## Epistemologia: O Estudo do Conhecimento e da Crença

Classificado em Filosofia e Ética

Escrito em em português com um tamanho de 6,21 KB.

1- A epistemologia é a parte da filosofia que procura entender as crenças, dados e justificações. Os epistemólogos tentam avaliar a ideia de que realmente possuímos conhecimento. Sendo assim, a epistemologia é o estudo do conhecimento e a justificação da crença. A epistemologia procura investigar certos problemas, sendo eles: quais as crenças que são justificadas e as que não são, qual a origem do conhecimento; qual a diferença entre conhecer e ter uma crença verdadeira.

2- Existem 3 tipos de conhecimentos, sendo eles por aptidão, por contacto e proposicional.

  • O conhecimento por aptidão (saber-fazer) refere-se ao conhecimento de uma atividade, competência, capacidade para realizar alguma coisa. Ex: S sabe andar de bicicleta.
  • O conhecimento por contacto refere-se ao conhecimento direto de uma realidade, sejam pessoas ou lugares. Ex: S conhece o presidente dos EUA. Este conhecimento não implica que o sujeito saiba tudo sobre a pessoa/lugar em questão.
  • Por último, o conhecimento proposicional (saber que) refere-se ao conhecimento de verdades. Ex: S sabe que a Serra da Estrela fica em Portugal.

3- O conhecimento é uma relação entre objeto e sujeito. A crença é uma condição necessária do conhecimento, pois o conhecimento é a certeza de um sujeito em relação a um objeto. No entanto, as crenças podem ser falsas, por exemplo, em discussões, em que existem muitas opiniões diferentes de várias pessoas, algumas delas que podem estar erradas. Uma crença falsa não corresponde a qualquer conhecimento, embora quem a detém julgue deter o conhecimento. Sendo assim, a crença, embora sendo necessária, não é suficiente, pois para haver conhecimento é necessário que um sujeito acredite em algo e que haja uma crença verdadeira e que esta seja devidamente justificada. Então o conhecimento exige condições necessárias e suficientes: crença, verdade (S acredita em P), justificadas (P é verdadeira). Por exemplo, para qualquer S, S é solteiro se:

  • S é adulto;
  • S é um homem;
  • S não é casado.

Se não tivesse umas destas justificações, não teríamos condições suficientes e necessárias para haver conhecimento. A teoria CVJ diz que todos os casos de crença verdadeira justificada são casos de conhecimento, no entanto, Bertrand Russell dá um exemplo sobre um relógio fiável que está numa praça. Se olharmos para ele para saber que horas são, achamos que ele está certo, pois não temos motivos para o achar errado, no entanto, supõe-se que o relógio parou há exatamente 24 horas, apesar de nós não o sabermos. Para Russell temos uma crença verdadeira e justificada, mas não temos conhecimento, pois não sabemos que a hora não está certa.

4 - O conhecimento humano tem dois elementos básicos: um sujeito e um objeto. O sujeito é o ser humano, o ser racional que quer conhecer, e o objeto é a realidade com que coincidimos. O ser humano só se torna sujeito do conhecimento quando está diante do objeto a ser conhecido. A realidade só se torna objeto do conhecimento, perante um sujeito que a queira conhecer. Há um ato de conhecer uma relação de transcendência, ou seja, para existir conhecimento, o sujeito terá que apreender o objeto que lhe é transcendente. Assim parece que eles são separados um do outro, no entanto o objeto não faz nenhum esforço para ser apreendido. O sujeito e o objeto formam uma dualidade, no qual o sujeito é sempre sujeito e o objeto é sempre objeto, nunca se juntando um no outro, pois se isso acontecesse deixavam de ser dois e não haveria conhecimento. Desta forma estabelecem uma relação de correlação, isto é, uma relação em que o sujeito é sempre sujeito em relação ao objeto e o objeto é sempre objeto em relação ao sujeito. No entanto, apesar de existir uma correlação, o papel do sujeito em relação ao objeto é completamente diferente, ou seja, as características do sujeito não podem ser aplicadas ao objeto, assim como as do objeto não podem ser aplicada ao sujeito. Sendo assim, na fenomenologia o objeto não é modificado, mas o sujeito sim. O objeto é sempre constituído pelo sujeito, mas o sujeito está sempre em construção.

5 - O racionalismo vê, no pensamento, a fonte principal do conhecimento humano. Para o racionalismo, o conhecimento é feito a partir de juízos dos quais a verdade é conhecida tendo apenas origem no pensamento, independentemente de qualquer experiência. Para o racionalismo, o conhecimento é feito a partir de juízos cuja verdade é passível de ser conhecida independentemente de qualquer experiência, tendo portanto origem no pensamento ou na razão. Estes juízos não admitem exceções, ou seja, são sempre verdadeiros em quaisquer circunstâncias, negá-los implicaria entrar em contradição. Sendo assim, o racionalismo é a ideia de que só racionalmente podemos chegar às verdades acerca do mundo.

6 - O empirismo defende que não existem conhecimentos inatos, todo o conhecimento humano deriva da experiência. Para os empiristas, o conhecimento provém de juízos a posteriori, ou seja, juízos cuja verdade é conhecida através da experiência. Estes juízos admitem exceções, ou seja, não são sempre verdadeiros, mas também podem ser falsos, negá-los não implicaria entrar em contradição. Podemos adquirir conhecimento a posteriori acerca do mundo com a ideia de que o conhecimento não seria possível sem termos experiência do mundo, ou seja, a experiência é um método de aquisição de conhecimento.

7 - Hoje em dia existem vários conceitos para “conhecimento”. Este mesmo é um conjunto de informação arrecadada por meio de experiência ou da aprendizagem, é também o ato ou efeito de conhecer, e ter ideia ou a noção de alguma coisa. Conhecimento também inclui descrições, hipóteses, conceitos, teorias, princípios e procedimentos. O conhecimento é o resultado da experiência de vida do ser humano, de forma a que seja única para cada ser humano. O conhecimento é a capacidade do ser humano relativamente às relações das coisas, a um conjunto de dados relativos a uma pessoa ou a um objeto.

Entradas relacionadas: