Engenharia de Produção: Estudo de Tempos e Arranjo Físico
Classificado em Tecnologia
Escrito em em português com um tamanho de 11,48 KB
Estudo de Tempos: Conceito e Aplicações
O estudo de tempos é utilizado para determinar o tempo que uma pessoa treinada e qualificada, trabalhando em um ritmo normal, necessita para executar uma tarefa ou um ciclo produtivo.
Principais usos do estudo de tempo:
- Determinação de custo padrão (preparo de propostas/orçamentos);
- Planejamento, programação e controle da produção;
- Determinação da eficiência de máquinas;
- Balanceamento de linhas de produção, etc.
A Determinação do Tempo Normal (TN) é essencial para normalizar e corrigir o tempo esperado da média dos operadores.
Equipamentos e Dispositivos para Estudo de Tempos
Equipamentos para estudo de tempos:
- Cronômetro decimal (de minuto ou de hora);
- Máquinas de filmar;
- Máquinas de registro de tempos.
Dispositivos Auxiliares:
- Calibres;
- Máquinas de calcular;
- Prancheta.
Procedimento para a Execução do Estudo de Tempos
Etapas para a execução do estudo de tempos:
- Obter e registrar todas as informações possíveis sobre o operador e a operação em estudo;
- Dividir a operação em elementos;
- Observar e registrar o tempo gasto em cada elemento da operação;
- Determinar o número de ciclos a ser cronometrado;
- Determinar o tempo representativo de cada elemento da operação;
- Avaliar o ritmo do operador;
- Determinar o tempo normal de cada elemento da operação;
- Determinar as tolerâncias;
- Determinar o tempo padrão de cada elemento da operação.
Divisão da Operação em Elementos Básicos
A divisão da operação em elementos básicos serve para:
- Isolar tempos exclusivamente da máquina dos tempos do homem;
- Facilitar o julgamento da atuação do operador durante o estudo de tempo;
- Possibilitar a identificação dos tempos perdidos com movimentos desnecessários;
- Separar os elementos cíclicos dos acíclicos, ou seja, os que ocorrem esporadicamente e que são necessários para obtenção do produto.
Razões e Critérios para a Divisão da Operação
Razões pelas quais se divide a operação em elementos:
- A cronometragem da operação não é satisfatória por não permitir posterior análise e melhorias no método;
- Ajuda na determinação dos tempos pré-determinados;
- Possibilita avaliar o ritmo para cada elemento;
- A própria descrição dos elementos serve como descrição-método;
- Possibilita a demonstração de que se está tomando tempo excessivo em certos elementos e, ao contrário, em outros.
Critérios para a divisão da operação em elementos:
- Os elementos devem ter uma duração tão pequena quanto compatível com uma medida precisa;
- O tempo de manuseio deve ser separado do tempo de máquina, ou seja, elementos de homem e elementos de máquinas;
- Os elementos de duração constante devem ser separados dos elementos de duração variável.
Definições Essenciais em Estudo de Tempos
OPERAÇÃO (OP): Mudança intencional de qualquer forma de um objeto, seja física ou química, bem como de montagem/desmontagem, transporte, armazenamento, controle, fornecimento ou recebimento de operação.
ELEMENTO: É a menor parcela identificável de uma série de movimentos do homem ou máquina, e que permite medição do tempo consumido em sua realização, com início e fim bem caracterizados para fácil percepção do analista.
Fórmulas para Cálculo de Tempos
- N' = (2 * V * N * Σxi² - (Σxi)² / Er * Σxi)²
Onde Er = 5% (se não dado no exercício, adota-se 5%) - Σxi² = (10)² + (9)² + (11)²
- (Σxi)² = (30)²
- Σxi = 10 + 9 + 11 = 30
- TS = Média dos Tempos Observados
- TN = TS * (R/100)
Onde R = 100% para ritmo normal - TP = TN * (1 + Tol/100)
Onde Tol = 15% (tolerância padrão)
Análise de Atividades, Ritmo e Custos na Produção
Gráficos de Atividades
- Gráfico de Atividades Simples: Utilizado quando se deseja analisar o trabalho de pessoas em um grupo, em trabalhos desbalanceados e onde são exigidas demoras (homem ou produção).
- Gráfico de Atividades Múltiplas: Empregado na análise do trabalho homem-máquina, onde se tem trabalho intermitente (homem trabalha - máquina espera e vice-versa).
Avaliação e Desempenho do Ritmo
Avaliação do Ritmo: O operador pode estar trabalhando a uma velocidade normal, abaixo ou acima da normal, por isso a necessidade de avaliação do ritmo.
Escolha da Cronometragem: O cronometrista escolhe o ciclo no qual ele classificou que o operador trabalhava de um modo normal e divide pela média dos tempos cronometrados. Fórmula: R = (Tempo Escolhido / Média dos Tempos Cronometrados) * 100.
Westinghouse: Utiliza 4 fatores para estimativas de eficiência do operador: Habilidade, Esforço, Consistência e Condições (valores tabelados). Fórmula: R = (1 + ΣFatores) * 100.
