A Educação Primária em Múrcia: Escolas Patrióticas e Planos de Ensino
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1.2. A Escola Patriótica de Primeiras Letras e seu Plano de Ensino
Desde a sua fundação, a Sociedade Económica de Amigos do País de Múrcia fez grandes esforços para melhorar a educação primária. Assim, anualmente gastava grandes quantias em prémios para servir como estímulo a professores e alunos.
Em outubro de 1784, seguindo essa linha, formou uma junta especial composta por membros da Sociedade, para estudar um plano de ensino adequado. Consideraram que o mais urgente era estabelecer um novo plano que especificasse o que deveria ser ensinado nas escolas e como implementá-lo. Assim surgiu o "Plano para o Ensino de Primeiras Letras", que regulamentou a educação, dividindo-a em seis classes:
- Três classes para leitura: ortografia, letras, pronúncia e leitura mais rápida.
- Três classes para escrita: ensino da escrita, escrita mais correta e ensino para aqueles que já escrevem bem.
Uma vez elaborado, o plano incluiu a criação de uma escola gratuita, principalmente para educar crianças pobres. Isso permitiu que um certo número de crianças pobres fosse instruído, que de outra forma não teriam acesso à educação primária. Esta escola começou a lecionar em 20 de janeiro de 1786, e a Sociedade atribuiu seis prémios para recompensar os alunos que mais se destacassem em junho. Mariano Galtero foi escolhido como diretor da escola.
No início do século XIX, a economia de Múrcia sofreu uma queda significativa. Esta situação era tão grave que, por um tempo, teve de ser considerada a possibilidade de fechar as salas das escolas patrióticas de primeiras letras. A 30 de outubro de 1807, a escola foi fechada após a morte de Mariano Galtero, tendo funcionado por 21 anos. Em 1822, a escola foi reaberta, mas foi fechada três meses depois por falta de fundos adequados e professores. Assim, só em 1834 foi criada a escola patriótica de ambos os sexos.
1.3. Escolas Patrióticas para Ambos os Sexos
1.3.1. Regulamento e Formação
Vimos anteriormente como, em 1822, após vários anos sem receber qualquer quantia, a Companhia foi obrigada a fechar as aulas que tinha a seu cargo.
Na sequência destes acontecimentos, começou a ser proposta a ideia de abrir uma escola patriótica para homens e mulheres, mas o plano só foi suscitado em 1831. A comissão que elaborou o novo plano cuidou da educação de meninos e meninas separadamente e com professores diferentes. Uma vez exposto, o plano foi aprovado pela Real Sociedade Económica de Amigos do País de Múrcia em 1832, que criou procedimentos operacionais, incluindo as seguintes disposições:
Escolas para Crianças:
Professores e Alunos:
O ensino das crianças seria encarregado a dois professores e um estagiário selecionado por oposição, com o título correspondente. O número de crianças foi fixado em 100, das quais 36 teriam educação gratuita e o restante teria de pagar.