Escultura Romana: Características, Retrato e Relevo

Esculturas Romanas

Características Gerais

1. Dupla influência:

   • a) Etrusca (mais popular): Influencia o realismo que advém da cópia de máscaras funerárias etruscas, a representação única dos retratos de busto e a representação em bronze de animais fantásticos.
   • b) Grega Helenística (mais erudita): Reflete-se no gosto por alegorias e temas mitológicos, e particularmente, em figuras em movimento.
2. Técnica de escultura altamente desenvolvida, especialmente nos relevos.
3. Os materiais e técnicas utilizados pelos romanos são semelhantes aos gregos: trabalho em pedra, sobretudo mármore (talha), e bronze (técnica de cera perdida), mas também utilizam materiais como cerâmica, vidro, madeira ou marfim.
4. É uma escultura notavelmente realista, especialmente no retrato.

5. Tripla função:

   • Propaganda (essencial).
   • Comemorativa (Recordar pessoas e eventos importantes).
   • Estética (Menos importante, mas também para decorar casas e espaços públicos).
6. A individualização aplica-se no rosto, enquanto os corpos podiam ser fabricados em série.
7. Os tamanhos tendem a ser maiores que o natural.
8. Enfatiza a visão frontal.
9. Era policromada, pelo menos até ao século II d.C.
10. O escultor é considerado um mero artífice anónimo ao serviço do cliente e do poder.
11. O tema favorito da escultura romana são as representações de seres humanos.
12. Os dois géneros principais são o retrato e o relevo histórico-narrativo.

O Retrato Romano: Evolução e Características

1. Embora as características principais do retrato romano sejam o realismo e a individualização do rosto, é preciso distinguir duas tendências:

   a) Uma corrente de arte popular, com retratos realistas, que mostrava interesse em retratar as pessoas com precisão, devido ao costume patrício de fazer máscaras de cera dos seus mortos (imagines maiorum) para conservá-las nos átrios das suas casas e levá-las nas cerimónias fúnebres.

   b) Outra corrente de arte aristocrática, muito influenciada pela escultura grega, destinada a uma elite, com carácter mais oficial e culto, e que tende a idealizar as feições dos retratados. Destacam-se as imagens dos imperadores, com um claro carácter propagandístico. Exemplo: A famosa estátua de Augusto de Prima Porta.

2. Tentativa de captar a psicologia da personagem representada: retrato psicológico.
3. A missão do artista não era demonstrar a sua mestria, mas honrar o representado.

4. Tipologias. Os tipos mais comuns de retratos eram os bustos e os retratos equestres. O retrato podia ser:

   • De corpo inteiro: de pé, sentado ou equestre (reservado aos imperadores).
   • Busto: Apenas a parte superior do corpo. Inicialmente, os retratos eram policromáticos, mas depois tornaram-se monocromáticos.
5. Periodização. No retrato romano podem distinguir-se dois grandes períodos: a República e o Império.

O Relevo Histórico Narrativo: Características

O relevo histórico é um tipo de escultura que narra um facto histórico, por vezes mostrando uma única cena, outras recriando, de forma contínua e em ordem cronológica, os vários episódios de um mesmo evento, como uma campanha militar.

1. De origem oriental, chega através da influência grega, como se vê no tratamento do movimento, das dobras e das formas (como no Altar de Zeus em Pérgamo ou no friso Panatenaico), mas existem diferenças importantes entre eles. Os romanos usavam o relevo para perpetuar os seus feitos.
2. O relevo romano caracteriza-se pela sua vontade narrativa e histórica. Os relevos romanos são muito mais realistas.
3. A modelação exata das figuras é definida, firme e tátil.
4. Alcançam um detalhe incrível nas figuras, paisagens naturais, cenários urbanos, etc.
5. O ritmo e o movimento da composição são conseguidos através da variação da atitude das personagens, com uma riqueza de gestos.
6. No geral, o relevo demonstra a extraordinária mestria técnica alcançada pela escultura romana.