Desempenho do Ritmo: Consiste em avaliar a velocidade do operador, ficando a critério do analista julgar se o operador está trabalhando em um ritmo normal (100%), podendo variar de 75% (abaixo do ritmo) a 150% (acima).
Tolerâncias: Necessidades pessoais, Fadiga, Espera, Absenteísmo, Máquina.
Tipos de Atividades
- Atividade Produtiva: Combinada produtiva e independente produtiva.
- Atividade Improdutiva: Espera improdutiva.
Custos de Produção
- Custo Fixo: Independe da quantidade produzida, compreendida no "intervalo de produção". Engloba os custos de projetos e planejamento do arranjo físico; custos de aquisição, instalação, aluguéis, impostos, etc.
- Custo Variável: Proporcional à quantidade produzida. Engloba custos que podem ser associados – direta ou indiretamente – a cada unidade do produto. Exemplos: matéria-prima, energia, ferramentas, manutenção, movimentação interna.
Fatores Locacionais para Implantação de Empresas
Existem dois tipos de fatores que influenciam a melhor localização de uma empresa:
- Fatores Locacionais Econômicos: São aqueles fatores que podem ser facilmente quantificados antecipadamente, como custo de transporte de matéria-prima, mão de obra, etc.
- Fatores Locacionais Não-Econômicos: São aqueles de difícil quantificação antecipada, embora tenham influência significativa no custo, como condições ambientais, infraestrutura, etc.
Arranjo Físico e Métodos de Localização
Conceito e Objetivo do Arranjo Físico
O Arranjo Físico (Layout) constitui uma das etapas finais do projeto de fábrica, pois é uma atividade altamente influenciada por inúmeros outros tópicos, como o projeto do produto, o processo produtivo, volume de produção, etc. O objetivo é a integração dos recursos produtivos de suas atividades, visando fabricar um produto a um custo suficientemente baixo para permitir a sua venda lucrativa em um mercado competitivo.
Escolha do Edifício Industrial
O edifício industrial deveria ser projetado ou escolhido a partir do projeto do arranjo físico, pois sua função principal consiste em abrigar os recursos produtivos da empresa.
Métodos de Localização
- Localização Orientada pelo Transporte (LOT): Baseado em um modelo matemático, considera apenas os fatores quantitativos. Aplicável somente em termos de macrolocalização.
- Método dos Orçamentos Comparados: Considera os fatores localizados quantitativos e qualitativos, e fornece respostas em termos de macro e microlocalização.
Portanto, a melhor localização para a empresa é a que corresponde à posição de equilíbrio do sistema, ou seja, aquela localidade que minimiza os custos de transporte.
Ponto de Equilíbrio (BEP)
O Ponto de Equilíbrio (BEP) é aquele ponto em que as Receitas igualam-se às Despesas. Determina um "volume de produção" acima do qual o empreendimento torna-se viável economicamente ("passa a dar lucro").
Volume de produção efetivo
Tipos de Arranjo Físico
Arranjo Físico Posicional
No Arranjo Físico Posicional, o material permanece fixo, e homens e equipamentos movimentam-se. Geralmente associado à fabricação e/ou montagem de produtos de grande porte, em que o componente principal permanece fixo e homens e equipamentos são levados até ele.
- Vantagens: Altamente flexível; aceita demanda variável; reduz a necessidade de movimentação interna.
- Recomendações/Restrições: Utilizar quando for possível usar equipamentos leves ou portáteis, quando for difícil de mover o material, para pequeno volume de produção. Exemplos: navios, aviões, construção civil, etc.
Arranjo Físico Funcional
No Arranjo Físico Funcional, o equipamento permanece fixo, e homens e máquinas movimentam-se. Os equipamentos que executam operações de mesma natureza são agrupados no mesmo setor. Exemplos: estampagem, retífica, etc.
- Vantagens: Adaptável a mudanças de produto (flexibilidade); aceita demanda intermitente (produz diferentes produtos simultaneamente em quantidades diferentes); facilita a utilização racional dos equipamentos.
- Recomendações/Restrições: Produção de itens diferentes; demanda intermitente; quando o equipamento for pesado.
- Características: Exige mão de obra qualificada, intensa movimentação interna, esperas intermediárias.
Arranjo Físico Linear
No Arranjo Físico Linear, homens e equipamentos permanecem fixos enquanto o material movimenta-se ao longo da linha de produção, sendo submetido, em cada estação, à operação de fabricação correspondente. As estações são posicionadas de acordo com a sequência de operações para fabricação do produto.
- Vantagens: Treinamentos mais simples; fácil supervisão; movimentação interna mínima; produção mais ágil; melhor utilização do espaço físico; etc.
- Recomendações/Restrições: Grande volume de produção; demanda contínua; tempos balanceáveis.
Automatização vs. Automação
Automatização: As máquinas são programadas para executar operações previstas para a produção do produto. O homem é quem propõe esta programação, controla os parâmetros necessários e efetua as manutenções exigidas e a reprogramação da linha.
Automação: As máquinas são programadas para executar operações necessárias e efetuar as manutenções e ajustes sem necessidade do homem.