Espanha: Socialistas, Aznar e Zapatero

Espanha: Transição Política e Crescimento Econômico

Governo Socialista e a Consolidação da Democracia

Historicamente, o longo período de governo socialista pode ser definido como a consolidação da democracia na Espanha. Armado com a autoridade de dez milhões de votos, o governo socialista avançou com a disciplina nas forças armadas. Sob a responsabilidade de Narcis Serra, foi concluído o novo regime jurídico de gestão dos militares na democracia, com a Lei de Defesa Nacional e a reforma do Código de Justiça Militar.

O primeiro governo socialista durou até o verão de 1985. O aspecto mais positivo foi a política econômica, embora tenha havido dois eventos menos positivos: a desapropriação de RUMASA e o aparecimento do GAL.

O Governo de Aznar e a Ascensão do Partido Popular

O Partido Popular (PP) passou por um rejuvenescimento, resultando na liderança de José María Aznar. Isso distanciou o partido da imagem do antigo regime de Franco, representada por Manuel Fraga. A mudança para o centro permitiu ao PP conquistar o voto centrista, jovem e de maior nível econômico.

Nas eleições de 3 de março de 1996, o PP, sucessor da Alianza Popular, venceu o PSOE por uma margem de 300.000 votos. Com o apoio parlamentar da CiU, PNV e Coalizão Canária, José María Aznar formou um governo. O PSOE, após a derrota, sofreu divisões internas, evidenciadas pela renúncia de Felipe González à Secretaria-Geral. Essas divisões continuaram até a eleição de José Luis Rodríguez Zapatero como Secretário-Geral em julho de 2000.

Aznar: Segundo Mandato e Reformas

Em março de 2000, o PP venceu as eleições novamente, desta vez com maioria absoluta. Aznar formou um governo sem a necessidade do apoio das forças nacionalistas, como em seu primeiro mandato (1996).

Durante esse período, ocorreram importantes mudanças legislativas:

• Educação: Lei Orgânica das Universidades (LOU) e Lei de Qualidade da Educação.
• Trabalho: Mudanças nas normas de conteúdo de trabalho.
• Justiça: Reforma das leis criminais e civis.

Crescimento Econômico e a Entrada no Euro

A grande melhoria econômica, iniciada em 1994 com as medidas do ministro socialista Solbes, continuou com uma fase de recuperação e expansão. A Espanha estava em sincronia com a Europa e a estabilidade permitiu ao país cumprir os critérios de convergência para aderir ao grupo de países que adotaram o euro, moeda de uso comum desde 2002.

Essa etapa foi facilitada pela conjuntura internacional, pelo clima de acordo entre parceiros sociais e pela estabilidade do governo. A renda per capita cresceu a taxas elevadas, em torno de 4% entre 1997 e 2000. Outros aspectos positivos foram a redução do déficit público, a estabilidade dos preços e uma redução significativa do desemprego, embora a Espanha ainda tenha a maior taxa de desemprego da União Europeia.