Endodontia Essencial: Quelantes, Radiografia e Clareamento

QUELANTES

Quelantes apresentam radicais livres na extremidade de suas moléculas que se unem aos íons metabólicos do processo molecular, fixando-se por uma união coordenada que se denomina quelação.

EDTA (Ácido Etilenodiaminotetracético)

O EDTA é um quelante específico para íons cálcio e, consequentemente, para a dentina. É indicado para auxiliar no preparo de canais atrésicos ou calcificados, e no final do procedimento de instrumentação para remover a smear layer.

A desmineralização das partes da dentina pela quelação facilita a dissolução, removendo matéria orgânica e aumentando a permeabilidade dentinária.

TÉCNICAS RADIOGRÁFICAS

Paralelismo

Posicionamento do raio central perpendicular ao longo eixo do dente e do filme.

Bissetriz

O raio central incide na bissetriz do ângulo formado pelo longo eixo do dente e do filme.

Técnica de Lemaster (Modificação)

Utiliza um rolete de algodão no filme que diminui a angulação, eliminando a sobreposição do osso zigomático sobre os molares superiores.

Técnica de Clark (Dissociação de Imagens)

Dissociação das raízes ou estruturas variando o ângulo horizontal.

Indicações Radiográficas (Gerais)

• Quando houver estrutura sobreposta a um canal.
• Dificuldade de penetração da lima.
• Curvatura ou suspeita de perfuração.
• Asa do grampo próxima à raiz ou à palatina.

CLAREAMENTO INTERNO

Mecanismos de Reabsorção Radicular Externa (Associada ao Clareamento)

A reabsorção radicular externa pode ocorrer devido à perda da camada de cemento que facilita a ação do macrófago. Os mecanismos descritos são:

1. Por Substituição: Dano à camada externa do Ligamento Periodontal (LPD) com leve destruição do cemento e exposição dos túbulos dentinários.
2. Por Superfície: Dano à camada do LPD mais interna, sem destruição do cemento.
3. Por Inflamação: Danos na camada do LPD e no cemento com exposição dos túbulos dentinários. Nesses casos, o tratamento endodôntico é necessário para eliminar bactérias.

Causas da Descoloração Interna

• Acesso inadequado.
• Material obturador na coroa do dente.
• Medicação intracanal.
• Microinfiltração.
• Hemorragia pulpar e necrose.

Pré-Requisitos para o Clareamento

• Perfeita obturação dos canais.
• Coroa relativamente íntegra.
• Remoção da dentina cariada e substituição de restaurações.

O clareamento ocorre com a oxidação dos pigmentos através do perborato de sódio e peróxido de hidrogênio.

Técnicas de Clareamento

Existem duas técnicas principais:

• Termocatalizadora
• Walking Bleach

CUIDADOS COM O COMPACTADOR DE MCSPADDEN

1. Introduzir o compactador sempre desligado no canal.
2. Girar no sentido correto e testar com a gaze.
3. O material deve ficar expulsivo, utilizando movimentos suaves para evitar fraturas. Não forçar apicalmente.
4. A obturação deve ser complementada pela técnica lateral de condensação.
5. O espaçador digital deve ser escolhido com diâmetro 2 números acima do instrumento principal.
6. Posicionar o compactador na rotação de 8000 rpm por 10 segundos.

DESOBTURAÇÃO E RETRATAMENTO

Indicações

• Sintomatologia dolorosa.
• Indicação protética.
• Aspecto radiográfico de lesão.
• Falha no preenchimento do canal.

Protocolo Simplificado de Desobturação

1. Acesso coronário, removendo a restauração.
2. Aplicar 1 gota de solvente (se necessário).
3. Remover a guta-percha com Gates Glidden (GG).
4. Aplicar solvente novamente.
5. Introduzir Lima K #10 até o Comprimento de Trabalho (CT).
6. Irrigar abundantemente.
7. Realizar odontometria, reinstrumentação (2ª fase) e reobturação.

Sequência de Limas Rotatórias (Exemplo)

SX (Dourada) / S1 (Lilás) / S2 (Branca) / F1 (Amarela) / F2 (Vermelha) / F3 (Azul)

PRINCÍPIOS DO PREPARO DA CAVIDADE DE ACESSO

1. Ponto de Eleição
2. Zona de Trepanação
3. Direção de Trepanação
4. Forma de Contorno
5. Forma de Conveniência