Epidemiologia da Atividade Física: Conceitos e Benefícios

Classificado em Desporto e Educação Física

Escrito em em português com um tamanho de 4,95 KB

Conhecida como a ciência que busca investigar e quantificar os vários fatores que determinam a ocorrência e os padrões das doenças dentro de um determinado grupo ou comunidade, a epidemiologia busca generalizar estas informações para uma população maior, a fim de compreender melhor, modificar ou controlar o padrão das doenças ou problemas de saúde (McARDLE; KATCH; KATCH, 1998).

Compete, então, à Epidemiologia, estabelecer a magnitude de um dado problema de saúde, identificar os fatores causadores deste problema, as formas pelas quais esses fatores são transmitidos e, ainda, desenvolver bases científicas para implementação de ações preventivas. Sendo assim, podemos destacar a epidemiologia descritiva que tem como preocupação o acompanhamento da ocorrência de algumas doenças, correlacionando-as a dados como: idade, sexo, etnia, ocupação profissional, classe social e localização geográfica.

DIP Doenças Infecto-parasitárias; DCV Doenças Cardiovasculares; NEO Neoplasias; CE Causas Externas.

Nosológico: referente à nosologia, que representa o estudo das moléstias.

Comportamento positivo com a saúde: está relacionado aos bons hábitos alimentares, ao controle do estresse, ao não-tabagismo e ao menor consumo de bebidas alcoólicas, controle da composição corporal e, obviamente, ao aumento do gasto energético através das atividades físicas regulares.

Renomados pesquisadores vinculados ao Colégio Americano de Medicina do Esporte publicaram um consenso sobre a atividade física no combate às doenças cardiovasculares, em que ficou definido que todas as pessoas deveriam envolver-se em atividades físicas de moderada a intensa (60-80% da frequência cardíaca máxima) de forma a acumular pelo menos 30 minutos diários, preferencialmente, todos os dias da semana (PATE, et. al., 1995).

Não podemos falar de epidemiologia da atividade física sem citar os estudos clássicos de Morris e Raffer, tão amplamente citados na literatura, publicados no início da década de 50. Estes pesquisadores puderam constatar a íntima relação entre sedentarismo e doenças cardiovasculares, através de investigações com indivíduos que, no seu cotidiano profissional, eram mais ou menos ativos. Eles investigaram dois grupos de profissionais da mesma área, mas de atividades distintas, a exemplo dos carteiros que caminhavam e/ou pedalavam e seus colegas dos serviços burocráticos, como também, entre os cobradores que subiam e desciam diariamente as escadas dos ônibus londrinos de dois andares e seus colegas motoristas que passavam o mesmo tempo dirigindo. Fica fácil imaginar os resultados destes estudos, pois a incidência de doenças era muito maior entre os trabalhadores cuja atividades despedia pouca energia.

Gasto energético voluntário: são as atividades físicas que realizamos voluntariamente além daquelas necessárias para nossa sobrevivência. Como por exemplo: ir a padaria caminhando em vez de ir de carro, subir as escadas do prédio em vez de ir pelo elevador, ou seja, estão ligadas ao quanto somos ativos nos dias da semana. Inclui-se aí atividades esportivas e recreativas.

Kcal: É uma unidade de medida de energia que equivale a quantidade de calor necessária para se elevar em um grau centígrado um grama de água. Na nossa área é importante sabermos que para reduzirmos um grama de gordura corporal, precisamos “queimar” 7,7 Kcal. Assim, um gasto voluntário superior a 2.000 Kcal reduziria aproximadamente 260 gramas de gordura corporal.

Período fetal: vida intra-uterina, quando ainda somos apenas um feto em formação.

Hipoatividade: pouca ou nenhuma atividade física voluntária. Só para lembrá-lo, atividade física voluntária é aquela que fazemos além das atividades extremamente necessárias.

Fatores de risco modificáveis para doenças crônicas:

  • a hipertensão arterial;
  • a hipercolesterolemia;
  • a pouca ingestão de frutas e hortaliças na dieta diária;
  • o excesso de peso e a obesidade;
  • a falta ou a pouca atividade física diária; e
  • o consumo de tabaco.

Recomendações:

  1. Os profissionais da área de saúde devem combater o sedentarismo na infância e na adolescência, estimulando a prática do exercício físico no cotidiano e/ou de forma estruturada através de modalidades desportivas, mesmo na presença de doenças, visto que são raras as contradições absolutas ao exercício físico;
  2. Os profissionais envolvidos com crianças e adolescentes que praticam atividade física devem priorizar seus aspectos lúdicos sobre os de competição e evitar a prática em temperaturas extremas;
  3. A educação física escolar bem aplicada deve ser considerada essencial e parte indissociável do processo global de educação das crianças e adolescentes (LAZZOLI et. al., 1998).

Entradas relacionadas: