Elementos Meteorológicos Fundamentais e Fatores Climáticos
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1. Temperaturas
A temperatura é o grau de calor do ar, medido em graus Celsius (ou outra escala) através do termômetro. As linhas que conectam pontos de igual temperatura média são chamadas de isotermas. Os fatores que influenciam a temperatura média são:
- Latitude: As maiores médias são alcançadas nas latitudes mais a sul (Andaluzia e Canárias).
- A influência do mar: O mar modera as temperaturas, suavizando-as.
- Altitude: A temperatura cai com a altitude. Existem grandes diferenças entre as encostas expostas ao sol (viradas a sul) e as encostas protegidas (face norte), onde as temperaturas são mais baixas.
As temperaturas máximas absolutas são alcançadas no Vale do Guadalquivir e no Vale do Guadiana, atingindo 45ºC a 47ºC. No restante da península, os valores variam entre 35ºC e 40ºC. No Norte, raramente são superiores a 30ºC.
A amplitude térmica anual é a diferença de temperatura entre o mês mais frio e o mês mais quente. Também se pode falar de amplitude térmica diária ou mensal. Janeiro é, sem exceção, o mês mais frio. Julho é o mês mais quente. Em estações equatoriais, as temperaturas são intermediárias.
As menores flutuações de temperatura ocorrem na Galiza e as maiores no Vale do Ebro e no interior peninsular. Os mínimos absolutos ocorrem no Planalto e no Sistema Ibérico.
Geada ocorre quando a temperatura do ar cai abaixo de 0ºC. O menor número de dias de geada é registrado nas regiões costeiras devido à ação termorreguladora do mar.
A geada de irradiação pode ser devida ao resfriamento do solo que é transmitido ao ar em contato com ele. A geada de advecção é devida à chegada de uma massa de ar muito fria. Nas zonas costeiras, há um número mínimo de dias de geada. Nas serras acima de 2000 m, há mais de 100 dias de geada por ano. No Planalto Norte, são cerca de 80 dias por ano, e no Planalto Sul, de 60 a 80 dias por ano.
2. Ventos
O vento é o movimento do ar causado por diferenças de temperatura e pressão entre diferentes massas de ar. A força do vento aumenta proporcionalmente ao gradiente de pressão entre duas massas de ar. Os ventos regionais podem ser classificados em função da sua origem:
- Ventos de Norte e Nordeste: Geralmente frios e de baixa umidade, pois provêm de regiões frias. Destacam-se o vento Norte na bacia do Douro, o vento Norte na Catalunha e Baleares, e os ventos alísios nas Canárias.
- Ventos de Leste: Variam consoante a época. São quentes e secos no verão, e amenos e úmidos no inverno e outono. O mais importante é o Levante, no Mediterrâneo.
- Ventos de Sudeste: Destacam-se o Solano em Múrcia e Andaluzia, e o Xaloc na Catalunha, Valência e Baleares.
- Ventos de Sul e Sudoeste: O mais importante é o Ábrego (quente e úmido), que afeta a metade ocidental da península e geralmente traz chuva.
- Ventos de Oeste: São ventos atlânticos, quentes e úmidos no oeste, e à medida que atravessam o planalto, perdem a umidade.
- Ventos de Noroeste: São ventos frios e secos. Os principais são o Cierzo ou Mistral na bacia do Ebro, o Galego no Vale do Douro e o Mistral na Catalunha.
3. Umidade do Ar
A energia solar provoca a evaporação da água. A umidade do ar refere-se ao conteúdo de vapor de água na atmosfera. Normalmente, a umidade relativa é a medida utilizada, sendo a percentagem de vapor de água na atmosfera em comparação com o nível máximo de saturação correspondente.
O nível de umidade é determinado pela temperatura, proximidade de corpos d'água, topografia e cobertura vegetal da zona. Os maiores valores de umidade ocorrem em regiões costeiras e diminuem à medida que avançamos para o interior, exceto perto de rios, barragens ou lagos.
4. Insolação e Nebulosidade
Insolação
A insolação é uma medida da radiação solar, expressa como o número de horas durante as quais os raios do sol atingem o solo. O nível de insolação varia muito ao longo do ano devido à diferente duração do dia e da noite ou da estação. A paisagem também influencia a insolação, pois favorece a formação de nuvens e reduz a quantidade de radiação solar recebida. Na península, os níveis mais altos de insolação são registrados na Andaluzia e no Sudeste. Pelo contrário, os valores mais baixos ocorrem na costa da Cantábria e na Galiza.
Nebulosidade
A nebulosidade mede a percentagem de dias com o céu coberto por nuvens por ano. O maior valor de nebulosidade ocorre no norte da Andaluzia peninsular. Embora a maior nebulosidade reduza a luz solar, bloqueando a radiação solar, também diminui o resfriamento da superfície e reflete de volta para a terra o calor irradiado por ela. A presença de nuvens diminui as flutuações de temperatura e reduz o risco de geada.
Os nevoeiros são comuns em áreas montanhosas e vales fluviais. O nevoeiro forma-se quando a temperatura do solo cai abaixo da temperatura da camada mais baixa do ar. Se a umidade for suficiente, parte dela condensa-se e forma o nevoeiro.
Em regiões com menor frequência de chuvas, ocorre o fenômeno da neblina (ou seca), que geralmente acontece no verão. Consiste em partículas finas de poeira, elevadas sobre o solo ressequido pelo aquecimento do ar. As áreas onde há mais dias de neblina são a bacia média do rio Tejo e o Vale do Guadalquivir.
5. Evaporação e Aridez
A evaporação depende da insolação, nebulosidade, umidade, temperatura e vento. É maior em áreas com poucas nuvens, altas temperaturas e ventos secos, e é menor em áreas nubladas, úmidas e com pouco vento.
A aridez de um território é definida pela relação entre a precipitação e a evapotranspiração (perda de água por evaporação e absorção do solo). Um território é árido e seco se a precipitação não compensar as perdas de água devidas a outros fatores.