Economia Internacional: Conceitos, História e Desafios Atuais
Classificado em Economia
Escrito em em português com um tamanho de 6,07 KB
A Importância da Economia Internacional
Quando adquirimos um produto qualquer, na maioria das vezes, não nos questionamos sobre sua origem. Ou, se o fazemos, não olhamos os detalhes, como, por exemplo, de onde vêm seus componentes, que implicações isso traz, por exemplo, na geração de empregos em nosso país, os efeitos da entrada de produtos estrangeiros sobre a economia local, a globalização dos mercados de produção e financeiro, e as crises externas e suas consequências na economia local.
Comércio Internacional e Padrão de Vida de uma Nação
As importações e exportações são determinantes no padrão de vida das sociedades, suprindo carências de produtos não disponíveis internamente (no caso das importações) e gerando renda e emprego internamente (no caso das exportações).
O Objeto de Estudo da Economia Internacional
A economia internacional se ocupa do estudo da interdependência econômica e financeira entre as nações. Ela analisa o fluxo de bens, serviços, pagamentos de recursos monetários entre uma nação e o restante do mundo, e as políticas destinadas a regular essas práticas. Em resumo, a economia internacional estuda a teoria do comércio internacional, a política do comércio internacional, o balanço de pagamentos, o mercado de câmbio externo e a macroeconomia aberta.
Problemas Econômicos Internacionais Atuais
- O Protecionismo Comercial em Países Industrializados;
- Excessivas flutuações e grandes desequilíbrios nas taxas de câmbio;
- Crises financeiras em economias emergentes;
- Elevado Desemprego Estrutural, lento crescimento na Europa e Estagnação no Japão;
- Insegurança no Emprego gerada pela reestruturação e pelo enxugamento nos EUA;
- A Profunda Pobreza em muitos países em desenvolvimento;
- O Desafio da Globalização.
Economia Global: Interdependência Financeira
A globalização financeira é apenas uma das faces da globalização dos mercados, mas, sem dúvida, é a que acarreta maiores riscos aos países periféricos.
A interdependência financeira é especialmente danosa aos mais pobres em função da carência de poupança interna e da utilização da poupança externa no financiamento de seus déficits comerciais, devido às perdas na relação de troca (exportação de produtos de baixo valor agregado e importação de produtos industrializados). Com frequência, esta situação expõe esses países a ataques especulativos em virtude do risco de default.
História da Globalização Financeira: De Bretton Woods à Crise de 1980
O Tratado de Bretton Woods – Ao final da Segunda Guerra Mundial, as tratativas para liberalização comercial no âmbito do GATT resultaram neste tratado, que introduziu o dólar americano como moeda de referência nas trocas internacionais e, entre outras coisas, criou o FMI. Isso fez com que o dólar se tornasse moeda de reserva de vários países, tendo, assim, circulação global.
Eurodólar
Depósitos em dólares cujos certificados são adquiridos por não residentes americanos e redepositados em bancos fora dos Estados Unidos. Os adquirentes reemprestam esses dólares, através de seus bancos, àqueles que necessitam de tal moeda para seus pagamentos internacionais, recebendo juros. Londres é o centro dessas transações, mas o eurodólar tem circulação mundial. Exemplo: Foi a solução encontrada para os dólares em posse da extinta União Soviética nos anos 50 por um banco inglês.
Acordo Monetário Europeu – 1958
Remoção de controles cambiais recíprocos, criando facilidades para pagamentos em dólares e ouro. Essa atitude foi motivada pelo receio dos europeus em função da utilização da emissão de dólares para financiar o déficit comercial americano, o que levou a uma grave crise que, em 1971, acabou com a conversibilidade do dólar em ouro.
A Crise do Petróleo de 1973 e os Petrodólares
Essa crise fez aumentar drasticamente os gastos dos países importadores, trazendo como consequência déficits comerciais que foram financiados com empréstimos de bancos europeus e americanos a taxas de juros flutuantes. Ao final dos anos 70, a política de combate inflacionário do governo americano provocou alta nos juros, levando à crise da dívida de vários países. Exemplo: A moratória do México em 1982.
Vulnerabilidade Brasileira
Analisando indicadores dos anos de 1993 a 2000, é possível verificar a situação de exposição a ataques sofrida pelo Brasil naquele período, situação amplamente revertida no momento atual.
Ataques Especulativos
Como amplamente visto, o capital busca maximizar o retorno. Desse modo, os ataques especulativos consistem na saída maciça de investidores, que podem ocorrer por diversos motivos, tais como risco de crise cambial ou deterioração do quadro econômico. Internamente, o Banco Central possui ferramentas para enfrentar tal situação, como, por exemplo, elevar os juros, vender títulos indexados ao câmbio, etc.
A Teoria Pura do Comércio Internacional
Essa teoria adota uma perspectiva de longo prazo e parte de fatores reais que determinam o fluxo de comércio.
Está baseada em algumas premissas como:
- Todas as variáveis reais do sistema econômico são determinadas de forma independente dos fluxos monetários (moeda neutra);
- Todos os preços são flexíveis;
- Os mercados de produtos e fatores estão em concorrência perfeita;
- Para cada país considerado, o estoque de fatores de produção é dado e independente de sua remuneração;
- Os fatores de produção são móveis entre setores, mas imóveis entre países;
- Não há problemas de informação; tecnologia disponível para todos;
- A estrutura de distribuição de renda é dada e constante;
- Inexistem barreiras comerciais;
- Os preços internacionais são dados (hipótese de país pequeno).
Em resumo, a teoria pura busca identificar o que determina o comércio internacional.