Doenças Periodontais: Diagnóstico, Classificação e Tratamento
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Entendendo as Doenças Periodontais: NIC e Profundidade de Sondagem
O Nível de Inserção Clínica (NIC) é crucial para o diagnóstico da doença periodontal, enquanto a Profundidade de Sondagem (PS) é fundamental para o plano de tratamento, indicando a necessidade de raspagem. O NIC determina a presença ou ausência de perda de inserção. Se houver perda de inserção, estamos diante de periodontites; caso contrário, trata-se de gengivite ou saúde periodontal.
Tipos de Periodontite
Periodontite Crônica
A periodontite crônica geralmente afeta pacientes com mais de 35 anos e está associada ao acúmulo de placa bacteriana ou cálculo. No entanto, a progressão da doença pode ser acelerada por fatores sistêmicos ou externos. Para determinar se é localizada ou generalizada, avaliamos a porcentagem de sítios atingidos que apresentam PS maior que 4 mm. Se mais de 30% dos sítios forem afetados, é considerada generalizada; se menos, é localizada.
Periodontite Agressiva
A periodontite agressiva ocorre em pacientes mais jovens, tipicamente entre 10 e 30 anos, e apresenta pequeno acúmulo de placa e cálculo. É classificada como localizada quando a perda de inserção afeta apenas os incisivos e primeiros molares, e generalizada quando atinge os demais dentes. Este tipo de periodontite geralmente não responde bem ao tratamento convencional.
Classificação da Severidade das Doenças Periodontais
- Inicial (P1): 4 a 5 mm de perda de inserção.
- Moderada (P2): 5 a 7 mm de perda de inserção.
- Avançada/Severa (P3): 8 mm ou mais de perda de inserção.
- Terminal: Perda de função, indicando a extração do dente.
Doenças Periodontais Necrosantes
Nesses casos, a gengivite e a periodontite coexistem, apresentando características semelhantes. A papila interdental adquire um aspecto reto, e observam-se tecidos necrosados, sangramento e mau hálito. Às vezes, forma-se uma membrana esbranquiçada sobre o tecido, característica da necrose papilar. A gengivite necrosante pode estar associada a estresse e queda de imunidade.
Nesta fase aguda, o paciente sente dor, o que impede a instrução de higiene bucal e a realização do protocolo convencional. Recomenda-se uma raspagem mais superficial e abrangente possível, idealmente com ultrassom, para uma limpeza rápida e completa de toda a boca. O controle de placa é desafiador, pois o paciente não consegue escovar adequadamente, mas deve ser incentivado a tentar de forma suave. O controle químico da placa, com bochechos de clorexidina, é uma medida auxiliar importante. A antibioticoterapia é necessária apenas se o paciente apresentar febre ou mal-estar geral, mas o mais importante é remover o fator local com o controle da placa.
Lesão Endo-Periodontal
A lesão endo-periodontal é uma condição complexa que envolve simultaneamente o periodonto e o endodonto. Requer tratamento de canal e raspagem da região afetada, pois a combinação de duas vias de contaminação acelera o processo infeccioso, tornando o diagnóstico mais desafiador.
Classificação da Gengivite
Gengivite Associada Apenas à Placa Dental
Caracterizada pela presença exclusiva de placa bacteriana e gengiva inflamada.
Gengivite Associada à Placa com Fatores Locais
Fatores como cálculo dental, aparelhos ortodônticos e a própria placa bacteriana que auxiliam no acúmulo de biofilme na região.
Gengivite Modificada por Fator Sistêmico
Associada a condições sistêmicas, como alterações hormonais (diabetes, puberdade, ciclo menstrual, gravidez e menopausa) e discrasias sanguíneas (principalmente leucemia).
Gengivite Modificada por Medicamento
Aumento gengival com processo inflamatório associado, que pode ocorrer devido a certas medicações, resultando em hiperplasia gengival exacerbada. As três drogas mais específicas são: fenitoína (anticonvulsivante), ciclosporina (imunossupressor) e bloqueadores de canal de cálcio (para hipertensão).
Gengivite Influenciada por Drogas
Anticoncepcionais em doses elevadas podem agravar os sinais gengivais em algumas mulheres.
Gengivite Modificada pela Má Nutrição
Situações de anemia grave ou deficiência de vitamina C (escorbuto), que podem agravar o processo inflamatório gengival.
Considerações Finais sobre o Tratamento
Se houver uma resposta insatisfatória à terapia básica (raspagem) e o paciente apresentar fatores sistêmicos associados, como tabagismo e diabetes, esses fatores devem ser considerados, pois podem limitar o resultado do tratamento. Pacientes diabéticos não compensados não podem ser submetidos à terapia básica.
Diagnóstico e Abordagem Terapêutica
Em casos de periodontite crônica, a terapia básica é indicada. No entanto, para a periodontite agressiva, a terapia cirúrgica é recomendada para uma maior descontaminação do local, devido à rápida progressão da doença e à dificuldade de resposta ao tratamento convencional.