Embriologia e Sistema Genital Masculino
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Embriologia é a parte da Biologia que estuda o desenvolvimento dos embriões animais. Há grandes variações, visto que os animais invertebrados e vertebrados apresentam muitos aspectos diferentes e níveis evolutivos. Em Biologia, o desenvolvimento envolve diversos aspectos: a) multiplicação de células, através de mitoses sucessivas; b) crescimento, devido ao aumento do número de células e das modificações volumétricas em cada uma delas; c) diferenciação ou especialização celular, com modificações no tamanho e forma das células que compõem os tecidos. Essas alterações é que tornam as células capazes de cumprir suas funções biológicas. Através da fecundação ocorre o encontro do gameta masculino (espermatozoide) com o feminino (óvulo), o que resulta na formação do zigoto ou célula-ovo (2n). Após essa fecundação, o desenvolvimento embrionário apresenta as etapas de segmentação que vão do zigoto até o estágio de blástula. Muitas vezes há um estágio intermediário, a mórula. A gastrulação é o período de desenvolvimento de blástula até a formação da gastrula, onde começa o processo de diferenciação celular, ou seja, as células vão adquirindo posições e funções biológicas específicas. No período de organogênese, há formação dos órgãos do animal, estágio em que as células que compõem os respectivos tecidos se apresentarão especializadas.
Sistemas Genitais: Masculino
O sistema genital masculino é composto pelos testículos, epidídimo, ductos seminais intra e extratesticulares, glândulas anexas e pênis.
Testículo
Os testículos têm duas funções inter-relacionadas: a produção de gametas (espermatogênese) e a produção de esteroides. O meio em suspensão, secretado pelo testículo e por outras porções do sistema de ductos, é essencial para o transporte, a manutenção e a maturação posterior dos espermatozoides.
Os hormônios esteroides, sobretudo a testosterona, funcionam na regulação do desenvolvimento do espermatozoide e do crescimento, além do desenvolvimento e manutenção das glândulas acessórias. Estes hormônios também influenciam o desenvolvimento das características sexuais secundárias e, até certo ponto, o comportamento.
Cada testículo consiste em túbulos seminíferos altamente espiralados onde são produzidos os espermatozoides.
Estes túbulos estão contidos em lóbulos, que são formados por septos fibrosos estendidos a partir da túnica albugínea. A túnica albugínea forma a primeira capa protetora interna dos túbulos seminíferos, seguida da túnica vaginal e do saco escrotal.
Entre os túbulos encontram-se as células de Leydig ou células intersticiais que são células endócrinas onde são produzidos hormônios esteroides, entre os quais a testosterona.
O epitélio do túbulo seminífero é um epitélio estratificado complexo, constituído por dois tipos básicos de células: as células de Sertoli e as células espermatogênicas.
As células de Sertoli constituem uma população que não prolifera, composta por um único tipo celular. Cada célula estende-se da membrana basal até a luz do túbulo seminífero.
As células espermatogênicas constituem uma população em proliferação, composta por células em várias fases de um complexo processo de diferenciação.
Funções das Células de Sertoli
- Dar suporte físico às células espermatogênicas;
- Mediar os movimentos, através do epitélio seminífero, de esteroides, metabólitos e nutrientes utilizados pelas células espermatogênicas.
- Restringir os movimentos de moléculas extracelulares no epitélio seminífero através da criação de junções de oclusão (barreira hematotesticular) entre células de Sertoli adjacentes. Impede o desencadeamento de resposta imunológica contra os espermatozoides.
- Fagocitar as células espermatogênicas degeneradas e o excesso de citoplasma oriundo das espermátides em fase de diferenciação.
- Secretar proteínas que se ligam aos androgênios e que servem para concentrar testosterona no epitélio seminífero e na porção proximal dos ductos genitais.
- Secretar várias substâncias estimuladoras e inibidoras da regulação da mitose, da meiose, das funções esteroidogênicas das células de Leydig e da liberação de gonadotrofinas pela hipófise.
- Controlar os movimentos das células espermatogênicas no epitélio seminífero e a liberação dos espermatozoides para a luz do túbulo seminífero.
Sistema de Ductos Genitais
Nas extremidades dos túbulos seminíferos há túbulos curtos e retos, os túbulos retos, que são contínuos com a rede testicular.
Na junção dos túbulos seminíferos com os túbulos retos ocorre uma mudança do revestimento epitelial, sendo desprovido de células espermatogênicas.
Os túbulos retos terminam na rede testicular, posicionada posteriormente no testículo, formada de uma rede de túbulos com epitélio cúbico de células contendo um cílio e alguns microvilos.
Túbulos Eferentes
A rede testicular termina em 12 a 20 ductos, os túbulos eferentes, que penetram na túnica albugínea e passam do testículo para o epidídimo.
Quando os ductos saem do testículo formam massas espiraladas que vão unir-se e abrir-se em um único ducto, o ducto do epidídimo.
Os túbulos eferentes são formados de epitélio pseudoestratificado cilíndrico, com células ciliadas e não ciliadas. As células ciliadas parecem estar relacionadas com o auxílio do transporte dos espermatozoides imóveis e líquidos.
Já as células não ciliadas têm papel de reabsorção de líquidos produzidos nos túbulos seminíferos.
Uma camada de músculo, cada vez mais espessa, acompanha os túbulos eferentes.
Esta camada está também relacionada com a movimentação dos espermatozoides imóveis através dos túbulos.
Epidídimo
O epidídimo é um órgão formado pelo ducto do epidídimo, um tecido muscular circundante e um tecido conjuntivo vascularizado.
O epidídimo desempenha papel fundamental no desenvolvimento do espermatozoide funcional, proporcionando um ambiente essencial e alguns produtos moleculares necessários à sua maturação.
O ducto do epidídimo apresenta epitélio pseudoestratificado cilíndrico e as células que chegam até a luz têm como principal característica a presença de estereocílios. Estas células têm função absortiva e secretora.
Ducto Deferente
O ducto deferente inicia-se como continuação do ducto do epidídimo e termina na porção prostática da uretra.
A esta extremidade une-se um ducto proveniente da vesícula seminal que, em seguida, atravessa a próstata para unir-se à uretra.
A região dilatada do ducto da vesícula seminal é chamada ampola; a região mais estreita, inclusa na próstata, é o ducto ejaculador.
Este ducto é revestido por um epitélio pseudoestratificado cilíndrico com estereocílios.