Dualismo, Liberdade e a Natureza de Deus: Deísmo e Teísmo

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Explorando o Dualismo, Liberdade e a Natureza de Deus

Iremos definir e dar forma às ideias do terceiro Artigo de Fé. Esta é uma afirmação antropológica do dualismo corpo-alma no ser humano. É apresentado como a conclusão de um argumento que se desenvolve da seguinte forma:

  1. Nenhum ser material é ativo por si só, e eu sou.
  2. Minha vontade é independente dos meus sentidos e sinto-me bem quando faço o que quero.
  3. O princípio de toda a ação está na vontade de um ser livre.
  4. A matéria não é livre; é determinada pelas leis da física.
  5. Por conseguinte, se o ser humano é livre, é porque parte dele não está sujeita às leis da física, por isso deduzimos que é imaterial.

Com este terceiro Artigo, o dualismo antropológico é estabelecido. É, portanto, muito interessante observar que a existência de uma substância imaterial no ser humano, a alma, deriva da existência da liberdade. É importante notar que a ordem moral que governa e preside a vida humana se baseia em um plano divino que nos permite alcançar a virtude através de nossas escolhas.

Deísmo e Teísmo: Diferenças Fundamentais

A diferença fundamental entre os dois termos é que os deístas concebem Deus como um ser racional, mais do que emocional, como um princípio causal do universo, enquanto os teístas pensam em Deus não apenas como um conceito intelectual ou dedutivo, mas como um ser que se conecta aos nossos sentimentos.

Por exemplo, no caso do deísmo de Voltaire, ele confessa que é impossível saber a verdadeira natureza da divindade, não podendo pronunciar-se sobre se Deus é bom ou mau. Este seria um Deus concebido como o 'Grande Arquiteto' do mundo. Mas um teísta, como no caso de Rousseau, verifica alguns aspectos da natureza divina, como a bondade e o amor à simplicidade, o que se reflete em nossa liberdade.

Ambos têm em comum que tanto o deísmo quanto o teísmo são uma reinterpretação do conceito de Deus a partir de um ponto de vista crítico e racional iluminista. E ambas são formas de religião natural, constituindo uma religião que exclui elementos que dão origem a credos e confissões específicas.

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