Espanha no Século XIX: Guerras, Revoluções e Transformações

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Espanha no Século XIX

Guerra Peninsular

Sob o pretexto de que a França queria invadir Portugal, Napoleão colocou seu irmão José como chefe de governo em Espanha. Napoleão regressa para legalizar a bandeira e o estatuto catalão.

Em 1812, foi aprovada a Constituição de Cádis (conhecida como La Pepa), de caráter liberal e pioneira a nível institucional. Ela quebra o absolutismo censitário, estabelecendo um regime onde um setor da população (a burguesia) podia votar.

Queda de Napoleão e a Restauração

O Império de Napoleão caiu perante os poderes absolutistas (Áustria-Hungria, Prússia e Rússia). Esses poderes criaram a Santa Aliança para evitar qualquer revolta liberal na Europa.

Estabeleceu-se uma nova monarquia com a chegada de Fernando VII, que revogou a Constituição e impôs um novo regime, causando um retrocesso.

Triênio Liberal

O general Riego lidera um golpe na Andaluzia. Fernando VII é forçado a aprovar uma nova constituição liberal. Riego é altamente aclamado; foi criado até um hino em sua homenagem, que seria usado mais tarde na Segunda República.

Em apenas três anos, devido à intervenção da Santa Aliança, o absolutismo foi novamente imposto. Durante este período, a maioria das colónias americanas foi perdida.

As Guerras Carlistas

Fernando VII morreu sem herdeiro masculino, e Isabel era a única descendente, mas a Lei Sálica não permitia que mulheres governassem. Antes de sua morte, Fernando assinou uma nova lei (Lei Pragmática) para favorecer a sua filha.

Carlos, irmão do rei e herdeiro teórico, não aceitou a lei, e a Primeira Guerra Carlista começou.

Enquanto isso, a rainha regente (Maria Cristina) promoveu uma imagem liberal de Isabel para a apoiar. Os carlistas finalmente concordaram que o País Basco poderia manter a sua independência económica e financeira.

A Revolução Industrial em Espanha

Iniciou-se a construção de fábricas, onde a produção era unificada e os trabalhadores se concentravam num único ponto. Isto significou que os produtos eram criados mais rapidamente. A partir desse momento, a poluição ambiental começou a aumentar.

Em Espanha, a Revolução Industrial concentrou-se na Catalunha (têxtil), no País Basco (siderurgia e metalurgia) e nas Astúrias (carvão). Leis protecionistas foram criadas porque os produtos franceses e ingleses eram mais competitivos.

Isso levou muitos catalães a comerciar com Cuba e Porto Rico, enriquecendo-os e impulsionando a criação de novas fábricas, o que enriqueceu a região. A Catalunha, contudo, não tinha carvão, o que significava um custo muito elevado para o comprar ao Reino Unido. Começou então a importá-lo das Astúrias, mas o transporte por comboio ainda demorava a chegar.

A partir de 1840, surge um novo movimento baseado na destruição das fábricas, porque os trabalhadores se sentiam ameaçados pela evolução das máquinas (Ludismo). A Catalunha começou a negociar com a África, enquanto o Reino Unido se focava noutros mercados, como os Estados Unidos.

Do Absolutismo ao Liberalismo

  • Fase Moderada (1834-1837): É apresentado um Estatuto Real. A sociedade estava cada vez mais insatisfeita, e nas cidades surgem perturbações (bullangues). O mais importante ocorre após a ação de um toureiro, que culmina na queima de igrejas. Surgiu um movimento socialista e revolucionário (Fogo Rosa).
  • Fase Progressista (1837-1843): A partir de um golpe, conseguiu-se uma constituição cada vez mais liberal; Mendizábal é aceite como primeiro-ministro. Ele remove o Estatuto Real e impõe uma nova constituição. Ele também promoveu a desamortização de terras da Igreja, leiloando-as para o Estado arrecadar dinheiro. Devido a algumas tensões entre progressistas, Espartero substitui o ministro anterior e obtém a posição de Regente Real. Barcelona é bombardeada, pois há uma revolução de trabalhadores e burgueses, devido ao facto de Espartero ter assinado um tratado de livre comércio com a Inglaterra, o que prejudicou a indústria catalã.
  • Fase Moderada (1843-1854): Narváez lidera um golpe moderado. Reforma a Constituição, tornando-a mais conservadora e afetando os direitos individuais. Declara a Espanha como um estado católico e cria a Guarda Civil.
  • Bienio Progressista (1854-1856): Também conhecido como Bienio Progressista, este é um período em que um grupo de moderados defende que Espartero lidere o país. É criada a Lei Ferroviária e a Lei de Madoz (segunda desamortização, desta vez de terras municipais). O movimento sindical torna-se mais forte.
  • Fase Moderada (1856-1868): O'Donnell, ministro da defesa, lidera um golpe de Estado e cria um partido que tenta alcançar a unidade entre os progressistas e moderados (União Liberal). Isso retarda os golpes de Estado, uma vez que a burguesia está interessada em controlar a classe trabalhadora. É implementada uma importante política externa, especialmente no México, África e Marrocos. O general Prim adquire importância.
  • Sexênio Democrático (1868-1874): Conhecido como o Sexênio Democrático, foi precedido pela Revolução Gloriosa, que levou à instauração de uma nova constituição liberal com sufrágio universal masculino e importantes direitos individuais. Isabel II e os Bourbons são expulsos, e Prim (primeiro-ministro) propõe um novo rei (Amadeu de Saboia). Amadeu enfrentou muitos problemas após a morte de Prim e abdicou após a reativação das revoltas carlistas. Assim, em 1873, uma República foi instaurada.

Estanislao Figueras torna-se o primeiro presidente da república, mas cai devido a problemas de cantonalismo e revoltas carlistas. Pi i Maragall, que o substitui, tenta impor uma república federal, mas também cai devido a confrontos entre os liberais. Salmerón ascende ao poder e recorre à repressão, tentando até aprovar a pena de morte, mas renuncia pouco antes da aprovação, pois era contra. Castelar sucede-o, aprova a pena de morte e é deposto por ser considerado demasiado conservador. Pavía lidera um novo golpe (1874) e termina o Sexênio Democrático.

A Economia no Século XIX

  • Demografia: A Catalunha duplicou a população e a urbanização foi muito importante em Barcelona; Cerdà cria um plano de desenvolvimento urbano importante. Isso significa mais trabalhadores e consumidores, o que impulsiona a atividade comercial.
  • Setor Primário: Sofreu um declínio muito importante, e houve uma crise de cereais e de vinhas, que, juntamente com as azeitonas, eram os produtos mais importantes na Catalunha. Isso levou muitos agricultores ao desemprego, pois os contratos medievais foram quebrados e eles não aceitavam os novos proprietários. Estes criam uma união chamada União dos Rabassaires.

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