Epidemiologia vs. Antropologia: O Olhar Social sobre Saúde e Doença

Classificado em Psicologia e Sociologia

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A Perspectiva Epidemiológica e a Prevenção

As ações preventivas, que têm como base o conhecimento epidemiológico moderno, são intervenções que visam evitar o aparecimento de doenças específicas, reduzindo a sua incidência e prevalência. Seu objetivo é controlar a transmissão de doenças e a redução do risco de doenças. Os projetos de prevenção e educação em saúde estão voltados para a divulgação de informações científicas e de recomendações normativas que envolvem mudanças de hábitos1.

Resumidamente, o objeto da epidemiologia está subordinado à clínica médica, que encara o sujeito com base no discurso fisiopatológico. As dimensões subjetivas do indivíduo, como a psicopatológica e a psicossomática, não são consideradas relevantes, por não disporem da precisão diagnóstica, validade e confiabilidade que são alcançadas pelos componentes clínico-laboratoriais13.

O Olhar Antropológico: Saúde, Cultura e Coletividade

As contribuições antropológicas para a compreensão do fenômeno saúde-doença são analisadas nesta seção. Enquanto para a epidemiologia clássica as ideias de risco e causalidade de doença se expressam no plano individual e biológico, a antropologia pode contribuir e relativizar esses sentidos, através de estudos voltados para as relações entre saúde e condições de vida, incorporando também a visão dos usuários dos serviços de saúde14.

Os modelos de saúde, doença e cuidado resultam da história social e são herdados culturalmente, não podendo ser reduzidos à experiência individual. Eles envolvem a coletividade, seus valores e costumes, de maneira que quando um indivíduo adoece, toda a família se envolve15. Dessa maneira, também as crenças e as práticas de cuidado em saúde nascem e se desenvolvem no contexto social, influenciam-se mutuamente e fazem parte da dinâmica que proporciona a adaptação do ser humano ao seu entorno, através da cultura16.

Variáveis e a Noção de Normalidade

Quando avaliamos o ser humano, identificamos que os estados de normalidade oscilam conforme a interferência de inúmeras variáveis, tais como:

  • Situações de descanso ou de exercícios;
  • Fatores relacionados à idade, ao sexo e à raça;
  • Contexto cultural e ambiente.

As oscilações, em muitos casos, não podem ser vistas como anormais, porque, entre aquela realidade ou exposição, constituem-se variantes normais.

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