Emoções Sociomorais em Crianças: Orgulho, Vergonha e Culpa
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Surgimento das Emoções Sociomorais
Em crianças menores de 2 anos, as expressões de orgulho e vergonha estão ligadas ao sucesso e ao fracasso na resolução de tarefas.
Lewis e colaboradores encontraram orgulho no sucesso quando a tarefa era difícil e vergonha com o fracasso se a tarefa foi fácil, indicando que crianças menores de 2 anos são capazes de autoavaliação, e que o orgulho e a vergonha não são identificados com a alegria ou a tristeza.
Encontramos também padrões diferenciados entre vergonha e culpa, pois nesta última parece haver uma intenção de reparação.
Mecanismos Subjacentes à Gênese das Emoções Sociomorais
- Relações de desenvolvimento do ego e o surgimento de emoções.
- Apoio à interiorização da aprovação e desaprovação do cuidador.
- Referência social: os sinais emocionais dos cuidadores, na comunicação de seu sistema de valores, promovem a gênese das emoções.
Embora o desenvolvimento da autoconsciência seja um pré-requisito para as emoções, outros fatores socioemocionais também são fundamentais:
- A empatia pode ser considerada o fundamento essencial na gênese da culpa e uma fonte de motivação para o comportamento moral.
- A culpa empática surge quando a criança sente empatia pela dor e sofrimento das vítimas e atribui a responsabilidade a si mesma.
Crianças desta idade geralmente buscam cessar o comportamento que causou dor e sofrimento, e demonstram uma tentativa de reparação.
Diferenças de Gênero na Emergência das Emoções Sociomorais
As meninas:
- Apresentam maior pontuação nas diferentes medidas de empatia.
- Relatam um comportamento mais prossocial em relação às suas mães quando elas mostram tristeza.
- A culpa é mais comum.
- Por um ato de agressão, experimentam mais culpa e sua autoavaliação é mais negativa.
- A relação entre agressão e reparação é mais evidente.
Diferenças entre Orgulho e Vergonha
- As meninas apresentam maior vergonha para o fracasso.
- As mães fornecem mais feedback positivo para o sucesso dos meninos e valorizam menos o sucesso das meninas, embora reajam mais negativamente ao fracasso delas. Isso poderia explicar por que as meninas são menos propensas a atribuir o sucesso às suas capacidades e motivação, sendo, portanto, menos propensas a se sentirem bem-sucedidas.