Espanha Liberal: Moderados, Progressistas e o Estatuto Real

Classificado em História

Escrito em em português com um tamanho de 2,65 KB.

Três acontecimentos políticos ocorreram simultaneamente: o início de uma guerra civil pela sucessão de Fernando VII da Espanha, o começo da construção da Espanha liberal e a divisão dos liberais em duas tendências, moderados e progressistas, marcando o jogo político que duraria até 1868.

  • Moderados e Progressistas: Ambos aceitavam a constituição, o sufrágio censitário e as liberdades políticas e individuais.
  • Moderados: Acreditavam na tradição histórica e nas ideias liberais recém-nascidas da Revolução Francesa. Este grupo compreendia os liberais *doceañistas* e grupos liberais que haviam se separado dos exaltados. Sua principal preocupação era construir um Estado unitário e seguro, com gestão centralizada. O poder deveria ser controlado pelas classes possidentes e ilustradas, apoiando o sufrágio censitário.
  • Progressistas: Tinham o apoio fundamental da classe média, intelectuais, comerciantes, artesãos, e tentavam atrair as massas. Defendiam as ideias da Constituição de 1812, a soberania nacional, e que as cortes legislativas removessem essa capacidade do rei. Defendiam o sufrágio censitário, mas com participação ampliada. Defendiam uma economia de livre mercado e a eliminação do recrutamento, com a criação de um exército profissional.

O Estatuto Real: O esforço para chegar ao liberalismo *doceañista* foi feito por um liberal, Martínez de la Rosa. A primeira coisa que ele fez foi decretar o Estatuto Real para a transição entre o Antigo Regime e o novo. O Estatuto era uma espécie de Carta outorgada, uma vez que não foi escrita pelas Cortes, mas pela Coroa. Não regulava os poderes do rei ou do governo, e não abordava os direitos políticos e individuais. Este estatuto despertou a ira dos liberais, pois toda iniciativa proposta dependia do rei, e os liberais queriam uma constituição.

Radicalização Liberal: A Coroa e os grupos privilegiados sempre apoiaram o liberalismo moderado, mas a necessidade de enfrentar a guerra carlista e conseguir apoio contra o carlismo forçou a rainha a governar com o setor progressista e implementar reformas. A Guerra Carlista radicalizou os liberais. Em Madrid, a milícia urbana do reino exigiu medidas de reforma. Em agosto de 1836, houve um motim militar na Casa da Rainha, que foi forçada a restaurar a Constituição de 1812 e nomear José Maria de Calatrava, um homem do triênio liberal, como chefe do governo.

Entradas relacionadas: