Educação Nutricional: Histórico e Processo Educativo (Freire)
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Etapas do Processo Educativo segundo Paulo Freire
- Etapa de Investigação: Busca conjunta entre professor e aluno das palavras e temas mais significativos da vida do aluno, dentro de seu universo vocabular e da comunidade onde ele vive.
- Etapa de Tematização: Momento da tomada de consciência do mundo, através da análise dos significados sociais dos temas e palavras.
- Etapa de Problematização: Etapa em que o professor desafia e inspira o aluno a superar a visão mágica e acrítica do mundo, para uma postura conscientizada.
Educação Alimentar e Nutricional (EAN): Histórico, Conceitos e Objetivos
Histórico da EAN no Brasil
1930: No Brasil, o interesse pela Educação Nutricional surgiu nos anos de 1930, no início da conformação de nosso parque industrial e da organização de uma classe trabalhadora.
Histórico: A educação nutricional era vista como um dos pilares dos programas governamentais de proteção ao trabalhador.
- Ela nasceu com a perspectiva de ser uma alavanca que determinaria mudanças significativas nas condições de alimentação da população trabalhadora.
- As estratégias de EAN eram dirigidas aos trabalhadores e suas famílias. Esta abordagem é hoje considerada preconceituosa, ao pretender ensiná-los a se alimentar corretamente segundo um parâmetro descontextualizado e estritamente biológico.
- As ações eram centradas em campanhas de introdução de alimentos que não eram usualmente consumidos e de práticas educativas dirigidas, principalmente, às camadas de menor renda.
Durante a década de 60, as publicações no Brasil sobre o assunto ficaram restritas a materiais de divulgação, como folhetos ou livretos destinados ao público. As campanhas desenvolvidas entre as décadas de 1950 até 1970 estavam centradas na ideia de ignorância alimentar e desnutrição, enfatizando o binômio educação-alimentação.
Ações educativas tinham como principal destinatária a população de baixa renda. Fundamentadas no mito da ignorância, objetivavam o desenvolvimento de instrumentos que ensinassem a população pobre a comer, corrigindo hábitos alimentares prejudiciais à sua saúde. Nesse contexto, a Educação Nutricional era vista como um meio de ensinar a população menos favorecida a usar alimentos com baixo valor nutricional.
Educação Nutricional no Exílio
Nesse período, chegou a prevalecer uma rejeição à Educação Nutricional, quando ela foi acusada de ser uma estratégia para ensinar o pobre “como apertar o cinto sem doer” ou “comer cascas de batata, ratos ou outros alimentos disponíveis e de alto teor nutricional”. Devido a essa crítica, a Educação Nutricional ficou ausente dos programas de Saúde Pública durante duas décadas.
Mudança da Visão da Saúde e da EAN
Fim dos anos 1990: O termo “promoção de práticas alimentares saudáveis” ganha força na Saúde Pública, estando presente em vários documentos oficiais. Isso inclui a adoção de Modos de Vida Saudáveis e Práticas Alimentares Saudáveis como estratégia para o enfrentamento dos problemas alimentares e nutricionais.
A promoção da saúde exige que o Estado implemente políticas, programas e ações que possibilitem a realização do Direito Humano à Alimentação Adequada. Entende-se que combater a fome e a desnutrição deve ser um compromisso político, baseado em métodos e técnicas educativas. Desde então, o conteúdo da disciplina EN do currículo do nutricionista foi influenciado, fortalecendo a discussão sobre a determinação social da fome, desnutrição e o modelo capitalista.