DPOC, Bronquite, Asma e Enfisema: Guia Completo

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Doenças Pulmonares Obstrutivas (DPOC)

  • Incidência significativa
  • Mortalidade potencial
  • Vários mecanismos fisiopatológicos
  • Característica básica: Obstrução das vias aéreas e hiperinsuflação pulmonar

Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC)

Doença caracterizada por limitação ao fluxo aéreo que não é totalmente reversível. A limitação ao fluxo aéreo usualmente é progressiva e secundária a uma resposta inflamatória do pulmão a partículas e gases nocivos.

Causas Comuns

  • Asma brônquica
  • Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC)

Outras Condições

Bronquite Crônica

Enfisema Pulmonar

  • Bronquiectasias
  • Bronquiolites

Fatores de Risco

Fatores Pessoais

  • Genético: Deficiência de alfa1-antitripsina
  • Hiperresponsividade brônquica
  • Crescimento pulmonar reduzido

Fatores Ambientais

  • Tabagismo
  • Poeiras e produtos químicos
  • Infecções
  • Condições socioeconômicas

Comprometimento na DPOC

  • Alterações na luz brônquica
  • Alterações na parede brônquica
  • Alterações peribrônquicas

Obstrução por Alterações na Luz

  • Secreção - Bronquite crônica
  • Edema - Insuficiência cardíaca congestiva
  • Aspiração de líquidos - Distúrbios de deglutição

Obstrução por Alterações na Luz (Cont.)

  • Aspiração de sólidos - Corpo estranho
  • Incapacidade de eliminar secreções - Doença dos cílios imóveis

Por Alterações da Parede

  • Contração do músculo liso (broncoespasmo)
  • Asma brônquica: simpático
  • DPOC: parassimpático
  • Hipertrofia das glândulas mucosas - Bronquite crônica
  • Inflamação - Asma brônquica
  • Edema - Insuficiência cardíaca congestiva

Obstrução por Alterações Peribrônquicas

  • Destruição do parênquima com perda da tração radial e do recolhimento elástico - Enfisema pulmonar
  • Edema peribrônquico - Insuficiência cardíaca congestiva
  • Compressão extrínseca - Neoplasia de pulmão

Hiperinsuflação Pulmonar

Hiperinsuflação Pulmonar Fixa: A destruição do parênquima pulmonar leva a um desequilíbrio entre as forças que determinam a forma da caixa torácica. É irreversível.

Hiperinsuflação Pulmonar Dinâmica: A obstrução brônquica lentifica o fluxo aéreo gerando aprisionamento de ar. É reversível, alguns broncodilatadores melhoram a hiperinsuflação diretamente.

Bronquite

É uma inflamação da membrana mucosa dos brônquios, que produz uma tosse persistente acompanhada de expectoração.

  1. Bronquite aguda: Surge subitamente e é de curta duração.
  2. Bronquite crônica: É uma afecção que se repete ao longo de vários anos.

Sinais e Sintomas da Bronquite

  • Tosse
  • Expectoração
  • Dispneia
  • Sibilância
  • Cianose
  • Inchaço nas extremidades do corpo (piora do trabalho cardíaco)
  • Febre (quando associada à infecção respiratória)
  • Cansaço
  • Falta de apetite
  • Catarro mucóide (muco claro ou branco, purulento se houver infecção)

Padrões Fisiopatológicos da Bronquite Crônica

  • Produção excessiva de muco
  • Hipertrofia das glândulas mucosas
  • Inflamação crônica nas pequenas vias aéreas
  • Alterações degenerativas peribrônquicas

Asma Brônquica

O sentido etimológico da palavra asma advém do grego e significa ofegante; dificuldade na respiração (Nunes, L., 2003).

