Enoturismo e Gastronomia em Portugal: Um Guia Completo
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Dieta Mediterrânica e a importância para Portugal a integração da sua gastronomia como Património Mundial e Imaterial da Humanidade
A Dieta Mediterrânica tem a sua origem nas tradições e na cultura dos países que circundam o Mar Mediterrâneo ou que dele sofreram influência, como é o caso de Portugal. Foi constituída e aprendida ao longo dos séculos e representa um legado de diferentes culturas e civilizações.
A Dieta Mediterrânica está associada a um modelo alimentar completo e equilibrado que apresenta inúmeros benefícios para a saúde, proporcionando maior longevidade e qualidade de vida, que resultam das suas características.
A candidatura portuguesa da Dieta Mediterrânica a Património Imaterial é importante, no sentido em que pode promover o seu estudo, a sua preservação e sua divulgação, tanto mais, que esta “maneira tradicional de comer” combina com sucesso a diversidade de sabores e aromas com efeitos benéficos para a saúde.
Requisitos de mercado para um destino poder competir internacionalmente no sector da Gastronomia e Vinhos
- Abundância e variedade de vinhos e gastronomia regionais
- Diversidade de empresas que integram as rotas de vinho e gastronomia: adegas, restaurantes, lojas especializadas, museus, etc.
- Instalações de produção (adegas, etc.) organizadas e adaptadas especificamente para as visitas turísticas
- Existência de restaurantes com oferta variada de gastronomia regional
- Boas condições de acesso
- Simplificação específica, orientadora e informática das rotas de vinho e gastronomia
- Oferta de alojamento variada e de qualidade: hotéis, casas rurais, hotéis de charme, alojamento com “personalidade” do destino, etc.
- Recursos humanos especializados: guias conhecedores dos processos de produção e engarrafamento do vinho, peritos em cartas e degustação de vinhos, empregados com conhecimentos do produto e chefs especializados em gastronomia regional, etc.
Explicar a ligação entre Turismo Cultural e EnoGastronomia
A gastronomia sozinha não tem capacidade de ser um atrativo turístico cultural, mesmo com a declaração da Dieta Mediterrânica como Património Imaterial da Unesco, incluindo a gastronomia Portuguesa.
Contudo, o turista cultural, quando viaja, encontra nas refeições a satisfação de conhecer um pouco melhor o local que está a visitar e as tradições desse sítio.
A preservação das tradições, na gastronomia e na conjugação desta com o vinho, despertam nas pessoas que visitam uma região ou um local a vontade de experimentar os produtos típicos e perceberem desse modo também um pouco da história do país ou cidade.
A gastronomia e os vinhos portugueses têm uma grande riqueza e diversidade. O reconhecimento é cada vez maior.
A EnoGastronomia deve ser uma alavanca dos pratos típicos de uma região, aliados aos vinhos que melhor se conjugam com esses pratos, e constituir uma “arma” extremamente eficaz junto do turista cultural.
A existência destes roteiros e a adequada divulgação online e offline são de importância vital para garantir o sucesso de uma região no que diz respeito ao turismo, essencialmente à cultura, já que este turista programa as suas viagens, recolhe informação e pretende regressar enriquecido com as experiências que protagonizou.
Perfil do turista Gastronómico
- Procura visitar produtores primários e secundários de bens alimentares, festivais gastronómicos, restaurantes e locais específicos nos quais a degustação de iguarias e toda a experiência inerente são a principal razão para viajar.
- Consome produtos gastronómicos, quer ter mais do que comida.
- Não é um turismo massificado, é nicho de mercado.
- A gastronomia e aprendizagem de receitas locais são um modo de conhecer melhor os locais que visita.
- Tem 18 a 45 anos; Homem/Mulher; Maioria tem companheiro(a); Com ou sem filhos; Possui um nível cultural elevado; Classe-média alta ou alta.
- Este turista pode ser um Gourmand – gosta da alta gastronomia.
- Este turista pode ter maior disponibilidade financeira para adquirir e apreciar produtos de luxo.
Perfil do Enoturista
- Turista que se desloca a locais com tradição no cultivo da vinha e produção de vinho.
- Gosta de visitar os locais de produção: quintas, adegas, pequenos produtores com vinho de qualidade.
- Possui rendimentos mais elevados do que o turista médio e aprecia a conjugação da descoberta do vinho com a oferta gastronómica.
- Prepara as suas viagens com a expectativa de aumentar o seu conhecimento especializado sobre os vinhos de uma determinada região ou país.
- Adquire para consumo próprio vinhos de boa qualidade do país visitado.
- Terroir, aroma, bouquet – Terminologia que domina com mestria.
- Tem 35 a 60 anos; Maioria homens; Alto nível sociocultural; Aufere rendimentos elevados; Viaja 5 a 7 dias; Desloca-se essencialmente na Primavera e Outono; Viaja em casal ou em pequenos grupos; A sua escolha de alojamento privilegia a qualidade e não o preço.
Importância para o Turismo
- O Enoturismo traz benefícios diretos para as regiões, sendo uma excelente ferramenta para o turismo.
- Portugal tem cerca de 250 adegas, quintas e caves vínicas, contando com 11 rotas de vinho.
- Ajuda a desenvolver os territórios rurais e localidades menos desenvolvidas.
- Visitas a empresas produtoras permitem o contato com os agricultores locais e artesãos, os quais ainda mantêm as tradições vivas.
- A possibilidade de estar alguns dias nos locais onde se produz o vinho, falar com habitantes locais e experimentar a gastronomia da região são experiências únicas e motivadoras.
- Cidade Europeia do Vinho e outras iniciativas semelhantes ajudam um destino/região com valência Enoturísticas a afirmar-se cada vez mais.
A gastronomia e os vinhos têm um papel extremamente importante no setor do turismo, em Portugal.
O TDP (Turismo de Portugal) reconhece essa importância. A Gastronomia e Vinhos é mais do que um produto estratégico “per si”, é transversal a todos os produtos estratégicos das várias regiões.
É fulcral proporcionar uma excelente experiência enogastronómica ao turista que se desloca a Portugal por motivos de lazer, negócios, culturais ou outros.
São esses turistas que promovem o nosso destino junto dos amigos e conhecidos, em jornais e revistas online e offline, permitindo que a excelência da nossa gastronomia cative cada vez mais adeptos.