Sistema Econômico Internacional e a Economia Global

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Sistema Econômico Internacional: O Processo de Formação da Economia Global

A história pré-moderna do comércio internacional, a partir de uma perspectiva ocidental, pode ser definida pelo comércio no Mar Mediterrâneo durante a Idade Média. No século XIX, a Grã-Bretanha se desenvolveu como uma potência marítima abrangente, com amplo comércio internacional. A Revolução Industrial impulsionou a liderança política e econômica deste país. Houve uma transição do mercantilismo para o liberalismo. Após a Primeira Guerra Mundial, essa economia capitalista enfrentou um sistema econômico antagonista: o socialismo. Nesse contexto, os países coloniais enfrentaram grandes desequilíbrios nos níveis de desenvolvimento. Para regular a economia internacional, países como China, EUA, Reino Unido e URSS realizaram importantes reuniões, das quais surgiram duas grandes organizações: o FMI e o Banco Internacional de Desenvolvimento.

Características do Liberalismo:

  • Divisão internacional do trabalho: a Grã-Bretanha se consolidou como a primeira potência industrial.
  • O padrão-ouro: permitiu o fluxo de pagamentos internacionais e movimentos de capitais, favorecendo a expansão financeira britânica, com Londres como centro.
  • Comércio com poucos obstáculos (tarifas baixas, abolição de restrições à importação, etc.): incentivou a exportação maciça de manufaturados britânicos.
  • Liberdade de migração: promoveu grandes movimentos populacionais, principalmente para os EUA e Argentina.
  • Liberdade dos mares: utilizada pela marinha colonial britânica.

Mercantilismo: Um sistema econômico baseado no desenvolvimento do comércio (principalmente de exportação), que considera a posse de metais preciosos como sinônimo de riqueza.

Liberalismo: Posição adotada por um país em relação ao comércio, que envolve a eliminação de todas as formas de tratamento discriminatório.

Federalismo: Um sistema político em que as funções governamentais são divididas entre um governo central e um grupo de estados-membros. Exemplos incluem os países da antiga União Soviética, a Europa e o Oriente Médio, que veem o federalismo e a descentralização como alternativas à centralização e ao autoritarismo, e como ferramentas para evitar o colapso de seus sistemas políticos. O federalismo era conhecido por sua alta atividade agrícola, mas com comércio limitado. Nas cidades, desenvolviam-se atividades financeiras e de mercado. A crise do federalismo teve duas causas principais: a expansão central em novos territórios e a concentração arbitrária de poder nos estados.

A Revolução Francesa e a Revolução Inglesa: Representaram um novo estágio do capitalismo e fortaleceram os Estados nacionais, consolidando a economia na apropriação privada dos lucros e na acumulação de capital. A Inglaterra, após seu grande desenvolvimento industrial, tornou-se precursora da revolução, o que aumentou a renda e proporcionou um mercado global em constante atualização.

Nova Ordem Mundial: Iniciada no final do século XX, representou um processo de grandes mudanças na organização política mundial. Esse período foi resultado da colisão de forças centrípetas e centrífugas. As centrípetas incluem a distensão do fim da Guerra Fria, a globalização econômica e a gestão de conflitos internacionais pelas Nações Unidas. As centrífugas incluem a explosão do nacionalismo na Europa Oriental, principalmente na URSS e Iugoslávia. Essa nova ordem mundial, caracterizada pela reorganização de áreas geográficas, teve como gatilho a dissolução da URSS. Suas características incluem:

  • Explosão demográfica
  • Desigualdade na utilização de recursos
  • Aumento da degradação ambiental
  • O fosso entre ricos e pobres
  • Blocos econômicos
  • Associação na "aldeia global"

Significado da Nova Ordem Mundial: A expressão tem sido usada para se referir a um novo período histórico, marcado por mudanças em ideologias políticas e no equilíbrio de poderes. O primeiro uso foi pelo presidente Wilson, após a Primeira Guerra Mundial, defendendo a criação da Liga das Nações. O termo foi usado novamente na Segunda Guerra Mundial, nos planos para a criação das Nações Unidas. O uso mais recente e abrangente ocorreu no final da Guerra Fria, quando o presidente Bush mencionou Gorbachev, o fim da Guerra Fria e a cooperação entre as grandes potências.

Sistema Capitalista e Sistema Socialista:

Sistema Capitalista: Modelo econômico dominante no mundo atual. Surgiu com a Revolução Industrial e o liberalismo econômico de Adam Smith. No capitalismo, a organização econômica da sociedade se baseia nas leis de mercado, na interação individual e na concorrência. Em resumo, o capitalismo se baseia na dominação do capital. A partir do século XX, as empresas passaram a direcionar seus excedentes para o mercado financeiro, o que levou ao controle dos mercados por acionistas e pessoas jurídicas.

Sistema Socialista: Criado em 1917 com o objetivo de reorganizar a sociedade e evitar as injustiças do capitalismo. Seus idealizadores foram Karl Marx (teoria) e Lenin (implementação). O sistema visa a distribuição da riqueza de forma mais justa e igualitária. O sistema entrou em colapso com a falência da União Soviética.

Características do Capitalismo e do Socialismo:

Capitalismo:

  • Liberdade de ação
  • Poder político diverso
  • Vários partidos políticos
  • Empresas privadas
  • Liberdade de mercado e produção
  • Falta de planejamento centralizado
  • Empresas definem seus preços
  • Contratação de trabalho livre
  • Objetivo principal: lucro

Socialismo:

  • Fim da propriedade privada dos meios de produção
  • Eliminação das classes sociais
  • Planejamento da produção, distribuição e consumo
  • Partido único (Comunista)
  • Interesse social

O Estado como Unidade Territorial: Abordagens modernas veem o Estado como uma seção da superfície terrestre. O Estado se configura como um sistema ambiental e humano, baseado nas ideias de Richard Hartshorne, que defendia a existência de um equilíbrio entre forças centrípetas (que promovem a unidade) e centrífugas (que a impedem). A existência do Estado depende da força das forças centrípetas, como a iconografia nacional, definida por Jean Gottmann como a atitude da população em relação aos símbolos compartilhados.

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