  • Doença inflamatória (Mastócitos, Eosinófilos, Linfócitos)
  • Hiperresponsividade brônquica (Genética e interação ambiental)
  • Obstrução brônquica
  • Reversibilidade (Espontânea ou com medicamentos)

Fatores Desencadeantes

  • Aero-alérgenos: Ácaros, pó domiciliar, fungos, epitélios de animais
  • Irritantes das vias aéreas: Tabagismo ativo e passivo, poluição ambiental
  • Infecções
  • Frio
  • Exercício

Graus da Asma

  • Grau 1 - Asma intermitente: Sintomas surgem apenas uma ou duas vezes por mês.
  • Grau 2 - Asma persistente ligeira: Sintomas surgem uma ou mais vezes por semana.
  • Grau 3 - Asma persistente moderada: Sintomas são praticamente todos os dias.
  • Grau 4 - Asma persistente grave: Sintomas são permanentes.

Enfisema Pulmonar

Patologia crônica caracterizada pela destruição tecidual dos pulmões, o que os torna hiperinsuflados.

Há uma dilatação permanente dos espaços aéreos distalmente aos bronquíolos terminais devido à destruição das paredes das vias aéreas, sem fibrose evidente.

Etiologia do Enfisema

  • Geralmente é causada por:
  1. Exposição a produtos químicos tóxicos
  2. Exposição prolongada ao fumo de tabaco (80%)
  3. Evolução da bronquite crônica
  4. Congênito (ou primário), causado pela deficiência da alfa-1-antitripsina
  5. Asma e fibrose cística
  6. Doenças ocupacionais

Sinais e Sintomas do Enfisema

  1. Dispneia progressiva, até em repouso
  2. Incapacidade para trabalhar
  3. Padrão respiratório alterado
  4. Utilização da musculatura acessória
  5. Alteração da forma do tórax (barril)
  6. Cianose progressiva

Complicações do Enfisema

  1. Falência respiratória
  2. Acidose respiratória
  3. Insuficiência ventricular - Cor pulmonale
  4. Pneumotórax
  5. Colapso pulmonar devido ao pneumotórax hipertensivo

Bronquiectasia

Bronquiectasia refere-se à dilatação e distorção irreversível dos brônquios em decorrência da destruição dos componentes elástico e muscular de sua parede.

Fisiopatologia

  • Infecção e/ou dificuldade de depuração muco-ciliar.
  • Condição genética primária, que leva a um comprometimento da depuração muco-ciliar, que possibilita a permanência de secreção por mais tempo na via aérea, promovendo uma seleção natural das bactérias e maior lesão do endotélio ciliar, causando um processo inflamatório crônico, facilitando infecções recorrentes e o aparecimento de bronquiectasias.

Infecção Causada Por

  1. Staphylococcus aureus
  2. Pseudomonas aeruginosa
  3. Klebsiella pneumoniae
  4. Mycoplasma pneumoniae
  5. Aspergillus
  6. Histoplasma

Sinais e Sintomas

  • Tosse produtiva, principalmente pela manhã
  • Piora com necessidade de uso de antibióticos
  • Febre
  • Inapetência
  • Dispneia progressiva
  • Hemoptise
  • Sibilos

Tratamento

  • Conservador:
    1. Fisioterapia
    2. Antibioticoterapia
    3. Drenagem postural
    4. Reforço nas imunizações
  • Cirúrgico: Em doenças localizadas sem melhora com o tratamento conservador

Bronquiolite

Afecção respiratória aguda mais frequente e a principal causa de hospitalização nas crianças nos primeiros dois anos de vida.

  • Ocorre quando os bronquíolos ficam inflamados e acumulam muco.
  • Estima-se que 2/3 dos bebês desenvolvam bronquiolite, pois suas vias aéreas são menores e os pulmões e sistema imunitário ainda não estão completamente desenvolvidos.

Causas

  1. Infecciosa:
    • Vírus Sincicial Respiratório (VSR)
    • Adenovírus (sorotipos 1, 3, 5, 7 e 21)
    • Parainfluenza (sorotipos 1 e 3)
    • Influenza A
    • Enterovírus
    • Bactérias atípicas (M. pneumoniae, C. trachomatis e C. pneumoniae, U. urealyticum)

Sintomas

  1. Em geral, pode parecer um resfriado prolongado
  2. Febre e coriza
  3. Pode ser semelhante aos sintomas da asma
  4. Dispneia: devido à diminuição da quantidade de ar que entra nos pulmões devido à presença de secreções
  5. Inapetência
  6. Presença de secreção pulmonar abundante

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