Espanha no Século XIX: Reformas Constitucionais e o Despertar Industrial
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A Constituição de 1837
Em setembro e outubro de 1836, foram realizadas eleições para os membros da Assembleia Constituinte ou extraordinária, mas o processo foi marcado pela indiferença em relação à Guerra Carlista. As Cortes aprovaram uma nova Constituição em 8 de junho de 1837. Esta Constituição afirmava a soberania nacional e aceitava o poder moderador da Coroa. Evidenciava aspirações mais progressistas, com uma ampla afirmação dos direitos e a ausência de caráter denominacional; contudo, concedia poder à Coroa e o voto era censitário. Outra medida de grande importância foi a de que o governo central não poderia eleger os prefeitos das cidades, mas estes seriam eleitos pelos próprios moradores.
A Regência de Espartero
Após o fim da Guerra Carlista, o prestígio do general progressista Espartero era grande. Sua reputação cresceu ainda mais quando, em 1840, ele defendeu as revoltas provinciais contra o projeto de lei para os municípios, apresentado por um governo moderado, que teria reduzido a autonomia municipal ao estabelecer que os prefeitos deveriam ser nomeados pelos governos, e não eleitos. A rainha assinou o projeto, o que levou a uma insurreição que resultou na sua renúncia. Em seguida, formou-se um curto ministério, chefiado por Espartero, até que ele foi eleito regente pelas Cortes. Durante três anos, governou com mão de ferro, suprimindo as manifestações moderadas, e seu governo terminou em julho de 1843 com um pronunciamento moderado liderado pelo general Narváez.
O Início da Industrialização na Andaluzia no Final do Século XVIII
A Andaluzia encontrou boas condições para iniciar a sua industrialização: possuía uma população crescente, grandes recursos agrícolas e de mineração, e comércio com a América. Assim, inicialmente, no final do século XVIII, surgiram indústrias de nitrato e rapé nas fundições de Sevilha ou Ronda. Mas, acima de tudo, destacam-se as iniciativas em Cádis, incentivadas pelo próspero comércio com a América, onde se adquiriram os primeiros motores a vapor ingleses, aplicados inicialmente em setores tradicionais, como fábricas de farinha ou de madeira, mas também introduzindo novos setores, como a indústria do algodão. No século XIX, a guerra com a Grã-Bretanha congelou o comércio com a América e, nos anos seguintes, a perda do Império Americano foi um golpe. Não houve chance de encontrar substitutos para o mercado americano na Andaluzia, pois a maioria da população não tinha recursos para adquirir produtos industriais, além de enfrentar forte concorrência de outras regiões espanholas.
Málaga: Um Polo de Industrialização
Apesar deste desastre comercial, novos polos industriais surgiram nos anos seguintes em várias partes da Andaluzia, com destaque para Málaga. Málaga havia aumentado seu comércio desde o final do século XVII, tornando-se o principal porto exportador de azeite na Europa, onde a demanda estava em crescimento. Para embalar o azeite, eram fabricados barris e, para montá-los, eram necessárias cintas de ferro. Em 1825, um empresário, Heredia, decidiu produzir essas cintas, e Málaga tornou-se um importante centro siderúrgico. Seu desenvolvimento foi favorecido pelas Guerras Carlistas no norte da Espanha.