Escolas Literárias Brasileiras do Século XIX

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Realismo, Naturalismo e Parnasianismo (Século XIX)

Contexto Histórico

  • Segunda Revolução Industrial
  • Cientificismo: socialismo científico, positivismo, evolucionismo, determinismo
  • Consequências da Guerra do Paraguai
  • Libertação dos escravos
  • Fim da Monarquia e Proclamação da República
  • Imigração

Características

  • Objetividade
  • Predomínio da razão
  • Observação, análise e denúncia dos males sociais
  • Criação do romance de análise (Realismo)
  • Aceitação de determinismos científicos (Naturalismo)

Autores e Obras

  • Realismo:
    • Machado de Assis (1839-1908): Memórias Póstumas de Brás Cubas, Ressurreição, A Mão e a Luva, Helena, Iaiá Garcia, Quincas Borba. Contos: Histórias da Meia-Noite, Contos Fluminenses. Teatro: Os Deuses de Casaca, O Protocolo, Queda que as Mulheres Têm para os Tolos, Quase Ministro, Caminho da Porta.
    • Raul Pompéia (1863-1895): O Ateneu.
  • Naturalismo:
    • Aluísio Azevedo (1857-1913): O Mulato, Casa de Pensão, O Cortiço.
    • Inglês de Sousa
    • Júlio Ribeiro
    • Adolfo Caminha
    • Domingos Olímpio
  • Parnasianismo:
    • Alberto de Oliveira (1857-1937)
    • Raimundo Correia (1859-1911)
    • Olavo Bilac (1865-1918)

Comparativo: Romantismo vs. Realismo/Naturalismo vs. Parnasianismo

  • Romantismo:
    • Subjetivismo
    • Sentimentalismo
    • Fantasia/Imaginação
    • Volta ao passado/Indianismo
    • Verdade individual
  • Realismo/Naturalismo (Prosa):
    • Objetivismo
    • Materialismo/Racionalismo
    • Observação da realidade
    • Comprometimento com o momento presente
    • Verdade universal
  • Parnasianismo (Poesia):
    • Racionalismo, objetivismo, impessoalidade
    • Perfeição formal

Realismo, Naturalismo e Parnasianismo (1881-1893) - Introdução

O Realismo e o Naturalismo, surgidos como reação ao sentimentalismo romântico, iniciaram-se em 1881, respectivamente, com a publicação de Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, e O Mulato, de Aluísio de Azevedo; manifestações poéticas do Parnasianismo já se faziam sentir desde 1870. Assinala-se o ano de 1893 como início do Simbolismo e final, portanto, do Realismo. No entanto, essa data é puramente didática, uma vez que, até as duas primeiras décadas deste século, é possível encontrar produções orientadas por todas essas estéticas.

Comparativo: Realismo vs. Naturalismo

  • Realismo:
    • Análise psicológica
    • Romance documental
    • Expressão indireta
  • Intersecção (Realismo e Naturalismo):
    • Influenciados pelo positivismo e pelo determinismo
    • Anticlericais
    • Antiburgueses
    • Antimonárquicos
    • Anti-românticos
    • Retrato do real
  • Naturalismo:
    • Análise social
    • Romance científico, experimental
    • Expressão direta

Autores e Obras (Detalhado)

  • Machado de Assis (1839-1908)

    Pertencem a essa primeira fase os romances Ressurreição, A Mão e a Luva, Helena, Iaiá Garcia; os contos de Histórias da Meia-Noite e Contos Fluminenses; as peças Os Deuses de Casaca, O Protocolo, Queda que as Mulheres Têm para os Tolos, Quase Ministro e Caminho da Porta. Dom Casmurro e Quincas Borba.

  • Raul Pompéia (1863-1895)

    O Ateneu

  • Aluísio Azevedo (1857-1913)

    O Mulato, Casa de Pensão, O Cortiço

Parnasianismo

O Parnasianismo, manifestação poética do Realismo, originou-se na França e influenciou a poesia brasileira. As primeiras poesias parnasianas datam de 1870 e, teoricamente, terminou em 1922, com a Semana de Arte Moderna. Não foi o que ocorreu na prática, pois nas primeiras décadas do século XX ainda ocorreram manifestações parnasianas. Reagindo contra os excessos emotivos do Romantismo, os parnasianos visavam à objetividade, impassibilidade e impessoalidade e cultivavam a perfeição formal. Nos poemas (com predileção pelo soneto) havia preponderância da descrição impessoal de objetos (vasos, leques, etc.) e da natureza. A Antiguidade Clássica foi retomada e os poetas recolheram-se, ficando à margem dos acontecimentos do seu tempo.

Autores Parnasianos e Obras

  • Alberto de Oliveira (1857-1937)

    Escreveu Canções Românticas, Meridionais, Sonetos e Poemas, Poesias Escolhidas, Versos e Rimas.

  • Raimundo Correia (1859-1911)

    Primeiros Sonhos, Sinfonias. Ficou conhecido como o poeta de “Mal Secreto” e “As Pombas”.

  • Olavo Bilac (1865-1918)

    “Profissão de Fé”, Via Láctea.

Simbolismo (Século XIX)

Contexto Histórico

  • Neocolonialismo no Brasil: Primeira República
  • Revolta da Armada
  • Revolta Federalista
  • Canudos

Características

  • Musicalidade
  • Sugestão
  • Mistério

Autores

  • Cruz e Sousa
  • Alphonsus de Guimaraens
  • Pedro Kilkerry

Comparativo: Parnasianismo vs. Simbolismo

  • Parnasianismo:
    • Positivismo/Materialismo/Cientificismo
    • Racionalismo
    • Representação objetiva e nítida da realidade
    • Objetividade
  • Simbolismo:
    • Idealismo/Misticismo/Metafísica
    • Valorização da intuição
    • Sugestão, evocação da realidade
    • Mergulho no inconsciente

Simbolismo (1893-1922) - Introdução

O Simbolismo iniciou-se em 1893 com a publicação de Missal (prosa) e Broquéis (poesia), dois livros de Cruz e Sousa e, terminou, teoricamente, em 1922 com a Semana de Arte Moderna, que inaugurou uma literatura autenticamente brasileira, cem anos depois de nossa independência política. No entanto (como já dissemos), tanto o Simbolismo, quanto o Parnasianismo, sobreviveram ao divisor de águas, que foi a Semana, e conviveram com o Pré-Modernismo.

Características Literárias do Simbolismo

  • Musicalidade: o simbolista francês Paul Verlaine decretara “de la musique avant toute chose” (música antes de qualquer coisa) e essa foi a característica mais perseguida por todos. Para conseguir esse efeito, usavam repetições, aliterações, inovações métricas.
  • Mistério: o uso de vocabulário litúrgico e os adjetivos de significação vaga e imprecisa enfatizam a atmosfera de mistério da maioria dos textos simbolistas.
  • Sugestão: as metáforas polivalentes (os símbolos) e as analogias sensoriais (sinestesias) sugerem estados d’alma e representam um mergulho no caos do inconsciente do poeta.

Autores Simbolistas e Obras

  • Cruz e Sousa (1861-1898)

    Missal, Broquéis, “Antífona”, “Faróis”, “Violões que Choram”, Últimos Sonetos.

  • Alphonsus de Guimaraens (1870-1921)

    Setenário das Dores de Nossa Senhora, “Ismália”.

  • Pedro Kilkerry (1885-1917)

    É o Silêncio.

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