Emergências Odontológicas: Causas e Tratamentos
Classificado em Medicina e Ciências da Saúde
Escrito em em português com um tamanho de 3,93 KB.
Hiperventilação
Aumento da frequência respiratória, muito comum em consultórios odontológicos devido à ansiedade.
- RPM normal: 14 a 18
- Aumento da concentração de O2 no sangue
- Diminuição da concentração de CO2 no sangue
- Aumento do pH sanguíneo (alcalose sanguínea)
- Vasoconstrição periférica (hipóxia cerebral)
- Aumento da resistência da hemoglobina na dissociação do oxigênio
- Enrijecimento muscular (tetania)
- Mal-estar, tontura, desmaio e crise convulsiva
Síncope
Perda súbita de consciência.
Liberação de catecolaminas (diminuição da resistência vascular periférica) - neurotransmissores - epinefrina, norepinefrina, dopamina - acúmulo de sangue na periferia, diminuição da pressão arterial - Diminuição da circulação sanguínea no cérebro - perda de consciência
Metabolismo de amidas: fígado
Metabolismo de ésteres: sangue
Hipertermia Maligna
Hipermetabolismo muscular, evoluindo para rabdomiólise (degradação de células do tecido muscular). Tem fator hereditário, por isso é muito importante verificar se algum parente possui. Pode apresentar contraturas musculares, aumento de CO2 na corrente sanguínea e taquicardia. O hipermetabolismo provoca o aumento da temperatura corporal. Situação de extremo risco.
Causas: Drogas aplicadas na anestesia geral, relaxante muscular (succinilcolina), anestésicos inalatórios (halotano, sevoflurano, isoflurano)
Tratamento: Interrupção imediata do anestésico, administração intravenosa de dantrolene sódico, resfriamento rápido do paciente, inalação de O2 a 100% e controle da acidose.
Colinesterase Plasmática Atípica
Alteração hereditária que diminui a capacidade normal de metabolizar fármacos, tornando o processo mais lento.
Colinesterase plasmática: enzima secretada pelo fígado e presente na corrente sanguínea.
Responsável pelo metabolismo de diversos fármacos, dentre eles os ésteres. Ela promove a hidrólise dos ésteres no sangue de forma rápida, diminuindo rapidamente seus níveis sanguíneos - menor risco de superdosagem.
Riscos associados (muito importante):
- Aumento da meia-vida dos anestésicos do tipo éster - maior risco de superdosagem.
- Succinilcolina: relaxante muscular usado na indução para anestesia geral - também hidrolisada pela colinesterase plasmática.
Metemoglobinemia
Condição clínica originada pela conversão excessiva da hemoglobina em metahemoglobina, que é incapaz de se ligar e transportar oxigênio. A metahemoglobina é formada quando o ferro ferroso (Fe2+) passa para o estado férrico (Fe3+). Este Fe3+ não é capaz de carregar oxigênio para as células do corpo, acumulando-se no organismo e causando hipóxia tecidual. A metahemoglobina redutase é responsável por converter o Fe3+ em Fe2+ e, como o Fe3+ encontra-se em excesso no organismo, ela não consegue reverter o processo como ocorre fisiologicamente, desenvolvendo a metemoglobinemia.
Causas:
Derivados da anilina, benzeno, anestésico local - Prilocaína - quando biotransformada, orto-toluidina - capaz de oxidar o ferro ferroso Fe2+ em ferro férrico Fe3+ e, ao mesmo tempo, bloquear as vias da metahemoglobina redutase.
Sinais e sintomas:
- Inicia-se de 3 a 4 horas após a aplicação da prilocaína, cianose, dificuldade respiratória, fraqueza e mal-estar.
Tratamento:
Administrar azul de metileno a 1% por via endovenosa e lentamente. Pode ser repetida a dose a cada 4 horas, caso a cianose persista ou haja recidiva.