Espanha no Século XVII: Crise e Sociedade
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Desenvolvimento Económico e Social
A crise do século XVII afetou toda a Europa, mas em Espanha o impacto foi reforçado por uma crise política. A população estagnou durante este século na Península, embora a incidência tenha sido diferente. O centro de Castela sofreu um processo de despovoamento e de grande urbanização, com exceção de Madrid, enquanto a periferia foi menos afetada.
Causas da Estagnação Demográfica
- Crises de subsistência
- Epidemias
- Guerras na Europa
- Emigração para a América
- Expulsão dos Mouros
Crise Agrícola em Castela
Em Castela, a população diminuiu e a carga fiscal aumentou ao longo do século. A agricultura sofreu uma grave crise que levou ao abandono do cultivo e à produção de deslocamento. Os agricultores endividaram-se, abandonaram as suas propriedades e a propriedade concentrou-se em poucas mãos.
Uma exceção foi a Cordilheira Cantábrica, que produziu a chamada revolução do milho, com a introdução de novos produtos (milho, batata) e a mistura com estábulos de gado.
Inflação e Comércio
A chegada de metais preciosos da América, a desvalorização contínua da moeda e os enormes custos da monarquia durante o século XVII provocaram um notável aumento dos preços. Este facto afetou principalmente o artesanato, especialmente o têxtil, devido ao aumento do preço, que não era competitivo e favoreceu as importações de produtos manufaturados do resto da Europa.
O comércio teve um período de *boom*, auxiliado pelo comércio americano, mas foi em grande parte realizado por estrangeiros (genoveses, holandeses, alemães). O monopólio norte-americano passou para as mãos de outros concorrentes, como os ingleses ou holandeses.
Estrutura Social
A sociedade continuou com a estrutura dos prédios. Os nobres, que representavam 10% da população, mantiveram-se nos grupos sociais mais ricos, mantendo os seus privilégios. Procuraram viver na corte, onde conseguiam obter benefícios dos monarcas. Desenvolveram sistemas para se protegerem contra possíveis aumentos de outros grupos (principalmente a burguesia), como a pureza de sangue (um pré-requisito para o exercício de cargos públicos) e a proibição de exercer trabalho manual.
O Clero
O clero teve um aumento significativo neste século, devido ao facto de muitas pessoas procurarem proteção no seu seio. O privilégio de não pagar impostos, ligado à cobrança do dízimo e das rendas dos seus bens, levou muitas pessoas, principalmente agricultores, a olhar para o estado eclesiástico como solução para os seus problemas económicos.
Camponeses e Burguesia
Os camponeses empobreceram devido à subida dos preços, às más colheitas e aos impostos mais altos. Muitos deixaram de trabalhar no campo para ir para a cidade, para a América ou acabaram por se juntar ao exército.
A burguesia, organizada em sindicatos, procurou rendimentos fixos através da aquisição de propriedades e do acesso à nobreza através da ocupação ou aquisição de cargos. O investimento em empregos produtivos caiu, incentivando as importações estrangeiras.
Grupos Marginalizados
O crescimento levou a um empobrecimento dos grupos marginalizados nas cidades (mendigos, pobres, etc.) ou ao banditismo no campo.