterizada por cefaleia; Conhecimento insuficiente sobre a doença e o tratamento; Dor aguda nas regiões lombar, cervical e cabeça.
Prescrição de Enfermagem: Monitorar sinais e sintomas de infecções e anemia; Verificar sinais vitais; Proporcionar ambiente calmo; Dar sustentação cervical; Estimular o paciente a aceitar a dieta; Pesar o paciente em jejum diariamente; Monitorar a contagem de eritrócitos.
Exames e Orientações (Meningite)
Exames que devem ser realizados: Cultura, exame quimiocitológico do líquor (LCR), bacterioscopia direta, aglutinação pelo látex, biologia molecular.
Orientações: Informar sobre a existência de diferentes vacinas, orientar sobre o tratamento com antibiótico e para quem esteja em contato próximo com as pessoas infectadas.
Sarampo/Rubéola
Sintomas: Aspeto gripal, febre, exantema.
Exames: Coleta de sorologia após 15 a 25 dias, amostra de nasofaringe, urina, saliva. Em caso de encefalite, coleta do líquor encefálico.
Isolamento: Respiratório.
Diagnóstico: Hipertermia caracterizada por temperatura acima de 37,8°C; Risco de déficit para volume de líquido relacionado à diarreia; Padrão respiratório ineficaz relacionado à doença, caracterizado por quadro gripal; Conhecimento insuficiente sobre a doença e tratamento relacionado ao desconhecimento, caracterizado pela ansiedade pela hospitalização.
Prescrição: Compressas frias, orientar e usar roupas leves, estimular a ingesta hídrica, elevar cabeceira, monitorar saturação, observar padrão respiratório, orientar sobre a doença, esclarecer dúvidas quanto ao regime de tratamento, solicitar presença de responsável.
Vigilância: Internação em quarto privativo com precauções durante todo o período de internação. Em caso de aumento do número de pacientes com sarampo, poderá ser estabelecido o isolamento por coorte dos casos confirmados em uma mesma enfermaria, com distância de um metro, comunicantes vacinados.
Vacina Raiva
Esquema Vacinal: Se o animal for conhecido, a vacina é administrada em 0, 3 e 7 dias. Se o animal for desconhecido e não puder ser acompanhado, o paciente toma vacina nos dias 0, 3, 7, 14 e 28, mais a imunoglobulina. Ou, se o procedimento for em região de maior risco, acompanha-se o animal por 10 dias. Se o animal for agressivo, afasta-se ele.
Leptospirose e Hantavirose
Sintomas Comuns: Ratos, mialgia em membros inferiores (MDI), febre.
Leptospirose
Doença infecciosa causada por uma bactéria presente na urina de ratos e outros animais, transmitidas ao homem principalmente nas enchentes. Agente etiológico são os roedores.
Exames: ELISA IgM em soro, ou soro conversão por IgG, PCR ou imunohistoquímica positiva.
Sinais e Sintomas: Febre alta e repentina, dores de cabeça, calafrios, dores musculares, náuseas e vômitos, diarreia e desidratação.
Hantavirose
É uma zoonose viral aguda que causa infecções ligadas ao sistema cardiopulmonar nos seres humanos.
Sinais e Sintomas: Febre, dor nas articulações, dor de cabeça, dor lombar, dor abdominal, sinais gastrointestinais. Na fase cardiopulmonar: febre, dificuldade para respirar, respiração acelerada, aceleração dos batimentos cardíacos, tosse seca e pressão baixa.
Exames Diagnósticos: ELISA IgM em soro, ou soro conversão por IgG, PCR ou imunohistoquímica positiva.
Diagnósticos e Prescrições de Enfermagem (Leptospirose/Hantavirose)
Diagnósticos de Enfermagem: Dor aguda; Nutrição desequilibrada menor do que as necessidades corporais relacionada à anorexia e à diarreia; Padrão de sono perturbado relacionado às modificações no ambiente; Risco de infecção relacionado a procedimentos invasivos; Risco de desequilíbrio do volume de líquidos.
Prescrição de Enfermagem: Comunicar e registrar queixas álgicas; administrar analgésico prescrito; explicar a importância da nutrição adequada; acionar o nutricionista; monitorar os resultados de exames laboratoriais; incentivar a ingesta líquida; monitorar a eliminação; considerar as perdas de líquido associadas a vômito, diarreia, febre.
Vigilância Intra-hospitalar e Ação da Vigilância
Vigilância Intra-hospitalar: Divulgar informes sobre o risco da doença para o restante da população exposta; divulgar informes sobre a necessidade de avaliação para todo indivíduo exposto; divulgar medidas potenciais para evitar novas e continuadas exposições a situações de risco de infecções; alertar os profissionais de saúde sobre a possibilidade de ocorrência da doença na localidade para aumentar a capacidade de diagnóstico; manter vigilância ativa para identificação oportuna dos casos; notificar todos os casos suspeitos; realizar tratamento oportuno de todo caso.
Ação da Vigilância: A ação da vigilância epidemiológica é identificar e monitorar unidades territoriais de relevância, investigar e caracterizar surtos, identificar precocemente os casos em áreas consideradas não epidêmicas, reduzir o número de casos em áreas de transmissão domiciliar, adotar medidas de controle pertinentes após investigação epidemiológica em áreas de transmissão domiciliar, monitorar os eventos adversos aos medicamentos.